terça-feira, dezembro 23, 2008

Bom Natal!

Neste preciso momento, estou morta de cansaço. Doem-me as pernas de tanto estar a pé, a cabeça pesa e sinto-me cheia de sono. Vá lá que as contracções são bem menos do que a trabalhar no dia-a-dia normal, felizmente que as férias existem...
Este ano a consoada é pela primeira vez cá em casa. Hoje apercebi-me e ri-me com a Ana Prima ao telefone, a propósito disto parecer uma espécie de ritual de passagem para alguma coisa. Vou deixar de pertencer ao grupo dos que vão a casa dos outros e estão essencialmente sentados ou a fazer trabalhos menores, como pôr a mesa... para passar a ser das que recebe a família em casa e por isso tem que pensar tudo até aos últimos detalhes, a saber: número de cadeiras, pratos, talheres, tamanho das maiores toalhas, decoração da mesa (uau, que bem), distribuição de comeres... e, no meio de tudo isto, as últimas compras, a realização das últimas prendas, os doces, as viagens de transporte de presentes para outras casas... e uma filha de três anos, satisfeitíssima com os afazeres, e o outro, na barriga, volta e meia a fazer-se notar...
Mas como eu gosto do Natal e desta passagem para qualquer outra margem...
A todos, desejos de uma boa noite de Natal (calculo que não haverá grande tempo amanhã...)!!!!!! Que seja tão boa como tenho a certeza que a minha será...
Rita

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Ontem...

a caminho de casa (quase no fim do dia) lembrei-me da primeira festa de aniversário da Rita...
Fez ontem "alguns" anos. Eu era uma orgulhosa irmã mais velha de uma menina de caracóis loiros que naquele dia fazia um ano. Estava muito contente mas quando constatei que os meus pais não iam comprar nem um bolo de anos com velas para festejarmos o nascimento da Rita nem queria acreditar. Parecia-me impossível que a data passasse em branco. Fiz uma enorme campanha junto de quem podia na defesa de uma data essencial para a nossa família. E consegui! ... No final da tarde passámos pela pastelaria e comprámos um bolo para cada um. Para a Rita foi um queque que no fim do jantar serviu de bolo de anos com um fósforo a fazer de vela que ela não conseguiu apagar porque não sabia soprar (eu tive de dar uma ajudinha). Para mim foi uma festa.
A Rita, minha irmã, festejou ontem o seu aniversário. Como bolo de anos tivemos um cheesecake com duas velas e para as soprar, a ajuda da Alice ...
Ana Cristina

segunda-feira, dezembro 15, 2008

sexta-feira, dezembro 12, 2008

Recordações

"- Eu vejo o que está atrás das coisas. Não posso ver a tua cara, mas sei que és bonita; não posso ver o teu aspecto, mas posso conhecer a tua alma. Nunca vi os teus códices, mas vi-os através das tuas palavras. Posso ver todas as coisas em que acredito. Posso ver a razão de estarmos aqui e para onde iremos quando deixarmos de brincar.
Malinalli começou a chorar em silêncio e a avó perguntou-lhe:
- Porque choras?
- Choro porque vejo que não precisas dos olhos para ver nem para ser feliz - respondeu-lhe - e choro porque te amo e não quero que partas.
Com ternura, a avó tomou-a nos braços e disse-lhe:
- Nunca me separarei de ti. Cada vez que vires uma ave a voar, aí estarei. Na forma destas árvores, aí estarei. Nas montanhas, nos vulcões, no milheiral, estarei eu. E, acima de tudo, cada vez que chover, estarei ao pé de ti. À chuva estaremos sempre juntas. E não te preocupes comigo, eu fiquei cega porque me aborrecia que as formas me confundissem e não permitissem ver a sua essência. Eu fiquei cega para regressar à verdade. Foi uma decisão minha e estou feliz por ver o que agora vejo."

in "Malinche", de Laura Esquivel

Rita

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Filho homem 3

Já se pode imaginar o fim desta saga...
Na vida, adquirimos muitas certezas quando nos imaginamos na iminência da perda. De maneira que, já eu previa um filho homem na minha vida com agrado, quando se colocou a questão do coração, o dito com uma membrana cuja integridade deixou dúvidas. E bastaram meia dúzia de dias até um exame para eu ter a certeza seguríssima que já não dava para deixar o pilas não entrar nos planos de futuro. Ele estava cá e tinha vindo para ficar. Deixando-nos obviamente felizes, aos três, aos mesmos ditos três que já compunham esta família e que haviam desejado uma outra miúda.
Rita

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Filho homem 2

A primeira vez que me apercebi que o puto começava a tornar-se uma ideia agradável na minha vida, foi ainda nas férias, pouco tempo depois das 12 semanas. Estava numa praia e reparei numa família de estrangeiros, pai, mãe, filha rapariga mais velha, talvez com 06 anos, e filho rapaz mais novo, talvez com 02. Ambos lingrinhas, loiritos e com olhos azulões. «Olha nós daqui a uns tempos...» Assim, quase sem dar conta.
Depois vieram as lojas. Um olhar ligeirinho para a secção do lado de lá, «Já agora, deixa ver as roupas, a ver se vejo alguma coisa gira.» E as primeiras pesquisas pessoais, não a pensar nos amigos pequenos, mas em mim, em nós. Nele.
A história será mais ou menos comum. Uma pessoa vai-se mentalizando e "forçando-se" mais ou menos a pensar com naturalidade nas coisas que começam por ser... menos agradáveis para nós. De tal forma que, quando o género se confirma, a notícia já não entristece, até já tem os cunhos positivos que tivemos possibilidade de atribuir. Mas claro, ficam resquícios a que a nossa mente se agarra.
No caso deste pilas, chateava-me particularmente a questão do quarto. O quarto da Alice, tão amorosamente preparado por nós, com móveis aproveitados e repintados de cor de rosa e verde, com flores... O quarto que teríamos de modificar, sabe-se lá para o quê, com o prejuízo do rosa ser algo essencial na vida dela actualmente.
Pela minha cabeça não passava qualquer ideia para aquele quarto. E eu habituava-me a olhar para as roupitas dentro do roupeiro, e a pensar «sabe-se lá se tornará a ser usado», mas sem qualquer pesar. Depois fechava o roupeiro e ficava a olhar para as flores, para o rosa. Sem ideias, vazia de formas de incluir o pilas naquele espaço.
Decidi esperar. Não ia forçar qualquer decoração, o rapaz não ficaria traumatizado de dormir temporariamente num quarto em tons de rosa e verde, com flores.
E depois, um dia, a ver uns livros infantis, a imagem bateu. De repente. Uma inspiração suficientemente vaga, mas suficientemente certeira, sobre desenhos, cores, coisas. E nessa altura senti-me feliz. A minha mente abria-se para o meu filho menino. Começava a incluí-lo, a amá-lo. Estava pronta para o receber.
(continua)
Rita

terça-feira, dezembro 09, 2008

Filho homem 1

Dentro desta minha barriga (ainda vergonhasamente não fotografada, nem aqui nem em lado nenhum) nada um rapazola. Isso mesmo, um pilas.
O palpite foi dado logo na ecografia das 12 semanas. Eu estava invulgarmente sozinha e senti-me triste. Triste, tão triste, como se não soubessemos desde que engravidamos, que há cinquenta por cento de hipóteses para cada um dos géneros... Triste, tão triste, como se fosse algum problema, algum drama... Triste, tão triste, que ouso (também vergonhosamente) confessar aqui que até derramei umas lágrimazitas por causa disso... Triste, tão triste, que a certa altura não sabia se as lágrimas eram por causa disso, se por causa do motivo completamente ridículo para me sentir triste e que me fazia sentir verdadeiramente parva...
Sempre me imaginei com filhas, sempre olhei para as roupas de meninas e no fundo, no fundo, achei que a minha sina era ver-me rodeada de xxs... Acho que estive sempre convencida disso, nos mais pequenos gestos e pensamentos.
Vejamos. Tenho uma irmã com quem partilho uma grande e profunda amizade, uma prima direita (a morar longe), dois primos também direitos (e também a morar longe) com quem perdi o contacto próximo no início da juventude, duas primas emprestadas e algumas amigas. O meu mundo foi muito de mulheres durante muito tempo e eu acho que só comecei a aprender a lidar com o sexo oposto quando dei o meu primeiro beijo num dos exemplares (já tardiamente, dirão alguns).
Como acontecerá com muito boa gente, as minhas expectativas foram traídas pela realidade, e fiquei sem saber muito bem o que fazer com isso. Sente um rapaz da mesma forma que uma rapariga? Liga às mesmas coisas? Pensa no mesmo? Sofre ou encanta-se com o mesmo? E eu, como mãe, seria capaz de providenciar as necessidades de um filho rapaz? De falar com ele? De chegar até ele? De o perceber, de fazer com que ele me percebesse a mim? E, claro, a pergunta crucial: de o amar intensamente, não sendo ele "o esperado"...?!
Muito sinceramente, nunca me imaginei ser o "tipo de mulher" que chora quando sabe que vai ter um filho de género diferente do esperado. E, de certa forma, isso desiludiu-me muito mais do que a notícia. Fui contando à minha volta o que sentia, como forma de me apaziguar. Resulta sempre: ouço-me em voz alta e palpo o ridículo até o matar num frente a frente. Quando dei por mim, o miúdo estava a entrar na minha vida...
(continua)
Rita

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Há uma semana...

