quarta-feira, abril 30, 2014

Mais malhas



Aproveitando a época das malhas em duas agulhas, no final do inverno ainda fiz outras duas peças. Mostro-as agora, não porque tenham sido oferecidas recentemente, mas porque as fotos ficaram, primeiro à espera de ser tiradas e depois de ser mostradas neste blog. Pode ser que sirvam de inspiração para o trabalho de verão na preparação da estação outono-inverno que se seguirá.
Bem, continuando, no dia em que ofereci  as golas aos sobrinhos, recebi da Rita a proposta de fazer umas perneiras para a Alice que, ao que parece, que queria muito ter umas.
Achei graça porque eu lembro-me de ter pelo menos dois conjuntos de perneiras, umas em castanho mesclado, outras com uns bonecos coloridos a dar a volta à perna. Deve ser de as ter usado, nos anos 80, que tenho um certo carinho pela peça de vestuário que são as perneiras e que agora parece que estão na moda outra vez. Fazem-me sempre lembrar as bailarinas do "Fame" e um estilo desportivo. 
Claro que aceitei a proposta de imediato e sem surpresa. Surpreendida fiquei quando, na despedida desse mesmo dia a Alice me veio abraçar e agradecer a gola nova. Aproveitou para me lembrar do novo projecto e fazer mais um pedido;  "- Tia, quando fizeres as perneiras podias-me fazer também umas luvas?". "- Upss", disse eu, "- Mas eu não sei fazer luvas...". Ao que ela respondeu: "- Podes sempre tentar."
Não tentei. Resolvi fazer-lhe umas "luveiras", palavra que passei a denominar a peça que cobre os braços e parte das mãos com o objectivo de as aquecer, e que na net encontrei definidas como "polainas da braço". Não interessa como se chamam, mas que foram um sucesso foram.
A Alice, que já valoriza as peças feitas especialmente para ela, depois de receber as perneiras e luveiras levou-as para a escola vários dias e emprestou as luveiras às amigas. Segundo ela há uma série de amigas que também querem umas. 
Parece que, além de Xulés, posso fazer luveiras quando quiser oferecer um presente a meninas de 8-9 anos. E se estiverem largas não faz mal, porque se não estiverem vão ficar de tanto uso.
Ana Cristina

segunda-feira, abril 28, 2014

Mães, filhas e filmes

1.
A minha mãe costumava contar que, há muitos e muitos anos atrás, a minha avó Conceição - a mãe dela - não conseguia dormir bem. Sem televisão e penso que por não ser socialmente muito bem visto ir sozinha ao cinema (ou talvez só porque quisesse companhia), levava-a com ela ao "Palácio" - outrora o único cinema em Viana do Castelo e onde eu ainda cheguei a ir ver alguns filmes. A minha mãe não tinha idade suficiente e a minha avó usava então o documento de identificação de uma outra filha, nascida anteriormente mas que já não era viva, para conseguir levá-la com ela.
O mais cómico da história é que a minha avó dormia durante toda a sessão, não imaginando provavelmente estar a criar uma cinéfila que, ainda há pouco tempo, alimentava o hábito de, sem qualquer problema, ir ao cinema sozinha...
 
2.
Vem-me muitas vezes à cabeça as matinés dos antigos domingos lá de casa. Recordo-me da fase dos filmes musicais mas também da dos westerns ou de outras... O meu pai - tal como, pelos vistos, a sogra noutros tempos - deitava-se ao comprido no sofá grande e passava o filme a ressonar. A minha mãe ficava no sofá individual e eu e a Cristina sentávamo-nos no chão, mais ou menos à frente. Gostava muito das explicações da minha mãe sobre os actores e os filmes, em voz baixa para não acordar o meu pai... mas talvez o que tenha ficado mais indelevelmente marcado em mim foi a sua mão simultaneamente a fazer-me cafuné... para mim, ainda hoje as festas na cabeça têm sabor e cheiro a sapateado e rugidos de leões a abrir tardes bem passadas...
 
