quinta-feira, dezembro 13, 2012

O Calendário do Advento também passou por aqui

No fim-de-semana passado, que foi um pouco mais curto que o habitual, os sobrinhos estiveram cá em casa. 
Como sempre, a maior parte do tempo foi ocupado com brincadeira a três e que invariavelmente passa pela luta de cocegas. Também fizemos dança e ginástica no hall de entrada, o que já se tornou hábito na vinda dos sobrinhos cá a casa. 
A primeira coisa é ir à caixa dos brinquedos ver se ainda se descobrem novos jogos e matar as saudades do que só existe na casa dos tios. São brinquedos antigos, não homologados pela CE, mas que ainda fazem as delícias dos pequenos. Depois de tudo estar com o toque de "caus"  infantil, começam-se a fazer projectos de trabalhos manuais a fazer durante o fim-de-semana. Pelo meio fazem-se umas acrobacias e uma lutas de cocegas e num instante passamos o primeiro dia. No segundo dia tomam dois pequenos almoços, o primeiro quando se levantam e com o tio F, e o segundo a tia Cristina se levanta. Brincamos de pijama até tarde e acabamos os nossos projectos de trabalhos manuais. Nalguns fins-de-semana não temos tempo de ir ao parque, o que não é muito fácil de aceitar, mas a culpa é dos dias escurecerem cedo.
Desta vez tínhamos como tarefa do Calendário do Advento "fazer uma actividade de Natal proposta pelos tios... que tal um presente para oferecer..." Foi muito bem aceite e a decisão de a quem oferecer o presente foi rápida. A sua resolução também o foi. Aproveitaram-se alguns materiais que por cá abundam e num instante estava feito o presente de...
...mais não digo porque este blog é público. Prometo mostrar depois do Natal.
Ana Cristina

segunda-feira, dezembro 10, 2012

O Calendário do Advento ou mais uma maneira de ser infantilóide

O nosso Calendário do Advento tem dois anos.
Na minha casa nunca tinha havido um e eu nem sabia o que era isso. Talvez os primeiros de que me recordo, já não sei com que idade, terão sido os dos supermercados, feitos de cartão, com janelinhas de onde se retira um chocolate a cada dia. Associo-os ao meu afilhado, por isso devem ter sido esses os primeiros que vi, na casa da Mané.
Depois vieram os das lojas, mais bonitinhos, com bonecos e algibeiras. A ideia de criar a tradição de um Calendário do Advento para os filhos, com propostas de atividades a cada dia, veio daqui. Foi acarinhada... até que se lhe deu início, tinha a Alice cinco anos e dificuldade em recortar papel muito dobrado.
Este nosso calendário, em formato Pai Natal ou em qualquer outro que se lhe possa vir a seguir, dá-me um imenso gozo e às vezes dou por mim a questionar-me se esta tradição recém iniciada não é também uma boa forma de satisfazer esta minha infantilóidice de ver ansiosamente os dias a passar até à noite mágica e de transformar cada um deles num momento inesquecível... talvez que daí venha aquele sentimento de que a Alice me falava no outro dia: «quando estás a fazer as atividades do Advento estás sempre tão feliz...».
Bem... de que serve uma tradição destas se não for para viver felicidade partilhada...?
Rita

domingo, dezembro 09, 2012

O sétimo dia do nosso Advento

O nosso dia 07 (porque o 06 ainda não mereceu fotografias de jeito) - "Esta noite vamos jantar fora e ver as iluminações de Natal... Não esquecer os barretes e cachecóis!"

 
E lá fomos. Hamburguer no Mac Donalds (com óbvio direito a brinde), gelado na Santini, passeio até ao Terreiro do Paço (onde o pinheiro que apareceu na televisão se revelou uma grande desilusão), caminhada e dança pelas ruas. Em resumo, uma noite bem passada.
Rita

quinta-feira, dezembro 06, 2012

O quinto dia do nosso Advento

O nosso dia 05 - "Em alguns lugares do mundo, o Natal é tempo de muito frio… e se decorássemos as janelas com neve?"


É mesmo fixe ter neve nas janelas...
Parece que custa a limpar, mas acredito que o prazer que dá a fazer e a satisfação que se tira de depois ir olhando para lá compense... Eu depois digo...
Rita

quarta-feira, dezembro 05, 2012

O quarto dia do nosso Advento

O nosso dia 4 - "Hoje vamos fazer uma mensagem de boas festas para pendurar na porta, para os vizinhos!"



Não precisa de ser só para os vizinhos... Boas Festas a todos!
Rita

terça-feira, dezembro 04, 2012

Já descobri!

O pássaro que fotografei é um periquito-de-colar. Encontrei a informação na net em sites da especialidade como este. Ao que parece estes periquitos, "quase tão grandes como os papagaios e coloridos como os periquitos" são mesmo da família dos papagaios e podem ser vistos nos parques de Lisboa com alguma frequência. Terá sido uma coincidência vê-los agora porque não são sazonais, acontece é que as árvores do nosso largo estão mais despidas e transparentes. Há mesmo quem diga que noutras cidades já são mesmo considerados como praga mas eu, por estas bandas tenho visto grupos pequenos.
Engraçado foi encontrar, por um lado sites que publicitam a venda desta espécie e ao mesmo tempo descobrir que nos anos 80, possivelmente fruto de fuga ou de deliberada libertação, estes pássaros resolveram reproduzir-se e viver nas ruas da cidade, estando agora ao alcance dos olhos e ouvidos (porque são muito barulhentos) de muito mais pessoas. 
Prometo tentar gravá-los em vídeo assim que eles colaborarem.

Fotografia retirada do publico.pt 25/12/2011
Ana Cristina

Esta manhã tivemos uma visita


Em frente à nossa casa. Nas árvores que agora estão despidas apareceu um pássaro diferente. Tem ar de tropical, com as cores dos periquitos mas de tamanho mais parecido com os papagaios. Desta vez estava sozinho mas no ano passado ainda vimos um grupo de uns quatro. Consegui fotografa-lo e fiquei imenso tempo a adorar esta maravilha de animal. E eu nem gosto muito de pássaros.
Cada vez gosto mais de viver nesta casa.
Ana Cristina

segunda-feira, dezembro 03, 2012

Primeiro, segundo e terceiro dia do Advento

Cá por casa, Dezembro significa não só Natal, mas também dias ocupados. As nossas actividades do Advento são cada vez mais completas e divertidas, mas obrigam a um planeamento com antecedência que tem de ter em conta dias de ginástica com a Alice a chegar a casa só lá para as oito e meia da noite, dias em que um dos pais pode ficar a trabalhar até mais tarde, dias em que se poderia aproveitar para fazer outras coisas e que se pode juntar essas coisas às actividades, dias a fazer prendas...
Enquanto o Vasco ainda se coloca algumas vezes de parte das propostas do nosso calendário, a Alice mostra-se cada vez mais empenhada nelas, aceitando a dúvida sobre quem colocará os papelinhos nas suas janelas...
 