No dia 01 de Dezembro viveram-se novidades relacionadas com os dois filhos, que devido a outras questões mais prementes na altura (e já contadas), ficaram por relatar aqui.
O bebé ainda embalado na minha barriga de matriosca resolveu dar notoriamente de si para que eu, sem qualquer margem para dúvidas, passasse a ter a certeza que as sensações há alguns dias tidas eram mesmo provocadas por ele. Foi de manhã, acabadinha de acordar, e deixou o pai perceber e tudo, para que pudéssemos partilhar os dois o momento. É único e hoje dei por mim a pensar que não há fotografia que se tire, filme que se faça, ou descrição escrita que seja equivalente a saber como é. E que não terei muito mais oportunidades na minha vida para o apreciar. E que me esquecerei de como é. E de como (pelo menos para mim), não há mais nada parecido. E de como é mesmo tão bom.



Por sua vez, a menina que já esteve na minha barriga há três anos e tal, foi no dia 01 ao cinema pela primeira vez. Ia muito entusiasmada e não gostou nada de nos ver ir embora a dizer que já tínhamos os bilhetes mas só para dali a umas horas. Mesmo sem pipocas (andava com umas cólicazitas nesses dias) e com o écran a meia dúzia de metros (segunda fila), adorou a experiência e assim que saiu cá para fora disse que queria ir ao cinema outra vez. Acho que o filme foi confuso para ela e que não o percebeu bem, mas portou-se lindamente e agora gosta de cantar a música: «Ai like tomobi mobi» (para os menos entendidos na linguagem: «I like to move it, move it»).
Como vêm, por aqui, o início do mês de Dezembro só trouxe boas experiências.
Rita

terça-feira, dezembro 02, 2008

Acontece...

Entro pela sala onde será realizada a ecografia morfológica cheia de boas expectativas e sorrisos. Já sei como é, tenho alguma experiência nisto, sei que vai ser demorado, que a médica me vai dar toda a sua atenção, que tenho muito tempo para contemplar o bebé por esta maravilhosa janela de ultrasons.
Ela vai vendo tudo, ensinando, sorriso nos lábios, a tirar medidas, vê o sexo, garante que está tudo bem, fémures e húmeros praticamente do mesmo tamanho, bexiga, rins, pulmões, crâneo, palato, boca, cabeça maior que perímetro abdominal, os vinte dedos das mãos e dos pés, tudo. Quase tudo. A mim vêm-me as lágrimas aos olhos, como foi de todas as outras ecos da primeira vez e como ainda não tinha sido da segunda. Depois a médica não consegue ver com pormenor o coração porque o bebé está de costas, «saia, beba uma bebida açucarada, ande um bocadinho que eu já a chamo novamente». Faço isso, com aquela lembrança de já da outra vez ter sido assim, mas porque o bebé teimava em não abrir uma mão e deixar contar os dedos.
Torno a entrar, de sorriso, a deitar, a oferecer a barriga. A médica prescruta, desta vez o bebé está numa boa posição, dá para parar a imagem, logo a seguir já mudou. E, depois, de repente, ela pára e diz: «Rita, eu não quero que se preocupe, mas vou sugerir que faça um ecocardiograma fetal. Não consigo ver bem o coração, mas parece estar tudo bem, aliás, está tudo bem com o resto. Não quero que se preocupe, as grandes malformações cardíacas são perfeitamente visíveis. Um ecocardiograma fetal é a mesma coisa, uma ecografia feita por um cardiologista pediátrico, uma eco que incide sobre o coração. Eu estudei seis anos de obstetrícia, ele estudou seis anos de cardiologia, vai ver muito melhor do que eu. É que o coração é difícil de ver, é um órgão pequeno, constantemente em movimento, e o bebé também se mexe. Só não consigo ter a certeza se esta membrana aqui, está a ver, está totalmente íntegra.»
Não estou a ver nada. Não percebo nada, não interpreto nada. Visão, audição, todos os sentidos, entram numa espécie de túnel onde se pensa que nos estão a dizer, única e exclusivamente, que o nosso bebé tem um problema cardíaco. Tenho vontade de chorar, não me ocorre nenhuma pergunta, nenhuma dúvida, só o medo. Saio para fora do gabinete e na recepção marco o novo exame. Dali a uma semana. Uma semana de espera para ver se está tudo bem. Uma semana com a indicação de não me preocupar.
Já em casa, apercebo-me que não perguntei nada. Nome do médico, consequências de uma qualquer interrupção numa qualquer membrana, preço, nada.
Os primeiros dois dias, dia e meio, ando estranha, não me concentro o suficiente no trabalho nem em nada, há uma tristeza que me preenche e que está sempre lá, por baixo de tudo. E depois converso, ouço, pesquiso, descubro que o exame é mais comum do que pensei, que as indicações para o fazer são mais que muitas. Descontraio. Faço o melhor para, conscientemente, não me preocupar... em demasia.
Impassível à minha preocupação, ou quem sabe ligeiramente influenciado por ela, o coração do meu bebé bate. À velocidade normal, com tudo normal, tamanhos normais, localização normal, cavidades normais, artérias e veias normais, membranas normais, fluxos de sangue normais, todos os nomes esquecidos que aprendemos na escola. O meu bebé tem um bom coração, normal, e fez questão de o mostrar hoje, no exame, ao médico e à mãe. Como é normal, eu estou muito contente.
Rita

terça-feira, novembro 25, 2008

A Turma

Ontem fui ao cinema ver um filme muito interessante. Numa escola secundária localizada nos subúrbios de Paris e habitada por comunidades emigrantes de origens diferentes, uma turma retrata muitos dos conflitos da adolescência actual, e a sua interacção com a escola. A acção dos professores, as suas atitudes e impotências perante esta realidade está presente neste filme, que mostra o quão importante é qualquer que seja a acção de um docente.
Filmado sem preconceitos, temos a ideia de estarmos dentro da escola com uma câmara escondida. Assistimos a conversas entre professores, a reuniões com encarregados de educação, ao decorrer de aulas. Tudo isso com aquela sensação de ser tudo espontâneo.
Sem muito mais para dizer acerca do filme “A Turma”, que na sua forma original tem um título muito mais interessante (“Entre les Murs”) aconselho a todos; jovens, menos jovens, professores, alunos, pais ou futuros pais, gente que se interessa pelo mundo em que vivemos… a verem este filme. Eu vou comprar o livro que lhe serviu de origem.

Ana Cristina

segunda-feira, novembro 24, 2008

Observações várias, para não esquecer o(s) momento(s)

- Ontem foi a primeira vez que a Alice quis levar uma malinha com ela quando saiu de casa. O pai tinha acabado de fechar a porta para ir buscar o carro, que havia ficado estacionado mais longe, e ela grita do quarto, para onde tinha acabado de ir a correr, algo do género: «Esperem, eu estou aqui, também vou!». E aparece de repente, a correr, agarrada ao saco-mochila da escola, enquanto eu a tranquilizava que ainda estava em casa, o pai só tinha ido buscar o carro. Olhei de forma estranha para o saco: «Porque é que trazes o saco da escola? Não vamos para a escola, vamos para os anos da bisa M.». E ela: «Quero levar uma mala. O pai leva uma mala, tu levas uma mala, eu também quero levar uma mala.» E levou, uma muito giraça, a primeira da sua vida.
- Ainda não sinto o meu bebé, às 21 semanas. Começo a ter hesitações sobre algumas sensações, tal como tive na primeira gravidez. «És tu? Olha, isso foste tu aí em baixo?». Ainda não responde ao toque, nem à voz, nem a nada, aparentemente. Confundem-me as sensações leves, que não se parecem com mais nada e que, de facto, me suscitam ideias de que é ele. Não deveria estar a sentir? Não devia ser mais experiente nisto? Não deveria perceber logo logo, sem me interrogar?
- Quando fazemos um desporto na gravidez, toda a gente fica a conhecer o nosso nome muito rapidamente. Senti isso da outra vez com a hidroginástica e agora com o pilates (também faço Rute, mais ou menos desde a mesma altura que tu! foi transmissão de pensamentos gravídicos!). «Está bem, Rita? Tenha cuidado, Rita... Essa cara significa o quê, Rita? O melhor é não fazer isto assim, Rita...» Tenho ideia que há colegas há muito mais tempo ali do que eu, mas é o meu nome que é referido a toda a hora. É engraçado. Uma gravidez acaba mesmo por ser quase sempre partilhada, mesmo que pouco visível, mesmo que com pouca interferência.
- A azia ainda não está aí em força, mas começo a pressenti-la. É horrível ter azia. Uma sensação de acidez e queimadura ao longo da garganta e diafragma (?)... Sou uma sortuda de só ter sabido o que era isto na gravidez. Nunca antes delas e nunca mais depois, espero. E já agora: é redondamente mentira que quando se tem azia os bebés nascem cabeludos (claro que sim, né?! mas é só mesmo para o pessoal com essa dúvida ficar a saber...). A Alice nasceu praticamente careca.
Rita

