quinta-feira, agosto 24, 2017

Depois de mais de vinte anos

Entrei, reconheci alguns cantos e pormenores. Comparei com o tempo em que frequentei aqueles corredores e cheguei à conclusão que não me perdia. Reconheci umas caras e ainda troquei uns minutos de conversa. Vi as coisas com o olhar de visita. Uma visita estranha que por ali viveu durante mais de quatro anos. 
O jardim continua bonito e bem tratado, quase indiferente ao passar dos anos e das vidas que por ali passam. Umas em formato profissional. Outras centradas na sua saúde e preocupações pessoais. Os claustros estão iguais, como seria de supor num edifício histórico que já resistiu a tantas passagens. 



Foi estranho. Se calhar o estranho é ter passado tanto tempo sem fazer uma visita ao hospital onde comecei a trabalhar, fez no dia um, exactamente vinte e seis anos.
Ana Cristina

sábado, agosto 19, 2017

Doze

Foi há 12 anos...
Vieste, por acaso numa data que acabou por ser marcada - tal como depois os teus irmãos, porque, ao que parece, o meu útero «é muito protetor» e parece ser ótimo estar lá por dentro até às últimas das últimas. 
Vieste bem e sorridente e tranquila e com um magnífico sentido de adaptação. 
E tens crescido, linda, simpática, inteligente, teimosa que dói, sensível, fiel, constante. Tens-te preparado para o mundo e olhas para ele com cada vez maior curiosidade e espírito crítico. Eu vejo, orgulhosa demais.
Foi há 12 anos, minha filha, que chegaste, e é há 12 anos que nos acompanhamos e vamos aprendendo a vida em conjunto, neste desafio que é ver-te crescer e à nossa relação. 
És magnífica e tudo o que és e o que somos em conjunto nunca caberá aqui... 
Parabéns, Alice. Adoro-te.
Rita

sexta-feira, agosto 18, 2017

Eles vêm aí!

Sim. Por agora reúne-se material mas, em breve, os Xulés vão reaparecer por aqui. Eu já tenho saudades deles...
Ana Cristina

quarta-feira, agosto 16, 2017

Uns dias, só miudas

A pequena andava há muito tempo a perguntar quando é que vinha pra casa "da tia". A grande por vontade dela já tinha vindo, nem que fosse para passar uns dias sozinha se o meu horário não colaborasse. O rapazote não pode vir porque tinha a agenda ocupada com acampamento e diversão por outras bandas. Pelo meu lado, estava mesmo necessitada de uns dias só de brincadeira, daquele cansaço que dá energia. 
E assim, tiraram-se uns dias quase só entre miúdas (o tio não contou, esteve a trabalhar). Foram só 3 dias e meio mas pareceram umas pequenas férias e, apesar da Joana não estar no seu melhor (uma virose, com certeza), foram muito bons. Cumpriram-se as rotinas que se tornam clássicas da casa dos tios, como cantar e dançar no hall de entrada (de preferência com a tia a gravar), fazer pilhas de almofadas e mantas na sala, deixar a tia dormir de manhã, comer em frente à televisão, ver pelo menos dois filmes dos que estão gravados na box e que eles já conhecem, experimentar novos exercícios (desta vez de desafios de ioga vistos rapidamente no youtube e repetidos ainda mais depressa, imaginem), brincar ao monstro das cócegas e tirar montes de fotografias. Ainda se tiraram uns curtos períodos para ir brincar no parque e passear no centro comercial, fazer umas comprinhas e comer fast-food.

Mas claro que também se teve um tempinho para alargar as vivências, quem sabe a ser repetidas numa próxima visita. 
Desenhar e escrever uma carta ao mano, numa experiência que se torna cada vez mais rara, mas que é sempre interessante. Mandámos dois desenhos com pequenos escritos, beijinhos e corações.
Usando lençóis, mantas e imaginação, desta vez montamos tendas na sala; a maior por debaixo da mesa e a pequena com um pequeno estendal. Estas tendas foram  bem aproveitadas, quer pela Alice quer pelos gatos da casa que as viram como mais um desafio, e por vontade da Alice teriam servido para acampar dentro de casa mas a Joana não aprovou. Claro que os de quatro-patas não necessitaram de chegar a acordo com mais ninguém a fizeram das tendas seus refúgios. 
Fizemos tratamento de beleza, com direito a fazer massagens umas às outras, pintura de pequenas madeixas azuis no cabelo da loura (das que saem com a lavagem, claro), manicura e pedicura com verniz cor-de-rosa à pequena, verniz com brilhantes e estrelinhas à pré-adolescente e verniz transparente à tia que, pela primeira vez em muitos anos se vê com as unhas das mãos pintadas (de forma muito discreta) e até acha graça.