O nosso dia 1 - "O Vasco trouxe um enfeite da escola para decorar em casa. É tempo de pensar nisso!"
Cá está: a nossa circunferência de cartolina transformada em Pai Natal...


O nosso dia 2 - "Dia de fazer a Árvore de Natal...!"
 
O nosso dia 3 - "É preciso escrever ao Pai Natal e à família... não esquecer os tempos de crise..."
E a carta deste ano, sujeita aos anúncios que vão passando na televisão e alterações ou acrescentos de última hora:

 
E nós: «Chocolate mágico, Vasco? Porquê mágico, o que é que ele faz?»
Ele: «Come-se o chocolate e a boca fica mágica.»
Alice: «Pensava que se comia e ele ia crescendo...»
Eu: «Ou que se comia e nós iamos crescendo... que é mais ou menos o que acontece... Mas Vasco, a boca fica mágica como?»
Ele: «Fica assim colada...» (os dedos a colar os lábios)

Rita

sexta-feira, novembro 30, 2012

E ficou assim...

A caixa pintada, para a minha amiga secreta de ontem. Ela gostou e garante que vai ficar bem no seu novo quarto. 
Eu também gostei. De me ter calhado em sorte uma amiga que não tinha nenhuma peça das Oficinas RANHA. Do jantar de convívio entre amigas e colegas de curta e longa data. Do presente que recebi (muito bem escolhido e adequado). E da nova peça com assinatura das Oficinas.
Ana Cristina

terça-feira, novembro 27, 2012

Para a troca de presentes de amanhã...

... comecei agora a preparar os pincéis, as tintas e a caixinha que espero oferecer à amiga secreta que me calhou em sorte. Não sei como vai ficar mas a paleta de cores vai incluir os azuis, o rosa, o verde e o branco. E como inspiração terei a minha colcha de retalhos, e as borboletas que ela tanto gosta.
Prometo mostrar o produto final daqui a dois dias.
Ana Cristina

domingo, novembro 25, 2012

Cá para mim...


... há alguém que nesta casa tem por vezes o sonho de ser um boneco de peluche...
Rita


terça-feira, novembro 20, 2012

Desaniversário


Há um mês instituímos cá em casa o Dia de Desaniversário.
Por enquanto, só a Alice é que o tem, daqui a uns tempos o Vasco vai poder ter o seu.
Basicamente, o Desaniversário é no dia do aniversário dela, nos outros meses todos. Nesse dia, ela escolhe o que vai ser o jantar. Essa é, por enquanto, a única característica deste dia, mas no futuro, poderemos instituir outras (o não comer a sopa, a escolha de um jogo a seguir ao jantar, a escolha exclusiva das histórias antes de dormir, por aí fora).
 
Tinha lido, há uns tempos atrás, que algo que se poderia fazer quando se tinha mais do que um filho, era aceitar de forma clara e aberta, a individualidade de cada um. Uma das propostas era cada um dos pais fazer actividades com cada um dos filhos; outra era aceitar que cada um escolhesse o jantar de família de vez em quando; e por aí...
Por pouco que seja por enquanto, a Alice adora. Gosta de se sentir responsável pela escolha de algo que a família tem de aceitar e vibra entusiasticamente com a aproximação ao dia. Por outro lado, penso que ela própria é obrigada a descobrir o que gosta mais, o que quer, e isso também é bom.
É fácil pensar que se compreende a individualidade de um filho. Em tantos momentos, porém, questionamo-nos se assim será, e marcar estes dias pode-nos ajudar a parar para pensar no assunto. A eles ajudará também verificar que, pelo menos, trabalhamos para isso.
 
O jantar de ontem: pizza, das caseiras.
Rita

quinta-feira, novembro 15, 2012

Parece que isto era inevitável...

Os dois juntos, antes de jantar, a programar brincadeiras.
Alice, 7 anos: - Então, vamos brincar a quê?
Vasco, 3 anos: - Já sei! Vamos jogar ao karaté!
Alice: - Como é que isso se joga...?
Vasco: - ... às lutas!
 
É verdade. O puto começou na fase das lutas. Nunca achei piada. A testosterona agressiva e gratuita sempre me fez confusão. Não me considerando nada violenta, enfrentá-la era uma das coisas que mais me parecia estranha em ter um rapaz e achava-o mais ou menos inevitável...
 
Não podia estar mais enganada. Afinal é verdadeiramente cómico ver um miudinho a dar socos no ar e a soltar onomatopeias de murros e pontapés...
Rita

quinta-feira, novembro 08, 2012

Quase como um recado

A Alice foi hoje com a escola ver um bailado da coreógrafa Anne Teresa de Keersmaeker ao Teatro Camões (que, ao que parece, terá sido muito giro e, por esse motivo, aconselhável).
Chegou empolgada e quis fazer um desenho da Anne Teresa. Depois disse algo como «Toma, é para tu pôres no blog.» Achei engraçado. Mais tarde, já antes de ir para a cama, realçou novamente: «E não te esqueças de pôr no face.» E eu: «No face?! O que é isso...?» E ela, a rir: «No facebook ou lá o que é...». Rio-me ao mesmo tempo que tremo. Não sei o que é mais assustador, se a minha filha de 07 anos saber o que é o facebook ou tratá-lo pelo nome próprio.


Cá está o desenho.
Já sei como é a Anne Teresa de Keersmaeker. Que tem rabo-de-cavalo ao lado. E que usa uma saia «assim». «Era branca?», pergunto eu. «Não, era verde. Mas eu achei que ficava melhor assim. E a camisola era branca, mas eu achei que ficava muito sem nada.» Portanto, até sei a roupa com que dançava, mais ou menos. As sardas são uma incógnita, parece que agora as bonecas dela têm-nas sempre.
E sei que a Anne Teresa dança muito a atirar-se para o chão. Explicou-me: «Eles caíam muito no chão e eu disse que eles estavam sempre a cair no chão. E a Eva explicou que era assim, que era contemporâneo. Ela percebe disso.»
 