domingo, novembro 23, 2008

Prendas antecipadas


Os avós perderam a cabeça e ofereceram à neta (já pelo Natal), estes sapatos lindos - mas tão caros - da Camper, uma das minhas marcas de calçado preferidas... Ela adora-os (estão cheios de "pintarolas"! para quem não esteja actualizado, os novos "smarties") e devem ser super confortáveis, porque andou com eles o dia todo: de manhã em casa, sem meias, à tarde já vestida a rigor para a grande festa de aniversário (80!) de uma das bisas. Não são o máximo?!
Rita

quinta-feira, novembro 20, 2008

Duas gravidezes


Tal como na primeira, vimos os dois o resultado do teste ao mesmo tempo, e tal como na primeira, ficámos os dois muito felizes. Tinham sido as duas muito bem planeadas, tinha havido idas ao médico e análises e eu seguia atentamente os dias no calendário. Tudo o resto foi diferente.
Desta segunda, eu soube, de alguma forma física ou instintiva, que estava grávida antes de fazer o teste. Era algo que estava relacionado com uma sensação nos ossos da anca quando fazia o movimento de me levantar da cama pela manhã. Ou a ligeira náusea a acompanhar-me pelo dia fora. Ou o sono. Ou poderia estar totalmente enganada, claro...
Desta segunda, descontraí e tive quase de me forçar a ir ao médico pela primeira vez pouco tempo antes das 12 semanas. Contámos mais cedo a toda a gente, não comecei a tomar logo o ácido fólico e não tive problemas em falar com o médico sobre o impedimento ao trabalho nocturno (o que na primeira aceitei até aos 08 meses...!).
Desta vez, entrei na grelha de partida com mais dois kg e, talvez por isso ou não, não me habituei ao crescimento abismal do peito logo de início. Da mesma forma, a barriga arredondou e eu senti-me gorda. «É que da outra vez não foi assim», ouvia-me a dizer...
O que descobri ser igual e deixei de achar que estava relacionado com as mudanças de estação do ano, foi aquela passividade e até desânimo do primeiro trimestre. O que descobri ser maior, mas mesmo muito maior (para além do peito e barriga) foi o sono, a começar muitas vezes antes das 22H30 e talvez sob influência dos - esses sim, totalmente novos a cada dia que passa - três anos de maternidade.
Enjoos, nada. Como se desta vez o corpo já reconhecesse tudo isto. E talvez seja mesmo isso, não sei, é uma segunda vez mas já não é tudo totalmente novo.
As contracções, por exemplo. Agora sei exactamente quando as tenho (aquelas não dolorosas que representam a preparação do útero para o grande momento), já não preciso de uma máquina de ctg para saber disso.
E há o toxoplasma, é importante de referir. Eu não sou imune ao dito. Não era da primeira e tornei a não ser da segunda. E se me achei informada pelo médico antes, agora, pelos meus próprios meios acrescentei mais alguns dados relevantes. E por isso comi ontem uma deliciosa sandes com carne e salada lá dentro. Não o faço por hábito, mas fi-lo ontem. Sem stresses e angústias.
E agora aguardo ansiosamente pelas iguais e diferentes mexidelas dentro de mim, pelo ondular da embalagem exterior, a mostrar a dança de quem anda lá por dentro. Ou por soluços, nunca antes experimentados.

Rita

A propósito da fotografia... não confirmo nem desminto a existência cá por casa, numa gaveta da casa-de-banho, dos dois ditos testes... até porque isso seria um romantismo um bocado nojento, que pode vir a denegrir a minha imagem...

Ensaio sobre a cegueira (2ª parte)

Queria deixar aqui a minha opinião acerca do filme que acabei de ver mas, tal como me acontece quando algo me toca profundamente, também hoje está a ser difícil expor-me.
O que sinto? … O mesmo aperto que experimentei quando li as palavras escritas e o interpretei como uma lição para a vida. Aquela angustia de “ver” a humanidade descrita de forma tão crua e nua mas ao mesmo tempo tão esperançada no poder da consciência social. Se a cegueira dos que “vendo, não vêem” é inibidora de uma sociedade saudável, talvez só tenha essa percepção quem tem a consciência da sua própria cegueira… e essa aprendizagem dói.

Em relação ao filme só tenho a dizer bem. Uma interpretação muito fiel do romance de Saramago (que é positivo pois o livro está cheio de imagens muito fortes), numa realização em que gostei muito por nos apresentar um retrato de um caos social onde a perda da dignidade quase fere quem vê. Blindness é um filme violento por violenta ser a sua história, mas poupa-nos a cenas explicitas de agressividade desnecessária, deixando que a imaginação faça a sua função. Há várias cenas marcantes e será até injusto referir uma, mas não posso deixar de assinalar a das mulheres cegas que lavam a mulher morta restituindo-lhe a dignidade perdida.
Concordo com esta e esta opiniões. E, mais uma vez, se classificasse esta obra numa escala de 1 a cinco daria 5.
Convido as nossas poucas visitas mas muito fiéis, que devem ser todas mulheres, a pensarem e exporem (se quiserem, claro) a sua interpretação acerca dos papéis sociais femininos e masculinos desta história. E se não a conhecem, não deixem passar. Vão vê-lo antes que a cegueira branca também vos atinja a vós.

Ana Cristina

terça-feira, novembro 18, 2008

Começam os preparativos para o Natal

Pouco mais de um mês antes do Natal começo a fazer projectos de pequenos presentes e lembranças que possam ser elaboradas por mim ou pelas Oficinas.
Como já tivemos oportunidade de o contar aqui, as Oficinas começaram por, estas duas irmãs, elaborarem presentes em conjunto para as suas amigas. Em determinada altura já toda a família aguardava uma originalidade nossa. No início chegamos a fazer umas caixinhas forradas para servirem de porta-chaves e umas latas para porta-lápis (uma ainda está na casa dos pais) e até por um conto que a Rita escreveu (no tempo em que ela queria ser jornalista e escritora como a Alice Vieira) para uma troca de presentes. Anos depois pintámos umas caixas de madeira para as nossas amigas, e umas calças para a Ana… e aí começou a aventura dos pincéis…
Penso nisso e lamento não ter tempo para me dedicar às nossas criações e este ano ir toda a gente corrida a presentes Oficinas RANHA
Hoje estive a fazer a lista das pessoas a quem vou oferecer presentinhos e, tal como em anos anteriores, assustei-me por ser tão grande. Espero que, tal como nos outros anos, a consiga cumprir… e espero através das Oficinas oferecer alguns originais (já tenho uma lista de material para comprar amanhã).
Ana Cristina
Mais um fim de dia... quase sem energia...
Rita

segunda-feira, novembro 17, 2008

"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."

Ontem fui ver o "Ensaio sobre a Cegueira" em filme. Já li o livro há uns anos valentes, mas pareceu-me "relê-lo". Gostei muito.
O livro é um marco nas minhas leituras, marcou-me profundamente, penso que mais do que qualquer outro do Saramago. E aconselho-o sempre, a qualquer pessoa, principalmente a quem queira ler algo do autor.
O filme é uma verdadeira adaptação e sabemos o quão isso é difícil de atingir. Só por tentar, eu já tiraria o chapéu a Fernando Meirelles. Mas considerar que de facto ele conseguiu transmitir o desespero sentido por quem lê a obra, aquela imensa depressão de quem chega a determinado momento e sabe, sabe porque sim, que seria exactamente assim, que o mundo se transformaria naquilo, que nós chegaríamos tão baixo... e claro, por conseguinte, o terrível e irónico alívio de chegar ao fim e pensar que tudo não passa de uma história...
Aconselho, não percam. Mas, se tiverem de escolher, escolham obviamente o livro. Porque a imaginação é tão mais poderosa que os olhos...
Rita

segunda-feira, novembro 10, 2008

Senhoras e senhores, meninos e meninas, respeitável público leitor, possíveis fãs e afins:
Cumpre-me informar que devido a um prazo apertado e importantíssimo no trabalho, não virei a este espaço até quinta-feira. E, confesso, mesmo nesse dia não creio, devo estar tão arrasada com as horas tardias de adormecimento, as madrugadoras de alvorada e as diárias de stress constante, que acho que será o sofá o meu grande e quase único amigo...
Até ao meu regresso (e com o meu, o de cá da casa, filha diabrete e filho embalado incluído)!