3.
Penso que o filme "com pessoas e legendas" que primeiro terei visto com a Alice, terá sido o "Mary Poppins", só no ano passado. Desde aí, juntámos-lhes alguns, de propósito ou por casualidade: "Quem tramou Roger Rabbit", "O Sítio das Coisas Selvagens" (que ficou por acabar), o "Capitães de Abril", "O estranho caso de Benjamim Button" ou, no caso de hoje, "Extremamente Alto, Incrivelmente Perto". Alguns têm uma temática ou uma apresentação infantil mas outros obrigam-me a fazer paragens a meio, a explicar factos ou até a pesquisar coisas na internet paralelamente. Alguns são quase um preâmbulo de outras visualizações e leituras, como o "Capitães", mas podem envolver ao mesmo tempo a lembrança que, lá porque ouvimos e aprendemos uma quantidade enorme de asneiras no filme, não significa que optemos por repeti-las. Outros geram raciocínios imaginativos habitualmente não usados, como o "Benjamim Button". Outros ainda, como o de hoje, têm relação com assuntos sérios e pesados, como o luto ou o terrorismo.
O que a Alice não sabe é que guardo mentalmente filmes destes para ver com ela, que aguardo ansiosamente pelo momento em que lhos proponho e ela aceita, pelas mãos dadas ou festas trocadas no sofá ou na cadeira do cinema, pelas explicações que se geram, sejam elas segredadas ou ditas em volume normal, na altura de intervalo ou de opção por pausa no comando. Partilho coisas que sei sobre os actores, procuramos depois fotos ou informações que nos possam interessar. Mas o que fica, o que retenho, o que espero, é que aquelas horas que são nossas se prolonguem sensitivamente na sua mente e na sua pele e que venham a ter o mesmo doce toque dos cafunés antigos da minha mãe e dos nossos filmes.


Rita
(para a minha madrezita, aniversariante de hoje, com muitas saudades das nossas tardes de domingo, dos nossos musicais... e dos meus cafunés, obviamente)

domingo, abril 27, 2014

Festejar e aprender a liberdade para além do dia 25

Apesar de terem passado dois dias, por cá ainda continuamos no rescaldo do 25 de Abril.
40 anos é muito tempo e é uma data redonda. Eu já nasci no grande boom demográfico da esperança em bons e novos tempos do pós-revolução. No entanto, acho que cresci a absorver a importância da data, da luta, das conquistas, dos valores defendidos. Para mim, é muito importante que os meus filhos cresçam com a mesma noção, a dar a mesma importância à Liberdade - algo tão difícil para quem viveu sempre com ela e é filho de quem viveu sempre com ela.
 
Este ano a escola também resolveu festejar de forma diferente e tem corrido muito bem. Num dos dias desta semana convidou alguns avós para falarem sobre como era a escola antes do 25 de Abril. A minha mãe foi uma das convidadas e o desafio revelou-se - penso eu - bastante gratificante para as três gerações de mulheres da nossa família ali presentes - para a minha mãe, para mim, e para a Alice (e até para a Joana, que passou duas horas na maior, entre acordada e a dormir).
 
 

No dia anterior ao do feriado, a escola tentou depois uma reconstituição do ambiente antes do 25 de Abril, com meninos e meninas a entrarem por lados diferentes e para salas diferentes, com direito a recreio e corredor dividido, reguadas a fingir, retratos e crucifixos na parede... e depois, um simbólico 25 de Abril, com a Grandola a soar pelo edifício e os meninos a romperem as divisórias que os separavam... Parece que a celebração não ficará por aqui e que se aguardam mais iniciativas até o ano lectivo acabar...
 