Já agora, a inspiração do desenho:
 
 
Rita

quarta-feira, novembro 07, 2012

De volta está o blog, de volta estão as Oficinas


Num ciclo que se vai repetindo todos os anos preparamos uma lista de presentes a oferecer no Natal e pomos mãos à obra. Tentamos que sejam peças originais, assinadas e manufacturadas por nós, Ana Cristina e Rita, as Oficinas RANHA. E nos últimos anos contamos com a colaboração da Alice e do Vasco, umas vezes como artesãos, outras como testadores oficiais.
Este ano, porque contamos colaborar nesta campanha, resolvemos tentar fazer bonecos-meia para oferecer. Os primeiros foram umas experiências tímidas e muito simples. Mas o trabalho continua, e o que foi uma mera tentativa de fazer uns bonequinhos simpáticos está a transformar-se numa produção de bonecos todos diferentes, todos de meia, cada vez mais complexos e mais bonitos (modéstia à parte).
Os três primeiros posso mostrar aqui, com a promessa de mostrar os outros só depois de ofertados. E posso garantir que resistiram a uma tarde inteira de brincadeira. Foram até disputados e prometidos. Os outros não poderão passar pelas mãos dos pestinhas, se não, está certo que não poderão seguir para outras paragens.

 Bonecos-meia 2# e 1# sentados lado a lado. 
Boneco-meia 3#.
Ana Cristina (que já tinha saudades deste blog)

terça-feira, novembro 06, 2012

Os casacos novos do Vasco

O Vasco herdou dois casacos novinhos (nunca compro roupa a este moço, recebe imensa coisa em segunda mão, para ficar ou devolver). Experimentou-os hoje, para ver se já estavam bons para este Inverno.
 
Reacção ao primeiro:

«Mãe, vou vestir este casaco e depois vou para dentro de água, não é?!»
Reminiscências dos passeios de canoa no rio, este Verão...

Reacção ao segundo:

«Eh pá, este casaco é muita forte...! Posso cair ao chão e não me vou magoar, não é?!»
E pronto, vai de vestir o casaco e andar a treinar quedas de várias formas e feitios pela casa...
 
Vivam os blusões de penas meio insuflados e «muita fortes»!
Rita

segunda-feira, novembro 05, 2012

Passeio de "férias" num dia de fim-de-semana

O dia de ontem foi magnífico na sua simplicidade.
Alterámos o convívio familiar (praticamente) semanal para Lisboa e, depois de um excelente repasto, sem temer o céu cinzento e sem levar chapéu de chuva, juntámos o grupo para um passeio. Com apenas duas baixas, lá fomos, graúdos, médios e miúdos... até ao Miradouro da Sra. do Monte, depois ao Bairro da Estrela D'Ouro, paragem na Padaria Portuguesa para comprar o lanche, Miradouro da Graça, Villa Sousa e Villa Berta.
Enchemos os olhos de belas vistas e lembrámos como passear na nossa cidade é tão refrescante e se recomenda... fica a ideia, com a certeza que deixará no ar um cheiro a férias no que é bom e é nosso.

A vista na Miradouro da Sra. do Monte
 
Pouca coisa do Bairro Estrela D'Ouro
 
Miradouro da Graça, com menos de dez minutos de diferença 

Patacoadas num fim de tarde já de noite na Villa Sousa
 
Rita


sábado, novembro 03, 2012

Do Vasco

Há poucos dias, logo a seguir a acordar:
- Papá, papá, doí-me este olho... temos que ir ao dentista...!
Rita

quinta-feira, novembro 01, 2012

Ausências

Dois meses de ausência não são novidade por estas bandas. Principalmente a seguir às férias (supostamente) grandes, em alturas prováveis de balanço.
Neste caso, o balanço é óbvio. Gostamos deste espaço, queremos continuá-lo. Ainda hoje, à procura de alguma coisa, dei comigo a ler relatos antigos, nossos e dos miúdos, escritos que me deram gozo fazer, lembranças que foi prazeiroso recordar.
Daqui se conclui portanto que o espaço será renovado. Mas não parado. Logo, até amanhã.
Rita

sexta-feira, julho 20, 2012

quinta-feira, julho 19, 2012

Ela também está de férias

Os rituais repetem-se. Sempre que vem passar uma férias aqui em casa dos tios-humanos a Fera porta-se da mesma maneira. 
Nos primeiros 5 ou 6 dias está sempre amuada; rosna ao Pilas sempre que ele se aproxima, está sempre afastada de nós e meia escondida. Claro que não perde o apetite. Aliás, a primeira coisa que costuma fazer assim que sai da caixa de transporte é ir direitinha ao tabuleiro da comida.
Depois a zanga passa, provavelmente habitua-se às nossas rotinas e ao primo-gato que não a deixa em paz. Aí começa a mostrar-se aquela faceta a linda gatinha que ama festas e mimos, tanto que salta para cima de nós, dá cabeçadas para ter festas e passa horas a ronronar baixinho. Lembra aquela Fera que mamava no lóbulo da orelha... Eu adoro esta faceta dengosa. O pior é o pelo, que é taaaannnto...
Ana Cristina

segunda-feira, julho 16, 2012

sábado, julho 14, 2012

Um chamamento que há muito não ouvia

Há muito que não ouvia um amolador. E esta semana voltei uns anos atrás, ao tempo em que era habitual passar lá na rua um senhor com um carrinho e que tinha um apito que só ele, e os seus colegas tinham. Acho que ainda desci umas quantas vezes à rua para afiar facas ou arranjar a a vareta do chapéu de sol.
E, assim de repente, ouvi aquele chamado do amolador. Soube depois que posso escolher entre o senhor discreto e com um carrinho de mão ou o outro, que tem uma bicicleta cheia de bandeiras e uma noção muito mais moderna de marketing.
Não que o regresso ao passado seja o que mais desejo, até porque muitas vezes representa apenas isso mesmo, um saudosismo lamechas, mas gostei.
Estarei também eu a ficar saudosista?
Por outro lado, será este também mais um sinal dos tempos difíceis que todos estamos a passar?
Ana Cristina