Rita

quarta-feira, novembro 05, 2008

Outra dela...

(... para não me esquecer... isto provavelmente agora vai ser até vocês ficarem enjoados... dêm um desconto, as mães são sempre babadonas das coisas mais comuns que os filhos digam...)
- Mãe, quando o meu bebé sair cá para fora, vais pôr aqui [faz um gesto com os braços como se fossem um berço, presumivelmente estará a falar do colo dela] e depois ela [é quase sempre uma "ela" nas suas palavras] vai usar isto [o cachecol que tinha à volta do pescoço]... e eu vou emprestar-lhe as minhas roupas...
Rita

Isto hoje não dá para mais, o tempo está em conta-relógio...

terça-feira, novembro 04, 2008

Cá em casa...

... há outros gatos que não o Pilas. O gato dos chinelos, por exemplo.
Quando chega da rua é recebido com muito entusiasmo. Deve trazer muitas novidades de um mundo cheio de cheiros estranhos...

Ana Cristina

segunda-feira, novembro 03, 2008

O nosso bebé

Ontem contámos à Alice que a mãe tinha um bebé na barriga, que por isso ia ficar com a barriga grande, ia ficar gorda, que ela ia ter um mano ou uma mana e que podia fazer as perguntas que quisesse sobre isso, quando quisesse.
A parte de não podermos escolher o género não a convence totalmente, a ela que quer uma mana a todo o custo. Perguntou quem escolhia se o bebé era um mano ou uma mana, como se pudesse ir dali intimar o responsável da sua vontade.
De toda a curtíssima conversa, o que achei mais graça foi a expressão dela de alguma surpresa quando lhe disse que este bebé era nosso, de nós os três.
Não reagiu muito e, embora tivesse dado dois beijinhos na minha barriga quando uns amigos saíram cá de casa, não tornou a falar no assunto e recusou a minha proposta de contar esta novidade aos tios.
Hoje, quando subia as escadas da escola no final da tarde, uma Auxiliar disse-me que a primeira coisa que a Alice tinha feito quando chegou ao recreio tinha sido dizer-lhe: «sabes Carolina, a minha mãe tem um bebé na barriga.». Garantiu-me que ela estava muito contente e que tido contado a toda a gente, o que eu vim a verificar pela quantidade de parabéns que fui recebendo.
Quando cheguei à sala do ATL, a Alice correu para mim, deu-me um beijinho na barriga e estendeu-me metade da carcaça com manteiga dela. E acrescentou: «o bebé pode comer pão?».
Já em casa à noite, utilizou a expressão «o meu bebé na tua barriga»...
Relembro isto e sorrio, mas quase de lagriminha no canto do olho. A minha menina dá os primeiros passos no maravilhoso mundo de quem tem irmãos.
Rita

sábado, novembro 01, 2008

Noutros tempos...

... hoje estavamos a arrumar a casa e a descansar da festa da noite passada.
Como num outro Carnaval, a Noite das Bruxas entrou no nosso calendário quando cá em casa se faziam pequenos festejos por qualquer motivo. Durante vários anos a data serviu para festas privadas, decoração especial e cozinhados muito próprios. Foi mesmo parte do ritual de entrada na família e grupo de amigos. E como na festa de Fevereiro foi deixando de ser festejado ao mesmo tempo que as famílias foram aumentando e fomos envelhecendo.
Ontem à noite, em vez de me mascarar de bruxa, vampiro ou morta-viva estive a ver fotos.

Ana Cristina

quinta-feira, outubro 30, 2008

Viver para contá-la

de Gabriel García Márquez


Como já tive oportunidade de o escrever aqui, este é o meu autor preferido, se é que posso distingui-lo de entre os vários que gosto muito. Acontece que dele já li todos as obras publicadas em português, se forem os dezoito que penso serem, e de todas gostei muito. Talvez seja pela capacidade com que, através da sua escrita, nos transportar para um ambiente cultural onde se misturam os factos reais com as figuras mitológicas e com as crenças populares.
Este é um livro autobiográfico, publicado em 2002, e que aguardava na minha estante por dias de dedicação por inteiro. Mais uma vez me senti transportada, como se de um filme a preto e branco se tratasse, para uma realidade desconhecida, onde um menino tímido que gostava de cantar se torna num homem tímido que será um grande escritor. Nesta obra conseguimo-nos aperceber da evolução de um homem das letras, que reconhece os seus defeitos literários, expõe os seus momentos de fracasso como contista e, sem pretensões escreve como as suas vivências pessoais, tal como alguns dos momentos marcantes da sua vida foram aproveitadas nos seus contos e romances. E conta-nos a sua história como se de uma conversa se tratasse.
“Viver para contá-la” é um livro que gostei muito. E só para vos dar um gostinho, mostro a frase de introdução, escrita pelo autor:

“A vida não é a que cada um viveu, mas a que recorda e como a recorda para poder contá-la.”
Ana Cristina

quarta-feira, outubro 29, 2008

Foi descanso, leitura e até sol

Finalmente estive de férias. Foram duas semanitas. Nos primeiros dias pratiquei baby-sitting à sobrinha e à mana que, como já sabem estiveram a morrer. E eu não podia deixar que tal acontecesse e rumei lá para casa para cuidar de quem necessitava, ou não fosse esse o papel de uma irmã-tia maravilhosa e enfermeira. Na verdade o meu papel terapêutico foi o de amenizar o ambiente, ou seja, fazer companhia à mãe e brincar com a piquena, que as sopinhas e as comidinhas boas ficaram a cargo da madresita, também conhecida por avó. Em resumo, apanhei um síndrome gripal que durou dois dias e que curei deixando passar como é costume. Depois passei uma semana no Alentejo onde pus sono em dia, apanhei um solinho na praia enquanto noutras bandas houve cheias, descansei e, LI UM BOM LIVRO. Actividade que já não praticava havia algum tempo. As leituras dedicadas ao mestrado, e mais recentemente à tese, fizeram-me afastar dos meus adorados romances, mas a necessidade de adiar a entrega da tese deu-me também a urgência de recuperar, por algum tempo, o que também gosto de fazer. Falta agora pegar também nos pincéis para me sentir eu.
Recomecei a trabalhar no final da semana passada e já ia de férias outra vez, mas não pode ser…
(escrito na segunda, mas por imposições técnicas que só à cinco minutos se resolveram – era um problema de falta de sinal, disseram – só agora foi possível aceder a este cantinho)
Ana Cristina

terça-feira, outubro 28, 2008

Sem chucha!

A Alice está a dormir sem chucha desde Domingo.
Foi uma autêntica casualidade e surgiu de forma completamente natural. Perdemos a chucha em casa. E perdemos mesmo, deve ter deslizado para baixo de algum móvel e não damos com ela. A bem dizer, quem a perdeu foi ela, no Sábado de manhã, e como não a víamos, nem nos lembrámos de a levar para casa dos avós. Eles tinham lá uma outra e ela teve uma para dormir de Sábado para Domingo.
A questão pôs-se quando, Domingo à noite, começámos a procurar a chucha e não a encontrámos. Conversei com ela e expliquei-lhe que teria de dormir sem a chucha e que não ia custar assim tanto porque no carro ela já dormia sem essa ajuda e havia muitas outras vezes em que esta lhe caía da boca e ela não precisava dela. Tínhamos uma outra na gaveta, mas decidimos experimentar, porque não queríamos que ela ficasse com a sensação que haveria sempre uma sobresselente, ainda por cima eram de modelos diferentes.
Ela acedeu e até de forma tranquila. Dormiu lindamente, acordou cedo mas acho que ainda dentro da influência da mudança da hora.
Fizemos-lhe uma festa. E, por mera coincidência, a chucha da escola estragou-se exactamente ontem (elas estão todas velhotas, têm a mesma idade e têm-se estragado mais ou menos nos mesmos espaços temporais)...! Então, ela teve que dormir sem chucha também na escola...
Em resumo: a Alice está a dormir sem chucha desde Domingo. E apesar de ser ainda cedo para deitar foguetes, decidimos entusiasmá-la e comemorar com um Bolo de Chocolate de Caneca, feito por nós. A ideia é óptima para pequenas comemorações caseiras, vi a receita num qualquer blog que não recordo e deixo-a aqui, para poderem aproveitar a ideia:


Bolo de Chocolate de Caneca (porque se faz mesmo numa caneca)