Na sexta descemos todos a Avenida, como a Cristina explicou no post anterior... E ontem, eu e a Alice rumámos à Cinemateca Junior para ver o filme da Maria de Medeiros, o «Capitães de Abril» (filme que eu vi pela segunda vez e que, mais uma vez, não me convenceu totalmente... mas foi bom para poder fazer a Alice imaginar alguns cenários). A seguir, subimos as duas até ao Largo do Carmo para ver a exposição de fotografias num dos locais onde se fez a história daquele dia... muito rapidamente, para ir depois ao encontro do pai e dos filhos, que já estava a chegar a hora da Joana comer...
 
 
 Para além disto, fiz a seleção de algumas leituras úteis para os próximos tempos...


 Porque é preciso festejar... mas também ensinar a Liberdade...
 Rita

sábado, abril 26, 2014

40 anos de liberdade

Noutros anos, comemorei também aqui a data histórica de conquista da liberdade. Neste post, já antigo, relembrei a minha vivência do dia 25 de Abril de 1974, tinha seis anos. Mais recentemente, como neste post, ou neste, lembrei que a comemoração costumamos fazê-la na rua. Por isso, quem nos lê, sabe que é tradição familiar ir ao desfile da Av. da Liberdade neste dia sempre que possível. Este ano não foi diferente. Fomos todos, os que não tiveram de trabalhar... Fotos?! Mostro só a nossa...
 
 
Ana Cristina

quinta-feira, abril 24, 2014

De Chico Buarque, sobre a revolução de Abril de 1974

Tanto Mar - Versão Original
Sei que está em festa, pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo para mim
Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente
E colher pessoalmente
Uma flor no teu jardim
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei, também, que é preciso, pá
Navegar, navegar
Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim

sábado, abril 19, 2014

A Joana com três meses e meio...

 
- pesa qualquer coisa e mede qualquer coisa que nós não fazemos a mínima ideia de quanto é, primeiro porque só a levámos ao médico duas vezes (falhou a consulta do segundo mês e só marcámos a do terceiro para quando estiver praticamente a uma semana do quarto), e depois porque, olhando para ela e vendo-a a mamar tão bem e achando-a tão desenvolvida e com bom aspecto, deixei de ceder à preocupação com o peso (uma vez que os meus putos sempre tiveram tendência para ser racinha finguelas)...
- segura perfeitamente a cabeça e desde os dois meses, o que faz com que todos sem excepção o realcem - ou não percebem nada de bebés, ou já não se lembram, ou a miúda pequena tem mesmo um super-pescoço (espero que não com tanta tendência para os torcicolos como a sua mãe)...
- descobriu as mãos, primeiro de forma aparentemente involuntária, no início do segundo mês, quando começou a pô-las na boca... e depois de forma totalmente propositada, ora para as saborear ora para as observar... as dela e as nossas, é claro...
- adora adora adora atenção... principalmente para conversar, partilhando muitos "ahs", "ehs", "grrrs", "rrrrs", "auuus", "ags" e outras coisas igualmente interessantes... mesmo quando se encontra entre o bom e o mau humor, basta dar-lhe duas tretas de conversa na sua língua para começar logo a sorrir entre choraminguice... (tenho que dizer que ela ainda não tinha dois meses e já eu achava que estava pronta a começar a fazer os seus primeiros sons intencionais e dirigidos à minha pessoa... aqueles foram de facto os primórdios da palradice... vai ser conversadora, vai...)
- adora adora adora colo... principalmente se o portador da sua pessoa se mexer de um lado para o outro, obviamente...
- é capaz de abrir a goela de forma violenta, mas só no recato do lar... em outras situações como reuniões de pais, aulas assistidas de expressão motora e música , festa do aniversário do irmão, é espectacular... adormece, anda bem disposta e nem se queixa de ultrapassar horários de refeições...
- já empina a barriga para ser pegada ao colo quando está na cama, espreguiçadeira ou cadeira do carro
- sempre que está deitada, mesmo com as costas altas, farta-se de fazer abdominais para se conseguir sentar - o que, admitindo que pode ser dos nossos olhos adoradores, é muito cómico...
- continua moreninha (pelo menos em comparação com os outros)...
- toma muito menos vezes banho do que os irmãos tomavam, confesso... um dia porque não dá jeito, no outro porque quero esperar pelos manos para acompanharem, outro porque chegamos demasiado tarde a casa e são horas de fazer o jantar e preparar o dia seguinte... enfim, também não se suja muito...