domingo, julho 08, 2012

Como é trazer uma amiguinha de férias


Quando essa amiga tem um corpo de aparência superior aos seus sete anos de idade e não acusa os somente cinco meses de diferença da nossa filha mais velha, trazê-la de férias é ter que responder às diversas interpelações de terceiros sobre o ter-se três filhos. Ainda por cima, mesmo sendo os meus loirinhos e de pele clara, o João é moreno, e por isso, a ideia da R. ser nossa filha não estaria assim tão longe de uma possível realidade. «São os três seus?» e «À terceira acertaram, não?!» (mais uma vez a ideia de que, em três, quem tem um filho mais novo de género diferente andou a tentar propositadamente alcançá-lo) - foram algumas das perguntas a que respondemos.
Ter três filhos parece ser uma raridade e a mim, que há muito tenho esse desejo, deu-me que pensar. A verdade é que tudo pareceu fácil, mas a R. não é de facto nossa filha. A sua presença foi sempre equilibradora entre os nossos dois, mesmo tendo em conta que a Alice e o Vasco até se dão bastante bem. E como é uma menina que no geral se porta sempre bem e que nós trazemos connosco só por uma semana, tudo correu muito bem. O que obviamente, não é igual a hipoteticamente virmos a ter um terceiro filho e eu sei bem disso.

Trazer uma amiguinha de férias é também ter em conta que as suas regras não são iguais às nossas e que, tê-la confortável, é arranjar soluções de compromisso. Por esse motivo, a sopa teve que passar a ser sempre passada e combinaram-se previamente refeições em que esta era ou não incluída. E, nos momentos mais críticos de mimalhice, como a chegada da noite, ter uma amiguinha connosco é mesmo multiplicar carinhos, conversas racionais e soluções para as saudades de casa.

Se a amiguinha é praticamente da idade da nossa filha mais velha, trazê-la de férias é ter esta sempre entretida com brincadeiras e jogos (por vezes até à desora), é acompanhar o crescimento de ambas, o facto de já jogarem com palavras, de já serem capazes de utilizar a ironia para gozarem connosco... é ver a nossa filha a imitar a outra nos banhos de mar e ver a outra a imitar a nossa nas acrobacias de um parque infantil... e recordarmos o Brazelton quando diz que nenhuma criança aprende tão rapidamente com um adulto como com outra criança...

Depois, quando a amiguinha vai embora, tê-la trazido de férias representa ver a nossa filha a chorar silenciosa e amargamente a sua ausência...
Rita

sexta-feira, julho 06, 2012

Da R.


- Rita, Rita, olha esta pedra tão gira... - a R. e a Alice, todas contentes, a virem ter comigo com uma pesada pedra cinzenta escura nas mãos.
- É mesmo gira, depois podem pintar...
E a R.:
- Pois é. Parece um peixe. Vai ficar muito gira na minha colecção!
- Ah é? Tens uma colecção de pedras pintadas?
- A colecção que eu quero fazer...! Ainda não pintei nenhuma...
- Ahhhh, que tu queres fazer... Isso não se pode bem considerar uma colecção de pedras pintadas, então...
- Pois... ainda só tenho uma pedra. É branquinha e muito bonita, por isso é que não me apetece pintá-la...
- Ahhhhh, ok... então isso dificilmente se pode considerar uma colecção, certo...?
Rita

quinta-feira, julho 05, 2012

Novidades lá do serviço...


Era um processo que se desenvolvia há uns meses, onde se moveram vários esforços, transversais a todas as classes profissionais, dentro e fora do serviço, no sentido de cumprir com todos os trâmites necessários para a aquisição dos padrões de qualidade  no serviço.

E a auditoria decorreu no final do mês da Março, uns dias antes do anuncio de encerramento da MAC, e quase que nos esquecíamos da visita daqueles senhores, a fazer perguntas e a abrir os dossiers e as gavetas que lhes apeteceu.

A resposta definitiva veio na semana passada e a placa foi entregue ontem.


E a novidade é que o Serviço de Pediatria da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, composta pelas Unidades de Cuidados Intensivos e Intermédios ao Recém-nascido e a Consulta de Pediatria foi Acreditada com a Qualidade de BOM

Ana Cristina

quarta-feira, julho 04, 2012

Esta semana são três!


Cá por casa, as férias começaram com uma aventura: sermos três por uma semana.
Três para gerir na praia, nas refeições, nos divertimentos, na hora de dormir. Em geral, tudo parece correr até melhor e fico com uma pena antecipada do momento em que a Alice (e o Vasco, claro) vejam a amiga a ir embora. A coisa só se torna difícil no anoitecer, com o aumento da ansiedade da separação, mas até isso se aprende a resolver e a trabalhar.
Sorrio para mim de cada vez que penso na Joana, à porta de minha casa na altura de deixar a R., a dizer que não tinha stresses nenhuns por estas férias. Que bom é ter amigos com quem sintamos confiança para deixar um filho... Que bom que é ser os amigos que merecem essa confiança...
Rita

blá blá blá... outra vez sobre a MAC

E cá vou eu, fazer tarde ao meu serviço, politicamente desnecessário e com morte anunciada.
Mas como está cheio uma de nós terá de seguir Noite extraordinária... 
Ana Cristina 

sexta-feira, junho 29, 2012

Olá cá estou eu, ou, Algo se passa neste reino Luso

Quem estes lados tem visitado já reparou que o ArRanhanoTrapo passa por mais uma fase de pouca actividade.
É verdade. Continuamos a adorar este projecto de fazermos algo em conjunto, de escrever para nós e para quem nos visita, de deixar opiniões, ideias ou mesmo relatos das vidas privadas (desde que não sejam muito privados, claro). Mantemos a ideia de desenvolvermos a nossa criatividade através da nossa assinatura Oficinas RANHA, e temos a certeza que em breve estaremos de volta com as nossas peças.
E não pense quem aqui vem que andamos apenas a pensar em férias. Estamos é muito mais embrenhadas na actividade social, e posso dizer que, pela minha parte, a personalidade reivindicativa que sempre foi uma das minhas características pessoais tem tido muitas razões para se desenvolver. 
Como sabem a instituição onde exerço há mais de 12 anos está a passar por um processo  de encerramento. Já aqui manifestei a minha opinião e ela não se tem alterado com os argumentos de reestruturação dos cuidados de saúde, com a existência de um bom conjunto de maternidades na região de Lisboa, incluindo as privadas, ou a necessidade de cumprimento dos acordos com os parceiros privados de prestação de cuidados de saúde (como é o caso no novo Hospital de Loures ou o de Cascais)

Dentro da MAC sente-se um desânimo muito grande e alguma revolta. Pensar que serviços como o meu vão abaixo depois de obras estruturais profundas com apenas 4 anos e serão "transferidos" para serviços que vão ainda ser remodelados é realmente decepcionante.
Mas pensar ainda que um serviço tão específico como a Neonatologia, onde se prestam cuidados a 42 bebés vai ser desfeito e, em troca, vão aumentar em 8 ou 12 (ainda ninguém sabe bem) o número de vagas da Neonatologia do Hospital da Estefânia (e que actualmente tem 16) para cumprir com os cuidados necessários à nossa população é em primeira linha  muito preocupante.
A minha primeira dúvida é muito simples. Para onde vão as 30 vagas de internamento para recém-nascidos com necessidades especiais que sobram? Mas tenho mais, muitas mais... Mas ninguém se preocupe, ninguém vai deixar de ser atendido... dizem os nossos governantes.