- 1 ovo
- 4 colheres sopa leite
- 3 colheres sopa óleo
- 2 colheres sopa rasas chocolate em pó
- 4 colheres sopa rasas açúcar
- 4 colheres sopa rasas farinha de trigo
- 1 colher café fermento em pó
Colocar o ovo na caneca, bater com um garfo. Juntar o óleo, o açúcar, o leite, o chocolate e bater bem. Adicionar a farinha e o fermento. Mexer tudo bem. Colocar 03 minutos no micro-ondas na potência máxima.
Atenção a:
* usar canecas de, pelo menos, 300 ml (nós usámos uma tigela e não transbordou nada)
* as colheres rasas são mesmo para ser rasas, para o bolo não ficar duro
* untar a caneca/tigela com óleo (ou manteiga) e farinha (nós não o fizemos e conseguimos desenformar na mesma)
Bons cozinhados e boas pequenas grandes comemorações!!!!
Rita

domingo, outubro 26, 2008

Bendita individualidade

A Alice, ontem, no carro, de repente, a propósito da altura em que o Tiago Bettencourt começa a cantar, na rádio, o seu remake do "Pó de Arroz", do Carlos Paião:
- Mãe, gosto desta música.
E eu, que não aprecio e acho que nunca apreciei Carlos Paião (embora em determinada fase me agradasse aos meus ouvidos de miúda, como parece acontecer com todos), sorri de mim para comigo, com aquela tão espontânea afirmação de individualidade. E cantei a plenos pulmões o refrão, esforçando-me sinceramente para aprender as partes que não sabia, só para ter sempre a possibilidade de a agradar...
Rita

sábado, outubro 25, 2008

De como algo que se diz com a melhor das intenções se transforma numa tolice...

Seguindo um conselho num livro, pensei em marcar com a Alice uma data ou época para lhe propor deixar a chucha. Então ontem, enquanto brincávamos as duas na cama, a meio de nos prepararmos para o novo dia, decidi dizer-lhe que podia pensar em deixar a chuchinha no Natal...
E eis como o que se diz com a melhor das intenções se transforma na asneira da semana... Porque queria ir ao Natal, se estávamos a ir para o Natal ou se iamos amanhã, que a mãe não a deixava ir ao Natal...
Desde aí já tentámos de tudo... explicar que o Natal não era um sítio onde se ia e sim uma festa onde se reunem as pessoas da família, que se oferecem prendas uns aos outros, o que só lhe terá disperso a atenção para a última parte da conversa... que o Natal é só depois dos anos do avô, do tio e da mãe, o que fez com que ela quisesse porque quisesse que fosse também depois dela fazer anos e deu origem a uma choradeira porque queria fazer anos... que o Natal era quando fazia frio e chovia... se não se lembrava do Natal do ano passado, na casa da Bisavó M, com o rol de familiares que estiveram presentes... Experimentámos também a técnica do calendário, explicar que aquilo era o dia em que estávamos (os verdes eram aqueles em que não havia escola e os pretos os outros) e depois ainda falta estes e estes e finalmente chega aqui o Natal, podemos riscar os dias à medida que forem passando para perceberes melhor, o que achas...
Ela pareceu perceber sempre tudo, ficar satisfeita e concordar com as explicações (excepto a dos anos e da choradeira), para logo uns minutos depois perguntar novamente se se estava a vestir para ir ao Natal, que não queria ir à escola porque queria ir ao Natal, e o Natal e mais o Natal, etc e tal...
Também esperámos que se esquecesse, mas hoje, logo pela manhã, tornou a falar no Natal...
Ai, ai, cada vez que penso no tempo que falta para o Natal...
Rita

quarta-feira, outubro 22, 2008

De como os miúdos são surpreendentes...

Entre os finais da Primavera e o início do Verão deste ano, a Alice começou a ter medos à noite.
Não tenho bem presente se pediu primeiro que não lhe fechássemos a porta do quarto ou se não apagássemos a luz. À primeira solicitação não custou a atender, mas a segunda foi sendo aperfeiçoada com o tempo e, por isso, fazendo com que nos custasse mais a cumprir. Ela convenceu-se inicialmente que chegava a luz que vinha das bandeiras de vidro das portas e janela da sala até ao quarto. Mas depois das férias com os avós, tivemos de começar a deixar a luz do quarto acesa, no nível mínimo, mas em todo o caso, acesa. Comprámos uma luzinha de presença no Ikea, mas se bem que ela brincasse tranquilamente com ela durante o dia, receava o boneco aceso durante a noite no quarto...
Como talvez as férias lhe tenham alguma inconstância ao sono, as noites foram-se tornando mais complicadas. Levantava-se várias vezes quando a deitávamos e vinha ter connosco à sala. Queria água, queria fazer xixi. Acordava em diversas ocasiões durante a noite e, com a luz acesa depois, era muitas vezes eu que não conseguia dormir a seguir...
Não se enganem, não era insuportável. Vivíamos mais cansados, mas vivíamos, até com a confiança que o padrão de sono iria serenar e tornar-se tranquilo como sempre havia sido. A Alice sempre dormiu magnificamente bem.
Lemos e pesquisámos e modificámos algumas coisas em nós. Deixámos de lhe dar o leitinho à noite quando ela acordava e pedia, garantindo que ela iria ser, como sempre tinha sido, capaz de adormecer sozinha, sem leite, sem a mão, sem a nossa presença. E foi. Para evitar tantas saídas da cama antes de adormecer, conversámos com ela e dissemos-lhe que estávamos ali, que a ouviriamos, mas que ela precisava de dormir e tínhamos de ser nós a garantir que o fizesse. Nem que fosse preciso apagar a luz ou fechar a porta para que percebesse que não podia continuar a jogar connosco. Escusado será dizer que nunca o fizemos, nem sei bem se seríamos capazes... não lhe fecharia a porta nunca, mas de facto o quarto continuava com luz, mesmo que apagássemos a do tecto. Usámos esse facto para ir tentando novamente diminuir a quantidade de luz.
E, surpreendemente, durante a passada semana, quando estava doente, começámos a ouvir outra vez: «mãe, pai, desapaga a luz.» - o que em alicês significa o acto contrário de acender. E pronto. Desde aí, Alice na cama sem se levantar, sono quase sempre até à hora do despertador, porta aberta, nada de leites, luz apagada, só a que vem da sala por entre bandeiras de portas e janelas.
Rita

segunda-feira, outubro 20, 2008

Invejas

Tenho uma terrível inveja de todo o pessoal das séries americanas que tem um "porch". Isso mesmo, um "porch", "alpendre" em português de seu nome.
Vocês sabem, aquele sítio lá fora, coberto por um telhadinho, onde eles se sentam no final das tardes stressantes de trabalho com uma caneca muita gira, a beber uma qualquer bebida relaxante ou quente ou doce... e a rir... que raios, estão sempre tão relaxados nos seus "porchs"... Ou então têm daqueles baloiços ou cadeiras baloiçantes de verga... e vão para trás e para a frente, a segurar a mesma caneca, um pé em cima e o outro em baixo... ou namoram aí sentados... que nem uns safados... uns safados porque têm direito àquilo, entenda-se, que eu não sou nada contra que namorem, acho muito bem e que mais falta faz no mundo... tivesse toda a gente um "porch" onde pudesse namorar e beber com os amigos e seriam todos mais felizes, parece-me...
Eu bem sei que metade daqueles alpendres são "porchs" de estúdio... e que os senhores provavelmente não têm vontade nenhuma de namorar, nem de beber nem de rir... mas o cinema e a televisão servem mesmo para vender ilusões, e a mim vendem-me aquelas dos alpendres, o que se há-de fazer...
E se calhar, lá nas Américas, os "porchs" nem são nada românticos e os vizinhos estão todos a ver o que estão uns e outros a fazer, se já beberam muito ou se namoraram demais.
Eu não quero saber. Eu queria um alpendre, para relaxar no final do dia de trabalho com o companheiro ou os amigos, um baloiço onde um dia pudesse conversar sobre a vida com os filhos a crescer, ou onde sozinha pudesse só contemplar a manhã a despontar. Um alpendre como o das séries, com sabor a "porch".
Rita