(nós, em estilo desportivo, depois de uma aula aberta de expressão motora da sala de jardim de infância do Vasco... a escola dos miúdos faz sempre, todos os anos, e eu adoro participar... desta vez levei a besnica a reboque)

Rita

sexta-feira, abril 18, 2014

Com um dia de atraso, apesar de tudo

 
Isto de fazer dos dias noites e de ter horários de trabalho diferentes tem as suas consequências. É frequente ter vontade de vir aqui comentar algo, uma notícia de momento, um acontecimento ou apenas uma ideia e perder essa oportunidade. E com ela perder-se também o post que tinha pensado. Desta vez quase aconteceu o mesmo. Ontem, quando soube que tinha falecido, estava a trabalhar. Cheguei a casa tarde e quase no dia de hoje. Sem vontade de ligar o computador deixei passar a referência neste espaço. Havia tantas e tão bonitas referências na net à sua morte que o meu post, pouco inspirado e sem imagens, não traria nada de novo a este lamento colectivo. Esta manhã pensei o mesmo e deixei passar outra vez a oportunidade. Fiquei a folhear os livros seus que se encontram na minha estante.
 
 
Mas não me parece bem deixar de fazer a minha referência ao acontecimento. Afinal, Gabriel Garcia Marquez, o Gabo, é ainda o meu escritor preferido. Há uns anos, neste post, tive a oportunidade de deixar o meu apontamento sobre o seu livro auto-biográfico e de lá pra cá a minha opinião não mudou. Apenas o lamento da sua morte ser apenas o fim do seu corpo, que a sua mente já vagueava há anos perdida com a sua memória. O que mais o caracterizava como escritor, e imagino como pessoa, a mente criativa e inundada de recordações, há muito que se tinha perdido. Por isso e porque, tal como o próprio referiu, " A vida não é a que cada um viveu, mas a que recorda e como a recorda para poder contá-la", eu apenas posso recordar aqui que um dos melhores escritores de sempre, o representante maior do Realismo Mágico, Prémio Nobel da Literatura de 1982, o meu escritor preferido, faleceu ontem infelizmente, mas o Mundo estava mais pobre há muito tempo.
 
Ana Cristina

terça-feira, abril 15, 2014

Alentejo

Não chegou a meia dúzia de dias, os que estivemos no Alentejo. Pareceram muitos mais, mesmo que os dias tenham estado nublados e não tenhamos feito nada de extraordinário.
De qualquer forma fica a nota, para lembrança futura, do dia 10 de Abril de 2014, como tendo sido o primeiro dia de praia da vida da Joana... e o do ano da Alice e do Vasco, com direito a banhoca e tudo... E a ressalva que mais uns dias tinham retirado a rodinha que faltava à bicicleta da Alice e ficávamos a vê-la a andar totalmente equilibrada... ficará com certeza para as próximas férias...






Rita

domingo, abril 13, 2014

Voltar às malhas, depois de tantos anos

Desta vez sem a ajuda da madresita, e sem recurso ao "Grande Livro dos Lavores", mas com o apoio do You Tube (pelos vistos a ferramenta moderna de aprendizagem) no relembrar de pontos e pormenores mais simples da malha em duas agulhas, ou knitting, como lhe quiserem chamar.