Ana Cristina e J. um bebé com 940 g. que me ficou na memória

segunda-feira, junho 18, 2012

Alguns problemas de geografia...

A Alice hoje, ao jantar:
- A esta hora, do outro lado do mundo, mesmo lá do outro laaaaaaado... deve ser de noite...
- Se aqui está a anoitecer, do outro lado do mundo estará a amanhecer...
- Pois... mesmo do outro lado do mundo, muito longe... quê, no Algarve, mãe?
Rita

quarta-feira, junho 13, 2012

Sarau de ginástica

Neste sábado tivemos o nosso primeiro sarau de ginástica. Em bom rigor, o sarau não era nosso, mas toda a família o encarou como se fosse, rumando ao pavilhão segundo essa perspectiva.
O percurso da Alice na ginástica não tem sido totalmente pacífico. Quando no início do ano, depois de uma avaliação das suas características, lhe propusemos a rítmica, ela entusiasmou-se e começou com afinco. Depois do primeiro trimestre, iniciaram-se as quebras de vontade, o torcer do nariz quando sabia ser dia de ginástica. No treino, tudo bem, tirando por vezes as notas amarelas da distracção durante a aula.
A verdade é que neste ano lectivo, tudo tinha começado a ser a sério. A escola, a ginástica, o ritmo, a assiduidade.
Neste sábado, misturada com quem treina a valer, muitas horas, colecciona títulos e minis para os Jogos Olímpicos, a nossa Alice foi exemplar, exibindo os exercícios com uma perfeição rigorosa e um sorriso constante de indisfarçável orgulho. Eu, que sou uma suspeita óbvia, não sou capaz de deixar de ter a sensação, quando vejo as fotografias (mesmo que desfocadas pela distância), que a miúda tem mesmo jeito, que nasceu para aquilo. E no fim, a conclusão de um esforço recompensado: que a dela foi a ginástica preferida e que ali se quer manter para o ano.
Rita

quarta-feira, maio 23, 2012

Mas também há coisas que gosto muito...

Foto retirada do Facebook Falcão-Webcam
Neste momento, uma delas é o ninho dos falcões peneireiros. adoro ir espreitar os pequenos, que são seis e reguilas. Gostei de saber que ontem um deles caiu ao chão mas como já é um crescido não sofreu consequências. Passou algum tempo no café, à espera de voltar para o seu ninho no segundo andar. Hoje colocaram uma rede de protecção para as possíveis tentativas de voos exploratórios e já surtiu efeito.
Quem quiser espreitar os pequenos falcões pode ver aqui:  
  • http://www.livestream.com/janelafalcao
Ana Cristina

sexta-feira, maio 18, 2012

Mais um ódio de estimação

O anúncio da criopreservação das células estaminais.
Estou sem paciência para este tipo de pressão moral aos potenciais clientes. Agora a publicidade deixou de ser a imagem da grávida feliz que oferece a si e ao seu filho a criopreservação de células estaminais e passou a um estilo muito mais agressivo “compra este serviço porque se não um dia podes arrepender-te”. E não há ninguém que proíba este tipo de publicidade?Mas quem defende quem não tem sequer a hipótese de optar por "gastar" 150€ num kit de criopreservação? Eu estou aqui vou uma raiva...
Ana Cristina

sábado, maio 12, 2012

A crise explicada pelas crianças...?!

A Alice, no outro dia, enquanto se tomava o pequeno-almoço e se via o telejornal da manhã:
- O Romeu [colega de turma do 1º ano] esteve a falar na sala sobre um senhor, um senhor que roubou.
Conversa estranha. E eu:
- Roubou? Mas roubou quem?
A resposta dela:
- As pessoas, roubou as pessoas.
Conversa ainda mais estranha. Novamente eu:
- Um senhor que roubou pessoas?! Que história é essa? Que senhor?
E ela, expressão muito compenetrada e pensativa, como quem tenta recordar:
- Ai, como é que era o nome dele, como é que era... ah, já sei. Vítor Gaspar. Era isso: Vítor Gaspar.
Rita

quarta-feira, maio 09, 2012

O que fazer em caso de vómito...

A Alice, entre a sopa e a lasanha:
- Mãe, ajudas-me a fazer o pino e depois a cair para ponte?
- Não me parece que isso seja uma boa ideia depois de comer...
- Oh mãe, vá lá, eu fecho a boca!!!!
Rita

segunda-feira, abril 30, 2012

Mais sobre o "Não ao encerramento da MAC"