sábado, outubro 18, 2008

Relatos da vida de duas doentes

Fazer um outro post neste blog com os títulos "voltei", "estou de volta", "cá estou", seria cair em mais uma redundância das que se deve tentar ardentemente evitar...
Assim, e de forma grave, escrevo a dizer que estive quase a morrer. Quase. Tão quase como qualquer outra pessoa doente, pronto. Isto porque eu, quando adoeço, sinto-me sempre a morrer. Ainda por cima doente e com uma filha doente, posso dizer que teria estado às portas da morte de certezinha absoluta, se não tivesse eu uma mãe e uma irmã adoráveis que, de longe (do longe dos seus 20 e tal km de distância), não tivessem vindo tomar conta de nós. Sou uma filha afortunada e uma mãe ainda mais.
Bem, a história é rápida: a Alice começou com febre no sábado à noite. Eu fiquei cheia de calores insuportáveis no domingo e passei o tempo todo a abrir janelas de carros e a bendizer o fresco que estava na rua em comparação com o abafado dos outros sítios todos. À noite já eu estava com tosse e na segunda-feira de manhã, no trabalho, com uma pontada nas costas. Ao descer do refeitório já me doíam as pernas também e a cabeça. À tarde já me sentia febril e, basicamente, mal com'o caraças. No final da tarde rumámos a casa dos avós para ir buscar a filha e levá-la, com três dias de febre, às urgências. Filha para umas urgências e mãe para outras.
Resultado: filha com amigdalite viral, mãe com síndroma gripal. E que se desenganem todos, como eu, que pensavam que tinham várias gripes por ano, afinal o que temos tido são meras constipações e tosses. A gripe não engana, é o que nos deixa a morrer.
E pronto: filha para casa com indicação de antipiréticos para baixar febre, mãe com antipiréticos e antibiótico. E mãe doente a tomar conta de filha doente (não fosse a bendita família).
A partir daí foi a mãe a piorar nos primeiros dias (febre até 39º, tosse, dores no corpo todo, vómitos, congestionamento nasal, enfim, estava a morrer) e a filha a arrebitar vinte minutos depois de cada remédio. Ou seja, quase que filha boa para tomar conta de mãe doente.
Depois, a mãe foi ficando boa, só com tosse, pingos no nariz e cansaço estupidamente forte, e a filha piorou de repente, a febre a aumentar novamente, a diminuir o espaçamento entre febres, a demorar a reagir aos antipiréticos. De volta às urgências, filha com otite bacteriana a antibiótico.
Actualidade: Sábado com filha a dormir quatro horas de sesta, mas a acordar bem disposta, mãe só cansada e com dores nas costas, de ter dormido no sofá com almofadas a levantar o tronco, para o nariz não entupir. Filha porreiraça, cada vez melhor, mãe a antever um regresso ao trabalho nada fácil, pautado por uma fadiga intensa e desnecessária quando se tem tanto para fazer e tão pouco tempo pela frente.
Ufa, acabei.
Rita

domingo, outubro 12, 2008

Lição para o futuro

Meus queridos Merrel, minhas adoradas Crocs, meus riquinhos pés descalços...
Que nunca mais me esqueça de levar um par de calçado sobresselente para um casamento... principalmente quando estou grávida (possivelmente com pés ligeiramente mais inchados ou mais gordos, são as duas hipóteses que se levantam, mas completamente invisíveis a olho nu), não levo meias e não uso os sapatos há para aí um ano (e acho que já aí me magoaram ligeiramente)...
Ainda por cima a música foi sempre excelente, os convidados eram festeiros e no fim da festa contei: uma noiva de ténis de desporto, uma convidada de ténis tipo All Star, uma de chinelos de meter o dedo mas de tipo praia, uma de botas até aos joelhos e um ror delas de sabrininhas!
Malditas dores em mais zonas dos pés do que consigo contar pelos dedos dos mesmos... não fosse a felicidade da M e do D e o dia teria acabado com uma ligeira sombra causada pela minha saída com andar de deficiente...
E o que vale ter um homem que vai buscar-nos os chinelos porque ameaçámos ir do carro até casa descalça, santos deuses...
Rita

quinta-feira, outubro 09, 2008

"Menino ou menina - capítulo 1", ou "Despachadinha da silva"

A minha amiga Van falou-me por acaso nas conversas da "despachadinha", mas a verdade é que só quando se começou a saber da minha gravidez é que percebi de facto o que é ela queria dizer.
«Estás grávida? Então e agora, queres um menino não é? Ah, era giro um casalinho, e assim ficavas logo despachada...»
Mas porque carga d'água é que há tanta gente a achar que todas as pessoas quereriam ter um casal de filhos...?! E porque raios acrescentam que assim ficávamos "despachados"...?!
Serei eu obrigada a querer ter só dois filhos?! Não poderei querer ficar por só um?! Ou sonhar com uma grande família?! E estarei mais despachada porque os ditos dois se dividem pelos dois géneros e eu terei hipóteses de conviver e educar um xx e um xy?! Teremos nós que ter filhos e mais filhos para atingir essa dita perfeição de conseguir ter dos dois sexos?! Não poderá haver alguém que gostasse de ter um trio de miúdas ou um par de rapazolas?!
Talvez isto seja aquela sensibilidade extrema das grávidas, mas irrita-me profundamente a conversa de quem parte obviamente do princípio que tenho de ter um rapaz desta vez... que é isso que quero ou que, mais do que tudo, que assim é que é giro... Mas irrita-me ainda mais quando as ditas conversas acabam no quase óbvio «é que assim ficam logo despachados!»... é que nunca percebi que estava a ter filhos para me despachar, muito sinceramente... e o que ainda ninguém me conseguiu dizer é "despachar para quê"...
"Despachar - (...) atender; resolver (...) acabar, terminar apressadamente aquilo que se tinha começado; aviar-se; (...) fazer com pressa alguma coisa (...)"
in "A Enciclopédia 7", do Público
Oh pá! A minha "mai velha" tem três anos e o feijão/ervilha anda só pelas 15 semanas, ainda cá dentro da minha vida interior... Despachar?! Eu ainda estou só a começar!!!!!!
Rita

sexta-feira, outubro 03, 2008

Ainda agora…

“Porque é que havemos de estar a respeitar uma raça miscigenada que veio para um espaço europeu que não é o seu e que nunca nos respeitou…” acabei de ouvir no telejornal, a propósito de uma notícia.
Não foi uma frase isolada… foi um ideal em poucas palavras que já quase não choca, de tantas vezes o termos ouvido. Mas eu não posso ouvir isto e ficar indiferente. E coloco duas ou três interrogações: - Esse senhor é raça pura? Também tem um registo como os animais a certificar que na sua ascendência não há entrada de sangue contaminado? Qual é a entidade que passa esse certificado? Nesse apuramento fizeram como nos animais e eliminaram os defeituosos ou os mais fracos?
Sugiro então de façam uma recolha de fundos e comprem uma ilha, porque, felizmente a nossa raça está cheiinha de gente “misturada” porque não há coisa mais bonita do que uma paleta humana cheia de cores.
Ana Cristina

quinta-feira, outubro 02, 2008

Da Alice, durante estas férias

Na praia, ela a brincar com os bonecos, na areia, ligeiramente afastada de nós:
- Pai, ó pai! Anda aqui.
E o João, do sítio dele, perto de mim, a ler o jornal deitado na toalha:
- Ó filha, anda cá tu...
E logo ela:
- Ó pai, mas é que eu sou uma senhora...
Mas onde terá arranjado esta filha uma tirada destas tão machista...?!
Rita

quarta-feira, outubro 01, 2008

Voltei

Voltei. De férias, para o trabalho, para Lisboa, para as nossas rotinas muito nossas, para novas fases, para as continuações e para os novos recomeços. Para casa. Melhor, mais descansada, com postura zen, decidida a continuar a importar-me mas sem vir para casa a sofrer.
Voltei também para aqui. E com novidades:

Sou novamente uma materiosca.

Rita

domingo, setembro 21, 2008

Não é o primeiro ano que tenho todas as minhas férias em periodo de Inverno mas para a próxima vez que tal ideia me passar pela cabeça espero que me dê uma enorme vontade de ir à casa-de-banho e faça bem fininho. Porque isto de tirar 9 dias em Maio e o restante das férias esperar por Outubro e nem sequer ter uns diasitos no Natal nem nada é mesmo uma ideia de M e que mais valia ter estado bem quietinha. E para acrescentar à programação da treta o F mudou de emprego (o que é bom) e não tira nem um dia em comum comigo (o que é muito mau).
... Se ao menos eu estivesse numa de estudar estatística ou cheia de inspiração para dar ao enquadramento teorico da tese "o brilho literário" que necessita, mas nem isso.
Pois é, se uma está cansada a outra está em stand-by, à espera de um carregamento energético para poder terminar o que está pendente e iniciar novos projectos (que aguardam tempo e disponibilidade). Na verdade, espero que esta fase um período de transição onde os sentimentos ambíguos ou menos agradáveis sejam substituidos por outros bem melhores, cheios de projectos e de motivação para os concretizar... E como sei que a luta para a frente é a melhor forma de ultrapassar os obstáculos vou dar que fazer a esta cabecinha pensante. Começo por aqui, e publico este post. A seguir vou-me dedicar ao estudo...
Até amanhã,
Ana Cristina

quarta-feira, setembro 10, 2008

Eu estou tão cansada e não tenho vindo aqui... o que quer dizer que não tenho vindo aqui porque estou tão tão cansada que vocês nem imaginam...
Ainda não fui de férias mas elas estão mesmo à porta. Este ano, são desejadas como se não as tivesse há anos... e é que nem explicar porquê...
Sinto-me exausta por dentro e por fora e não tenho vontade de fazer nada, nem trabalhar, nem fazer coisas em casa, nem passear, nem pintar, nem bordar, nem escrever o blog, nem ver o mail, nem viajar pela net, nem nada nada nada... só quero pôr-me fora daqui, desta rotina que é habitualmente a minha e que eu habitualmente gosto.
Eu já volto.
Rita

terça-feira, setembro 09, 2008

...