Eu adoro vê-las interagir. Aquela relação de dependência da mais nova, aquela cedência e protecção da mais velha misturada com fases de isolamento e irritação pelas criancices. Cada uma a usar as suas armas de sedução, as duas a fazer pequenos ajustes, as duas a reclamar mas a adorar brincar uma com a outra. 
São quase como eu e a Rita; uma loira, outra morena, com cerca de oito anos de diferença. A desenvolver uma relação que tenho esperança se venha a tornar tão forte como a nossa.

Foram-se embora no outro dia, com a declaração de terem gostado. Cá por casa ficou tudo desarrumado; lençóis em cima da mesa, almofadas no chão, a cama por fazer... e eu cheia de saudades e a estudar a agenda para programar novo período, o que vai ser difícil, pra variar. 
Ana Cristina

segunda-feira, agosto 14, 2017


Ser uma terceira filha tem sempre pontos negativos... talvez, essencialmente, o facto de nunca se ter, dos outros, nomeadamente dos pais, a disponibilidade completa...

Recrimino-me sempre por não ler todos os dias para a Joana como lia para a Alice e para o Vasco. O hábito foi diminuindo de filho para filho, numa dinâmica inversamente proporcional ao cansaço e afazeres. No início do ano letivo passado, em fase de reformulação de planos e projetos, surgiu a ideia de pôr todas as noites a Alice a ler para ela, enquanto o Vasco treinaria a leitura comigo, num processo conjunto. O problema é que depois começam os treinos e atividades, os fins de tarde a correr com um para o futsal, com outro para a ginástica, e o dia que é de trampolim, o outro que é de xadrez, aquele em que o pai dá treinos, aqueloutro em que a mãe tem expressão dramática... o que, do par de adultos, fica em casa tem de escolher roupas para o dia seguinte, preparar o jantar, aprontar tudo para quando o resto da família chega... infelizmente a leitura fica sempre para demasiado tarde...

Até que chegam as férias... 
                                            as atividades cessam, 
                                                                               a respiração abranda... 

Tenho feito um esforço para lhe ler, todas as noites. Talvez como forma de compensação, leio duas ou três histórias antes do dormir. É bom constatar-lhe a evolução na concentração com que acompanha... Contudo, tenho que reconhecer que o melhor momento é quando, chegada ao fim a minha leitura, começa a dela. Quer sempre contar a história, num hábito que não me recordo de os outros gostarem tanto, e é nesse momento que lhe vejo... as partes que fixou, as que preferiu, as que repete, as que esquece, as que não entendeu...
Claro que espero que o próximo ano letivo traga um pouco de maior organização e tempo para as minhas leituras. Mas interiormente, o que espero é mesmo que haja tempo para a ouvir a ela e que continue sempre a gostar de recontar o que ouvir...
Rita

segunda-feira, agosto 07, 2017

Preocupações de uma menina com quase 12 anos

Já não nos víamos há bastante tempo devido às férias e as saudades eram bastantes. Falámos do fim-de-semana prolongado no Algarve que passou com as amigas, do quanto estava morena e com imensos sinais, do corte de cabelo, dos irmãos e das amigas dela, dos grupos whatsapp e de redes sociais, de assuntos vários como é costume entre as nossas conversas. Saltámos de assunto para assunto como boas conversadoras. Pelo meio...
- Sabes tia, estou um bocado preocupada com a questão da Coreia do Norte. Não quero que ataquem os Estados Unidos, apesar do Trump. Além disso o Brasil está no mesmo continente e não quero que sofram. São nosso irmãos. Mas fiquei contente porque a guerra da Síria acabou. Fiz uma festa aos saltos e tudo (com demonstração incluída, não fosse eu não ter conseguido visualizar os festejos). Não achas tia? Agora há menos guerra no mundo.
- Ainda há demasiadas. Há demasiados conflitos no mundo... os conflitos no Iraque, em Israel, na Turquia ...
- Tens razão... Ainda bem que é  longe. E que na Síria já acabou. Era a maior guerra e os coitados já sofreram tanto... Não se faz... De qualquer forma é muito longe e não nos atinge...

Fico sempre surpreendida com estes toques de preocupação social. Suponho que seja característica pessoal. É que este é a mesma menina que em pequenina gostava dos políticos que achava que "tratavam bem do planeta", que no inicio do ano achava muito mal que o Trump tivesse sido eleito e reconhecia que o nosso Presidente é do agrado dela.
Ana Cristina

quarta-feira, agosto 02, 2017

Nova experiência.

Há sempre oportunidade para ter novas experiências. Desta vez foi fazer compras pela "Amazon"...


Estou a ficar uma mulher moderna. Qualquer dia pinto as unhas!
😉 Ana Cristina