Ao que parece as declarações oficiais têm vindo a alterar-se acerca do eminente fecho da Maternidade Dr. Alfredo da Costa. No princípio trabalhávamos até ao final do mês (hoje seria o último dia), depois considerou-se que até ao fim do ano encerraríamos e agora será até ao final da legislatura. E mais, entre a chamada de retrógradas e obsoletas a quem se manifestou contra o encerramento da maior maternidade do país, às afirmações que a MAC encerra até 2015 e passando pelo anúncio de falta de verba para fazer obras no telhado, aparentemente o que parece ser uma luta apenas dos profissionais está a tomar contornos de símbolo nacional. 
A verdade é que a MAC é um símbolo nacional. Não é só o seu edifício com aquela estátua sugestiva e localização privilegiada ou que tanta gente tem afirmado como o local onde tantos nasceram que é uma ameaça. O fecho da MAC apresenta hoje contornos de exemplo do futuro do Serviço Nacional de Saúde. O seu encerramento representa que, em seguida, muitas outras instituições poderão também ser dispensadas.
A minha perspectiva continua a ser a defesa da manutenção desta instituição enquanto não houver condições para que os mesmos cuidados, ou melhores, sejam prestados em local público, “tendencialmente” gratuitos, e por funcionários públicos. Por isso temo-nos manifestado na rua e continuaremos a chamar a atenção para a causa “Não ao encerramento da MAC”.
E temos tido o apoio de várias figuras públicas de vários quadrantes políticos, mas falta agora o debate público em assembleia da república com as posições oficiais de todos os partidos políticos representativos.
Mas o ambiente que lá se vive é difícil. Proliferam a revolta por se ter investido nos últimos anos na nossa instituição, as declarações de receio pelo futuro mas também o medo de opinar à comunicação social. E, pior de tudo, começam a faltar condições de trabalho. Agora, além da redução efectiva de profissionais auxiliares (agora denominados de assistentes operacionais) que estão a ver renovados os seus contractos com a empresa prestadora de serviços ao mês, com a insegurança que acarreta, e a saída sem substituição de colegas enfermeiros a quem não foi renovada a sua contratação no final do ano passado falta-nos agora material como seringas, luvas e até fraldas. Só para que percebam, os pais uns bebés “nossos” ofereceram ao serviço 11 pacotes de fraldas para bebés com menos de 1500 gramas porque estávamos na eminências de colocar fraldas para bebés com mais de 2000 gramas a bebés com pouco mais de um kilo.
Agora só falta evocar que temos de fechar porque não temos material…
Ana Cristina

sexta-feira, abril 27, 2012

Chapéu de chuva personalizado


Aproveito as fotografias do 25 de Abril para mostrar a prenda espectacular que os filhotes me ofereceram pelo meu aniversário em Dezembro. Foi feito com a ajuda da Tia Cristina e só em Abril o pude estrear... deve ser mesmo verdade que desde que os homens foram à Lua, o tempo está todo diferente...
Rita

quarta-feira, abril 25, 2012

segunda-feira, abril 16, 2012

GAP

Podia ser aquela marca famosa que têm a mania arrogante de se nomear nas próprias camisolas que faz... mas não... alguém resolveu dar o mesmo nome a uma aula de... de... de exercício físico...
Não sei se a ideia era a de fazer com que o pessoal fosse ao engano... talvez pensassem que era alguma campanha do ginásio, que alguém lá ia estar a dar camisolas... porque venhamos e convenhamos, Glúteos Abdominais e Pernas estava aparentemente mais para aula de anatomia numa qualquer faculdade de medicina do que para treino de ginásio...
Apesar de tudo, há quem vá. Como eu, a quem deu na venetta (?) aproveitar o tempo que passo no ginásio à espera da Alice e ir ginasticar... e, para comemorar alguns meses - vá, anos - sem fazer qualquer exercício físico, comecei por GAP...
Resultado: quando a Alice me quis dar a mão para descermos as escadas juntas, eu fiz a triste figura de lhe dizer que era melhor agarrar-me ao corrimão porque as pernas me poderiam falhar... e não é que dois degraus abaixo desta conversa me ia estampando mesmo...?! Estive quase a pedir à miúda de seis anos para me levar a casa...
Posto isto, questiono-me como é que amanhã vou conseguir conduzir até à casa do meu colega para o apanhar e irmos até Mafra...
Rita

sexta-feira, abril 13, 2012

Uma semana complicada

Onde se trabalhou muito num serviço a abarrotar, apesar de alguém andar a dizer por aí que trabalhamos pouco, mas onde se vive um clima de muita ansiedade e angústia. Foi também uma semana onde o espírito colectivo se sentiu, e a noção de somos um colectivo.
Este é um post muito curto, só a lembrar que a luta continua e novas iniciativas se perfilham na defesa da Maternidade Dr. Alfredo da Costa. A próxima é no domingo "Uma flor pela MAC", onde se vai construir o logotipo da intituição em flores a partir das 15 horas.
Prepara-se também a MARCHA LENTA A CAMINHO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE, no dia 19, às 18.30. Mas depois dou mais notícias, agora vou dormir, depois de três noitadas de trabalho amanhã entro às 8 da manhã.
Ana Cristina

terça-feira, abril 10, 2012

Não ao encerramento da MAC





Nós estivemos lá. Os quatro cá de casa, mais os dois da casa da Cristina, mais os dois da casa dos nossos pais. Mais não sei quantos que ali trabalham ou trabalharam ou gostariam de vir a trabalhar. Mais não sei quantos que lá nasceram. Mais não sei quantos que já lá tiveram filhos. Mais não sei quantos que não têm ali familiares, nem vínculo afectivo, nem qualquer relação, mas que vivem esta tão famosa crise diariamente e que ali viram os seus dinheiros gastos nas grandes obras realizadas. Mais não sei quantos que gostariam de saber os planos para todos os que ali trabalham ou para a futura utilização daqueles tão preciosos metros quadrados no centro de Lisboa. Mais não sei quantos que sabem que ali se faz nascer... e viver... e sobreviver.


Rita

domingo, abril 08, 2012

Maternidade Dr. ALfredo da Costa

Já devem ter ouvido falar que a Maternidade Alfredo da Costa irá fechar como instituição de saúde.
Talvez também já tenham percebido que nós, profissionais que lá trabalhamos, fomos apanhados de surpresa com o seu anuncio, que, apesar de não ser uma completa novidade (fala-se no assunto há pelo menos 20anos) se efectivou de repente e após uma anexação legal a outros hospital de Lisboa.
Desta forma, de repente, eu como profissional, e todos nós como utentes do Serviço Nacional de Saúde estaremos privados de uma Instituição que nos últimos 8-10 anos investiu muito dinheiro na remodelação e modernização das suas instalações e que apresenta actualmente taxas de ocupação maiores que qualquer outro serviço das mesmas áreas de trabalho da região de Lisboa. Não serão esses concerteza os argumentos para o seu encerramento, como o são para os encerramentos vários dos serviços de maternidade espalhados pelo país. Também não será desculpa dizer que o novo hospital nos tirará utentes, porque se esse fosse o argumento seria necessário justificar o seu investimento numa área de funções que já cobria os cuidados à população da sua área de residencia, em período de contensão de despesas.
Não me opondo, de forma nenhuma à restruturação de serviços e ao fecho de alguns deles mas gostava muito de obter respostas acerca do fecho de toda a instituição MAC. E gostava de mostrar o meu desagrado pela forma totalitária como esta decisão estará a ser tomada.