Foi um entusiasmo recente, do final deste inverno, e por contágio de algumas colegas que andam a dar os primeiros passos nesta técnica.  Eu estou um bocadinho mais adiantada, porque em tempos, há muitos e longos anos, ainda fiz umas camisolas para mim e para as bonecas. Coisas simples e sem grande técnica mas que resultaram.
Lembro-me da primeira camisola que fiz, e que foi minha grande companheira durante mais ou menos vinte anos (talvez encontre nos álbuns fotográficos dessa camisola e vos possa mostrar) e que acabou por ter um fim quase trágico quando foi adoptada pelo Pilas.
Mas voltando à malha em duas agulhas, desta vez, num instante os dedos obedeceram e a vontade de fazer uma peça em malha chegou.
 Resultou em duas peças.
Golas para os sobrinhos, porque está na moda voltar às malhas e eu gosto de peças pequenas.
Ficaram giras não ficaram?
Ana Cristina

sexta-feira, abril 11, 2014

Irmanices

Hoje, numa breve passagem pela internet, soou-me que era dia dos irmãos (realmente, há dia de tudo, só falta inventarem o dos tios, que também merecem).
Senti que tinha de dizer algo em relação a isto, mas o tema é-me tão caro e ao mesmo tempo óbvio, que nem sei por onde começar.
Ter uma irmã que foi sempre uma amiga e que se tornou a melhor amiga de todas vincou a minha vida e a minha personalidade. Há uma ideia de companhia sempre presente, de alguém que toma conta de mim a todo o instante, que está e estará sempre lá. Adoro-a e admiro-a incondicional e profundamente.
Não tenho qualquer dúvida que tenho hoje três filhos por causa desta relação, porque anseio para eles o que tenho para mim… Uma das coisas que mais gostaria é que, no seu futuro, conseguissem construir e manter um relacionamento como eu tenho com a minha irmã, que ficassem afastados das pequenas coisas que ao longo da vida podem contribuir para os separar, que tivessem sempre a ânsia de telefonar uns para os outros para contar as suas novidades, que desejassem partilhar os momentos mais importantes das suas vidas uns com os outros.
Sem dúvida que sou mais feliz por ter a minha irmã. E, como tal, o dia seria para festejar em conjunto, caso tivessemos tido essa oportunidade. Não tivemos, festejei a irmandade dos meus.
Tirei-lhes muitas fotos, todos contentes no seu conjunto, a dar ideias de poses e quase a sufocarem a mais nova com algumas delas. Depois constatei que quase não temos fotografias juntas, Cristina, e andei aqui a fazer cortes e recortes para poder colocar uma. Temos que remediar isto…
Feliz dia dos irmãos, minha querida irmã.



Rita

quinta-feira, abril 10, 2014

Borboletário e Jardim Botânico

Ontem seguimos uma ideia do Quarto das Brincadeiras e fomos visitar o Jardim Botânico e o Borboletário.
Estivemos quase quase para não ir, uma vez que saímos de casa às quatro e o Borboletário encerra às cinco. Aventurámo-nos e pedimos opinião na bilheteira, onde nos garantiram que tinhamos tempo.
O Borboletário é um mundo modesto, cuja pequenez nos surpreende e quase desilude a uma primeira vista. Depois, aos poucos e poucos, começa a revelar-se. Uma borboleta esvoaça aqui, outras quedam-se acolá, em mostruários há crisálidas penduradas e alguns painéis informativos convidam à procura dos espécies e à sua comparação com as fotografias. Uma jovem explica-nos, de forma simpática e acolhedora, que as borboletas se vêem melhor quando há Sol porque recebem dele a sua energia. Chama-nos à atenção para algumas, garante que uma lagarta dá sempre uma borboleta. Traz um cesto com várias a voar lá dentro e, depois de explicar que as tinha andado a apanhar porque o Borboletário necessitava sempre de introdução de espécies por questões de equilíbrio do seu ecosistema, vai soltando uma a uma, diante dos olhares de quem está próximo.
No fim ainda houve direito a corridas pelo Jardim Botânico para uns e refeição por baixo das árvores para outros.