Recordação de uma tarde bem passada na festa. E no final do dia, quando se despediu virou-se para o tio e disse: "Eu não faço mais disparates com o teu corpo, tá bem?"
Esta e outras fotografias da festa aqui, e aqui, e aqui, e aqui, e aqui, e aqui.

Ana Cristina

sexta-feira, setembro 05, 2008

É HOJE ...

Valeram a pena os dias cheios de trabalho e as trocas que ainda vou ter de pagar, mas hoje vou para a Festa. E vão ser três dias de cantoria, de boa mesa e de encontros com pessoal que só vemos uma vez por ano. Porque realmente, não há festa como esta.

Eu, a Rita e a Alice esperamos vê-las por lá.
Ana Cristina

segunda-feira, agosto 25, 2008

Não desaparecemos...

... nem estivemos de férias. Pelo contrário, nestes últimos tempos o trabalho tem sido muito, sem que nos deixe tempo para deixar aqui novidades. É mesmo assim, quem fica em pleno tempo de férias a garantir o trabalho de todos em serviços onde o que há para fazer não diminui com o verão, parece que não tem tempo para mais nada. A única coisa boa é mesmo o pouco transito da IC19. Então os dias são passados na ambivalência de quem queria estar de férias, mas que também gosta de aproveitar os periodos das férias dos outros. De manhã, a caminho do trabalho penso "porreiro, isto é que é bom, demorar tão pouco no trânsito", de tarde "mas porque é que eu não estou de férias a aproveitar o bom tempo, e vou ter de me enfiar no hospital sem ver a luz do dia", de noite ao chegar a casa é bom ter lugar para o carro, mas a cabeça está cansada e as pernas mais pesadas que o habitual...

Quem esteve de férias com os avós foi a Alice, que veio feliz e contente, para a "casa de Lisboa, da Alice, da mãe, do pai, da Fera e do Kaus..." e com pedidos especiais como o de pintar as unhas. Escusado será dizer que a tia arranjou um tempinho para ir comprar um verniz cor-de-rosa para satisfazer o pedido à menina, que ficou muito mais vaidosa ainda.



Ana Cristina

terça-feira, agosto 12, 2008

Desabafo...

Livra que é dífícil descobrir como é que se cola aqui um vídeo do YouTube...........!!!!!!!!! Estou desde ontem para fazer o post anterior!!!!!! E estava a ver que hoje me deitava com a mesma neura com que me deitei ontem...!


Rita

segunda-feira, agosto 11, 2008

Melancolia - o mesmo filme, segundo capítulo

A propósito deste post e para quem, como eu, tem tantas saudades, cá vai:



E já agora, para quiser cantar a acompanhar, cá vai a letra:

"Marmelada de banana, bananada de goiaba
Goiabada de marmelo
Sítio do Pica-Pau amarelo
Sítio do Pica-Pau amarelo

Boneca de pano é gente, sabugo de milho é gente
O sol nascente é tão belo
Sítio do Pica-Pau amarelo
Sítio do Pica-Pau amarelo

Rios de prata, pirata
Vôo sideral na mata, universo paralelo
Sítio do Pica-Pau amarelo
Sítio do Pica-Pau amarelo

No país da fantasia,
num estado de euforia
Cidade polichinelo
Sítio do Pica-Pau amarelo"



Só resta dizer:
Obrigado Gilberto Gil por uma das músicas que acompanha as nossas vidas...
Obrigado Monteiro Lobato, pela criação deste "universo paralelo"...
(e obrigado Unesco, pelo prémio tão bem atribuído de um dos melhores programas infantis do mundo...)


Rita

sábado, agosto 09, 2008

Beijing 2008


Começaram os Jogos. E se há coisa que eu adoro é os Jogos Olímpicos. Tenho uma imensa admiração por todas aquelas pessoas que conseguem chegar ao evento máximo do desporto (sem desprimor para todos os outros campeonatos, e não esquecendo que há muitos desportos que não são olímpicos). Admiro todos os atletas, pela sua capacidade de luta, por se tentarem ultrapassar diariamente.
E hoje adorei ver o judo (o meu desporto) e o desportivismo de quem perdeu a medalha de ouro. Lembrei-me das aulas com o Mestre Bastos Nunes, do ambiente dos campeonatos, da competição saudável. Tive saudades…
Hoje foi o primeiro dia dos jogos e eu apanhei uma entorse no pescoço de estar tantas horas a ver combater, nadar e saltar. Amanhã o sofá espera-me outra vez.

Ana Cristina

Melancolia...

Ai que saudades do Sítio do Picapau Amarelo... o lugar para onde todos antes gostávamos de viajar...
Um dia queria tanto que a Alice também lá fosse...
Rita

quinta-feira, agosto 07, 2008

Os anos da Alice estão a chegar...

Daqui a alguns dias a Alice fará três anos. Seguindo a ideia que me foi dada no ano passado, pensei em deixar novamente algumas dicas para as prendas que o pessoal, se quiser, pode oferecer.
O nosso entendimento é o mesmo do ano passado. A Alice não precisa de uma quantidade enorme de prendas, uma por pessoa ou grupo de pessoas é mais do que suficiente (o preço não é importante!). Afinal, no final do ano revemos aquilo com que ela não brinca, fazemos uma selecção e damos à escola ou a outras entidades... para além disso, preocupa-nos que, no meio de um excesso de briquedos, ela deixe de valorizar o que tem e passe a cuidar das coisas com menos interesse e cuidado. Por isso, vá lá... não exagerem...
Então vamos lá ver:
  • mais uma vez, roupa, livros, música e filmes são óptimas opções, sempre utilitárias e duradouras - é preciso ter a noção que ela gosta imenso deste tipo de coisas;
  • legos e puzzles (o último que lhe dei tem 46 peças grandinhas) são excelentes, das coisas que a Alice mais gosta de fazer e refazer e tornar a fazer;
  • qualquer coisa da "Hello Kity", sei lá, um estojo, uns lençóis, umas cuecas, umas meias, uns ganchos - é a personagem favorita nos últimos tempos, apesar de qualquer outra também fazer sucesso (inclusive Betty Boop, Mickey, etc.);
  • disfarces - ela tem umas asas, mas começa a gostar de se mascarar aqui em casa, com lenços, plumas, "pirosices"; ideias: uma varinha de condão daquelas que faça barulho (viu na casa de uma amiga e adorou), ou um avental pequenino (usou um da última vez em Viana e não havia quem a convencesse a tirá-lo);
  • uma malinha de médicos - começou há pouco a brincar a tratar das doenças dos seus filhotes;
  • alimentos de brincar, para fazer comidinhas com as panelas e os apetrechos que já tem (e a cozinha que vai ter, ahahahah)...

Brinquedos a não oferecer, por favor: bonecos de tipo bebé (ex: Nenucos), porque ela já tem alguns e tende a brincar sempre com o mesmo. Outro: bonecas de tipo menina, porque já vão ser oferecidos.

E que chegue a festa, sem que ninguém se esqueça de guardar os recibos para se trocar o que possa vir repetido (pode parecer estranho mas em somente dois aniversários e três Natais, já aconteceu!)... Obrigado a todos!

Rita

terça-feira, agosto 05, 2008

Desculpem lá... os últimos dias têm tido aniversários e jantares e cinemas e restaurantes novos onde se come demais e por isso se chega a casa sem vontade de vir ao computador... amanhã volto mais cedo e com mais tempo e vontade.
Rita

sexta-feira, agosto 01, 2008

terça-feira, julho 29, 2008

Um post devido

Para a minha querida amiga Dê, que vai partir de férias e deixar o nosso local de trabalho temporariamente mais pobre, cá vai:
A Alice, há cerca de mês e meio, nas nossas férias, a cantar (topem o microfone na mão) e a dançar (ó pró jogo de ancas) com a saia da Laura vestida.
Rita

segunda-feira, julho 28, 2008

No sábado foi dia dos avós e lembrei-me dos meus

Lá em casa nunca demos importância aos dias especiais. Não me lembro de comprar ou fazer presentes porque se ia festejar o dia da mãe ou o dia do pai, ou de receber alguma coisa no dia da criança. Nunca esses dias foram anormais, para além do beijinho especial. Na minha memória está apenas aquele dia da mulher em que, para aí com os meus 12 anos, escrevi um poema para a minha mãe, e que deve ter sido inspirado num que havia pendurado na porta do roupeiro, porque eu nunca tive muito jeito para a escrita, apesar da época dos poemas ...