Se vocês estiverem de acordo, convido-vos desde já a participar no "abraço à MAC", uma iniciativa de formação de um cordão humano, na terça-feira, dia 10 de Abril, às 19.30. Eu em princípio estou lá dentro, porque estou de serviço, mas espero que muita gente se una neste abraço conjunto a uma causa. O saber porquê, quais as soluções, o que vão fazer do edifício, dos profissonais e como se irão prestar cuidados a todos os utentes que a MAC, sozinha, presta.

Ana Cristina

quinta-feira, abril 05, 2012

Depois das noticias na TV...

... ainda pensei telefonar para lá a perguntar se devo ir fazer a tarde, mas no telejornal dizem que até ao fim do mês a MAC estará aberta.
Vai ser um turno lindo vai... AnaCristina

segunda-feira, março 26, 2012

Saudades de irmãos

Ontem a Alice ficou nos avós a curar a ligeira doença com que parece estar. Cá por casa ficou um mano muito saudoso. É a primeira vez que vejo a falta que ela lhe faz. Quando ele é o ausente, ela expressa a falta que sente dele e anda pela casa muitas vezes a aparentar não ter o que fazer. Até hoje, ele não o tinha feito. Desde ontem, a avaliar pela quantidade de vezes que já perguntou por ela, pelo facto de lhe ter feito menção pouco depois de acordar e assim que chegou a casa no final da tarde, vejo que deu mais um passo no sentido da aproximação à irmã mais velha. Hoje admitiu que tinha saudades e ontem ficou mesmo zangado quando percebeu que ela não iria regressar logo.

Vejo este amor a nascer de dia para dia e recordo-me da falta que a minha irmã sempre me fez quando me deixava sozinha. Com um sorriso nos lábios, lembro-me de quando, em miúda mas não assim tão pequenina, ela foi à Alemanha de férias e eu chorava durante a noite a cantarolar a canção do Chico Buarque, «Será que Cristina volta, será que Cristina fica por lá...»...

Rita

domingo, março 25, 2012

Um filho que sabe o que é "a fibra"?!

Não faço ideia se os Gatos Fedorentos colocam os seus cenários humorísticos sob o escrutínio dos filhos, mas se não o fazem, deviam.
Há uns dias reparei que o Vasco estacava a ver o último anúncio dos Gatos. Estava a brincar e imobilizava-se assim que eles começavam a falar, prova viva como tudo num anúncio deve ser estudado ao pormenor e tentar atingir o sucesso de fazer parar uma criança de dois anos.
Hoje, durante o telejornal, o Ricardo Araújo Pereira apareceu, numa rubrica sobre trabalhos que irá fazer no Brasil. O Vasco, enquanto comia a sopa, observou a reportagem e, de repente, disse: «Olha, aqui ele não está com a fibra, pois não?».
Será isto a prova de que tenho um filho atento ou de que tenho um filho que vê muita televisão...?!

Rita

sábado, março 17, 2012

Este é para vocês, avós

A Alice hoje, assim que entrada no carro:
- Oh... os avós fazem-me tanta falta quando deixo de os ver...


Rita

terça-feira, março 13, 2012

Mais um ódio de estimação

Aqueles reconhecimentos de comentários com letras esquisitas que nos fazem reconhecer para, segundo eles, provarmos que não somos um robot.

Eu devo ser um bocado mecânica porque, invariavelmente, repito a operação umas três vezes por cada comentário que quero fazer...

Ana Cristina

quinta-feira, março 08, 2012

Invocação à mulher única

Tu, pássaro – mulher de leite! Tu que carregas as lívidas glândulas do amor acima do sexo infinito
Tu, que perpétuas o desespero humano – alma desolada da noite sobre o frio das águas – tu
Tédio escuro, mal da vida – fonte! Jamais… jamais… (que o poema receba as minhas lágrimas!...)
Dei-te um mistério: um ídolo, uma catedral, uma prece são menos reais que três partes sangrentas do meu coração em martírio
E hoje meu corpo nu estilhaça os espelhos e o mal está em mim e a minha carne é aguda
E eu trago crucificadas mil mulheres cuja santidade dependeria apenas de um gesto teu sobre o espaço em harmonia.
Pobre eu! Sinto-me tão tu mesma, meu belo cisme, minha bela graça, fêmea
Feita de diamantes e de cuja postura lembra um templo adormecido numa velha madrugada de lua…
A minha ascendência de heróis: assassinos, ladrões, estupradores, onanistas – negações do bem: o Antigo Testamento! – a minha descendência
De poetas: puros, selvagens, líricos, inocentes: o Novo Testamento – afirmações do bem: dúvida
(Dúvida mais fácil que a fé, mais transigente que a esperança, mais oportuna que a caridade
Dívida, madrasta de génio) – tudo, tudo se esboroa ante a visão do teu ventre púbere, alma do Pai, coração do filho, carne do Santo Espírito, amém!
Tu, criança! Cujo olhar faz crescer os brotos dos sulcos da terra – perpetuação do êxtase
Criatura, mais que nenhuma outra, porque nasceste fecundada pelos astros – mulher! Tu que deitas o teu sangue
Quando os lobos uivam e as sereias desacordadas se amontoam pelas prias – mulher!
Mulher que eu amo. Criança que eu amo, ser ignorado, essência perdida num ar de inverno…
Não me deixes morrer!... eu, homem – fruto da terra – eu, homem – fruto do pensamento – eu, homem – frutoo da carne
Eu que carrego o peso da tara e me rejubilo, eu que carrego os sinos do sémen e que se rejubilam à carne
Eu que sou um grito perdido no primeiro vazio à procura da Deus que é o vazio ele mesmo!
Não me deixes partir… - as viagens remontam à vida!... e porque eu partiria se és a vida, se há em ti a viagem muito pura
A viagem do amor que não volta, a que me faz sonhar do mais fundo da minha poesia
Com uma grande extensão de corpo e alma – uma montanha imensa e desdobrada – porque eu iria caminhando
Até ao âmago e iria e beberia da fonte mais doce e me enlanguesceria e dormiria eternamente como uma múmia egípcia
No invólucro da Natureza que és tu mesma, coberto da tua pele que é a minha própria – oh mulher, espécie adorável da poesia eterna!

por Vinicius de Moraes (in Antologia Poética)

quarta-feira, março 07, 2012

Hoje...

Apetecia-me ficar por aqui no aconchego do lar. Não queria ter de sair, daqui a pouco, para mais uma noite de dez horas de trabalho...

Quando falta inspiração para escrever coisas com algum interesse vêm-se ao blog escrever idiotices...

Ana Cristina

terça-feira, março 06, 2012

Sucessão de ideias

Ela, agora há pouco, ao jantar:
- Não se come e fala ao mesmo tempo.
O que deu origem à explicação que era o falar com a boca cheia que não devia ser feito... e depois sobre o porquê... e a razão de algumas regras que se praticam à mesa... e o perigo de confundirmos o nosso corpo e de enviarmos a comida para o canal onde é suposto respirar-se...
E ela, logo a seguir:
- Pois... porque se pode morrer... mas o pior é o cérebro porque é o cérebro que manda em tudo no nosso corpo, no que pensamos, no que dizemos, se nos portamos bem, se somos totós... tudo, é o cérebro que manda em tudo...
O que deu origem a nova conversa sobre o facto do cérebro até comandar coisas que fazemos sem nos apercebermos, como respirar, pestanejar («O que é pestanejar?!»), engolir.
E ela, logo no imediato:
- Não é bué fácil fazer o pino e cair em ponte a seguir?!


Rita

segunda-feira, março 05, 2012

O Vasco, de cor-de-rosa

Uma das pequenas grandes coisas que gosto na nossa família é a possibilidade de ter estas fotografias do Vasco. De asas de borboleta, de sapatos de salto alto, de saias brilhantes e coroas de papel cor-de-rosa. Sem qualquer tipo de stress ou constrangimentos ou preconceitos.

O Vasco é um pândegas. Gosta de tudo o que é festa, brincadeira e máscaras. Ainda por cima é um pândegas com uma irmã mais velha, toda feminina. Ele não é de todo feminino. Mas a par com as mascaradas de palhaço e as pinturas de bigodes, gosta de experimentar tudo o que por aqui anda que é diferente e que ela, a primogénita, gosta.

É óbvio que acho que temos sorte com ele, sempre disposto a festa. Por outro lado, não tenho dúvidas que ele também tem sorte connosco, por não ouvir uma série de patacoadas machistas e machonas sempre que quiser experimentar vestir-se com lantejoulas... tomara que ele também venha a concluir isso, quando lhe passar a raiva por nos ver a mostrar as fotografias aos seus amigos adolescentes...

Rita

sexta-feira, março 02, 2012

Uma das coisas que me chateia nesta coisa de ficar mais velha é a menor resistência às noites mal dormidas... Há duas noites dormi mal. Primeiro foi algo inexplicável, viravoltas na cama, insatisfação com a temperatura, um acordar constante a pensar que a noite estava ser tão longa e que o telefone de trabalho ainda iria tocar à conta disso... Depois foi o telefone de facto a tocar, quase uma hora a tentar dar início à resolução de uma situação... Depois foi o voltar para a cama, para mais viravoltas de olhos bem abertos... Depois foi o levantar da cama para tentar fazer algo que provocasse a chegada do sono, uma caneca de leite, um livro, uma manta e um banquinho na casa-de-banho aquecida; ao fim e ao cabo, é a única divisão da casa em que a luz acesa não perturba o sono dos restantes moradores da casa... Depois foi o regressar para a cama já sonolenta... o adormecer... para ter brutais pesadelos em que era uma qualquer outra mulher a ser perseguida por outra com um facalhão, que conseguia espetar no meu ombro, e eu a correr e a fugir, de respiração ofegante e sem voz, a correr por uma estrada e ela a agarrar-me e eu a conseguir soltar um grito... e a acordar com a palavra gritada em surdina e a sentir o quarto todo à escuro, só com a minha respiração alterada e o pai a dormir ao lado...

Para compensar, ontem adormeci no sofá antes das dez... e dormi a noite toda, já sem telefonemas, canecas de leite e correrias de fuga de uma louca assassina...

E hoje decidi escrevê-lo, só para contrariar os bocejos que já se me surgiam a seguir ao jantar. Agora, a esta hora, agora sim, vou recostar-me no sofá a ver uma qualquer série e deixar-me adormecer lentamente... mas vai ser uma batalha ganha com as minhas regras, às minhas horas, horas de uma mulher adulta, ora essa, e não de mais uma compensação de uma noite mal dormida...!

Rita

quarta-feira, fevereiro 29, 2012

De coração


Mais uma peça com coração de Viana, para quem é de Viana... esperamos que dela tenha gostado e que, envaidecida, a propagandeie pela cidade...

Rita

terça-feira, fevereiro 28, 2012

A minha profissão numa telenovela portuguesa

Tenho a certeza que os inspectores da PJ, ou os profissionais da dança me compreendem mas eu tenho como ódio de estimação ver a minha profissão mal retratada na televisão. Talvez os publicitários também me percebam, porque acho que na semana passada consegui ver na telenovela o lançamento de um novo produto de marca nacional, qui çá internacional, feito na casa da dona da empresa, com discurso improvisado por uma gerente que, no dia, estava com uns copinhos a mais.

imagem retidade da net


Nos dias que passei no Alentejo tive a oportunidade de ver a telenovela da SIC, e vi dois colegas enfermeiros. Uma, coitada, deve ter tido dificuldade em arranjar emprego, é agora dama de companhia e uma senhora com Alzheimer. Pelos vistos, essa enfermeira manipula a terapêutica da sua doente a seu belo prazer e por interesses pessoais. Entre passeios e lanchinhos com a sua cliente faz questão de baralhar a sua mente e manipular o seu estado clínico para lhe causar uma dependência ainda maior. Acho que está doidinha de amor não correspondido...
O outro, mais sério e trabalhador, ao que parece roubou material do hospital onde trabalha e, num sítio escondido, mantém a irmã em coma até que esta consiga levar a gravidez a termo, para depois, aparentemente, a poder deixar morrer de cancro. Suponho que este enfermeiro seja mesmo capaz de conciliar o trabalho por turnos com o cuidado contínuo a uma pessoa completamente dependente, em coma, ventilada e às portas da morte.
Depois disto só me resta afirmar que ver televisão nacional é, sem dúvida, uma boa lição sociológica (que me desculpem os sociólogos) acerca dos estereótipos das profissões… Muito mais haveria por dizer, mas de momento, fico-me por aqui.


Ana Cristina