Mas no sábado foi dia dos avós e eu tive saudades dos meus.
Tive pena de não ter conhecido melhor o avô Bádino, do que ele não viveu em família e do que ele não viveu em sociedade.
Tive lembranças da minha birra de pequenina, e do palhaço de corda que foi pelas escadas abaixo no dia em que o recebi só porque queria que o avô Lisses não se fosse embora.
Recordei-me da avó Conceição, e de ir na rua com ela ... e as pessoas perguntarem: "- É sua neta, D. Mariazinha?" E ela responder "- É, e vai ser enfermeira quando for grande."
E da avó Joana. A avó que fazia as comidinhas que a gente gostava mais. A avó que fazia vestidinhos para as bonecas. A avó que nos ensinava cantigas e representações do seu tempo. A avó Joana de todos os nossos amigos.

Os meus avós deram-me muito boas recordações, lembranças de uma infância muito feliz onde eles tiveram papéis importantes e, até o avô Bádino que morreu quando eu tinha 3 anos, deixou de herança lindas recordações contadas pelos outros, que, com um bocadinho de imaginação, faz-se com que pareça que esteve sempre presente.
Ana Cristina

sexta-feira, julho 25, 2008

E depois não querem que as crianças fiquem traumatizadas...

Nestes mais de oito anos a lidar com meninos pequenos já encontrei nomes muito esquisitos. Assim de repente lembro-me, por exemplo, do Chocholino, da Jearcinercia, do Kleidyr, do Shaara e do Rickelmy. Mas duas gémeas a chamarem-se Somerda e Bereta é que não estava à espera.
Dizem que Bereta é nome de arma, mas o que quererá dizer Somerda???


Ana Cristina

terça-feira, julho 22, 2008

Esconderijos


Como todos os gatos, a Fera gosta de se esconder... Nós ficamos sempre à beira de uma síncope quando a "perdemos", mas, muito sinceramente, não haveria qualquer problema se não fosse por vezes tão difícil encontrá-la justamente quando estamos cheios de pressa para sair de casa e queremos fechar a porta que dá para os quartos, para não ficarem as camas cheias de pêlo...
O último esconderijo, escolhido de manhã, sempre que estamos a sair para o trabalho, é por baixo da cama da Alice. Desafiando o seu volume, aninha-se lá em baixo e só sai quase à força...
Andará a brincar connosco, para nos convencer a não sair de casa...?
Rita

segunda-feira, julho 21, 2008

As rotina dos super-heróis-de-trazer-por-casa que somos todos...

Na sexta-feira a Alice foi para a cama quando os ponteiros ainda não tinham chegado às 20.
Ela tinha ido passar uns dias fora com os avós, mas depois ficou doentita, voltou, ficou dois dias em casa com o pai, voltou para a escola num dia em que jantámos com a família e nos deitámos tarde... na sexta-feira estava de rastos, do cansaço acumulado... e tinha definitivamente vestido a máscara de "miúda diabólica" com que já nos andava a ameaçar nos dias anteriores...
Quando cheguei, ela estava sentada na banheira a chorar. Não queria nada, não aderia a nada, nem às brincadeiras do costume, nem às novidades. O pai parecia estar com vontade de fugir e eu, que de manhã tinha saído de casa ansiosa por ir trabalhar (companheiros adoentados e filhas cansadas é uma mistura explosiva!), pensei que também não ia conseguir lidar bem com aquilo (porque muitas vezes não lido, eu sei...). E de repente olhei para ela e percebi todo o seu desconsolo, o seu cansaço, a sua neura e birra como forma de extravasar (é assim que se escreve?!) aquela energia negativa...
Sentei-me e disse-lhe que quando ela quisesse sair dali devia dizer-me, para eu lhe dar banho. Ela não queria, mas como eu não abandonasse a minha combinação e me mantivesse sempre tranquila, acedeu. Choramingou sempre. Porque não queria champô, porque a água estava quente, porque a água estava fria... e depois foi porque queria o sofá e porque não queria o creme e porque não queria deitar...
Perguntei-lhe se ela queria beber um biberon de leite, a chucha e ir para a caminha e ela aceitou logo. E falei com ela, disse-lhe que percebíamos que estivesse cansada e a chorar, e que não fazia mal, ela que chorasse quanto quisesse porque nós gostávamos dela na mesma, sempre. E que ia para a caminha mais cedo, quando ainda era dia e sem comer a sopa, mas era para que no dia seguinte ela acordasse bem disposta e a rir, porque não podíamos passar os dias a chorar se não não nos divertiríamos nada com a vida.
O João sorriu da teoria toda mas ela aconchegou-se a mim, abriu bem os olhos e acenou-me que sim com a cabeça. E dormiu a noite toda e desde aí tem estado a "boa onda" de (quase) sempre.
Na sexta-feira foi um dia bom, em que a super-mãe não se deixou derrotar pelos poderes da miúda diabólica.
Rita

sábado, julho 19, 2008

Parabéns, Madiba


Vi o meu pai chorar pela primeira vez, em Fevereiro de 1990, quando Nelson Mandela foi libertado. Foi até hoje uma das raríssimas situações em que isso aconteceu.
Eu tinha 14 anos de idade e sabia quem ele era. Sabia o que era o Apartheid por aquilo que lia, e dançava ao som do concerto gravado em vídeo, penso que terá sido o de Wembley. Mas nunca tinha visto o meu pai chorar e surpreendi-me. Não sei se achei exagero ou se pura e simplesmente não percebi. Julgo que talvez tenha pensado que chorar a gente chorava com as situações da nossa vida, ou com os livros e filmes e músicas.
O meu pai e a minha mãe choraram a ver a notícia na televisão, provavelmente sentindo na pele e na alma a pequena grande vitória que aquela libertação significava na luta pela igualdade, depois do fim de 27 anos de prisão do grande líder do movimento antiapartheid.
Ontem, tantos anos depois, vieram-me as lágrimas aos olhos ao ver a notícia do aniversário de Mandela e os parabéns cantados por tantas e tantas pessoas que lhe agradecem a sua grande quota parte na luta por um mundo melhor. 18 anos mais tarde, também eu choro de comoção com os meus pais e interiormente canto... e também agradeço.
Rita

sexta-feira, julho 18, 2008

Cantinho cá de casa...

Tentando voltar à normalidade, recomeço a rúbrica "cantinhos cá das casas" que durante algum tempo foi hábito nosso. Na altura fomos influenciadas por esta menina, nossa amiga da blogosfera que conhecemos pessoalmente na única feira que tivemos oportunidade de ir (única, mas muito boa experiência,que um dia, que sabe, se repetirá) e que já consideramos nossa amiga.

Esta semana mostro o cantinho dos gatos, na minha sala, onde se encontram dois gatinhos em porcelana, oferecidos por duas amigas, e umas informações em forma de livros, que me deram toda a sabedoria teorica acerca de felinos. A prática veio com o Pilas, que já todas conhecem.



Ana Cristina

quarta-feira, julho 16, 2008

Eu queria, mas o adiantado da hora não ajuda...

Vinha no caminho a preparar mentalmente o post que ía fazer mas, defenitivamente, o trânsito não colaborou, e o sono apoderou-se da minha mente e a fotografia ainda não tem os retoques necessários para ser editada.
Fica para amanhã.
Ana Cristina

segunda-feira, julho 14, 2008

Outros meninos cá em casa

Neste fim-de-semana não tivemos cá a Alice.
Desde muito cedo que nos habituámos a deixá-la ir. Primeiro, enquanto mamava, só por umas horas. Depois uma noite de longe em longe, a partir dos dez meses. Uns dias, já depois do primeiro ano. Uma semana de vez em quando, a partir daí. Nunca mais do que isso, eheheheh.
Não é que não custe. E não é que passe a custar menos. Sofre-se um pouco (pouquinho... assim fininho) por antecipação, quando se pensa que não se vai tê-la nos dias seguintes a cantarolar pela casa. E no dia em que sabemos que ela vai. Mas depois fica uma tranquilidade boa, de sabê-la bem e de nos recuperarmos a nós, a nós enquanto seres individuais que somos, a nós enquanto par de compinchas também. Uma tranquilidade feita de manhãs dormidas até mais tarde, de refeições fora, de cinemas, disso também que vocês estão a pensar, dos ritmos que se quer, da vida como era antes... mas melhor porque ela existe e, mesmo longe, está lá e é "nossa".
Este fim-de-semana foi só para nós e deu para tudo, para ver televisão, para estar com amigos, para almoçar fora com calma, para ir ao cinema... e principalmente para avançar com trabalho que já deveria estar feito - uma conquista que me deixou cheia de orgulho de mim mesma...
Como não tínhamos miúdos, matámos as saudades da filha com o João, que quase comeu pão pela primeira vez na nossa casa...
Rita