Rita

terça-feira, abril 08, 2014

Os cinco anos do Vasco

Há pouco mais de uma semana, o Vasco fez cinco anos. Cinco. Uma data em grande, tanto quanto percebi. Logo de manhã fartou-se de cantarolar «Eu hoje faço cinco anos...», no dia seguinte mudou para «Eu fiz cinco anos...» e ainda hoje ouvi «Eu já tenho cinco anos...».
Para além dos cinco serem a primeira data redonda que comemorou, também foi a primeira vez que o Vasco teve uma festa em grande. A aproveitar o facto de ser um Domingo e do clima do final de Março ser difícil de prever, arrendámos um espaço pela primeira vez e por isso distribuimos convites pelos colegas todos (por falar nisso, juro que nunca conseguirei perceber os pais que não respondem, custará muito enviar uma mensagem a dizer que o colega do nosso filho não vai...?!). Juntámos a família com os primos e priminhos todos. Os amigos mais a filharada. Em resumo, eramos setenta não resumidos.
Claro que a preparação de uma festa se torna mais fácil quando se está de licença, mas isso não significa que não dê trabalho. Neste caso, para além da maior parte da comida, decidi que queria também fazer uma decoração "a rigor". Escolhemos o Batman como tema e avancei para a elaboração de um convite, planeamento da mesa (não sei se reparam ali na minha Gotham City, os prédios em cartolina para batatas fritas e pipocas), realização do bolo (à semelhança dos anos anteriores, tenho tentado aventurar-me) e até de uma pinhata em forma de Joker, para condizer.

 


 
Por mais cansativo que tenha sido, e mesmo com a miúda pequena a escolher os piores momentos para as birrinhas (aqueles em que as mãos estão sujas dos cozinhados, cheias de massa, e não se lhe pode mexer, ou que o tempo está contado e não há lugar para distrações), não chegou perto do que foi estar grávida, a trabalhar (mesmo com gozo de folga no dia anterior), a preparar a festa da Alice ou qualquer outro convívio que tenha sido feito nesta casa no mesmo período.
Em relação ao resultado, claro que valeu a pena, com o meu puto charila, o meu filho sanduiche, o meu rapazola, «o médio» como ele orgulhosamente se apelida (por não ser a grande nem a pequena), notoriamente feliz, a partilhar o seu dia especial com todos os amigos... 
Rita

segunda-feira, abril 07, 2014

Já tinha saudades

Ontem, segundo os nossos cálculos, passado mais de um ano, voltámos à milonga, que é como quem diz que voltámos a ir a um baile de tango argentino. Já tinha saudades. De dançar o tango. De dançar com ele o tango, assim juntinho, naquele equilíbrio instável que se tem a dois e que resulta muito melhor quando o nosso par é alguém que gostamos e confiamos. Foi o tango que nos apresentou e por o praticarmos que nos começamos a conhecer. Por isso será sempre o nosso género musical. A nossa vida conjunta será sempre musicada por um tango, não daqueles pautado pelo ciume e brigas entre machos com letras de "faca e alguidar". O nosso é dos muito mais melodiosos, sem letra mas com vários ritmos. Talvez um tocado pelo Pugliese...


Temos de voltar ao hábito de milongar, Faz bem à alma e ao corpo, aos dois em separado e em conjunto.
Ana Cristina

domingo, abril 06, 2014

Será que a Primavera chegou?

Eu tenho dificuldade em afirmar. Tem chovido tanto e há dois dias estava frio. As varandas ainda estão molhadas e cheiram a humidade que, espero com convicção que seja desta que o sol venha para durar. Mas as plantas cá de casa há cerca de 15 dias que parecem ter sentido que a primavera realmente chegou, com ou sem chuva. Coincidiu com a entrada no calendário que começaram, aos poucos a mostrar-se mais viçosas.  E desde há dois ou três dias que já se vêem algumas flores a despontar.
Bem-vinda primavera! A gente e as plantas cá te esperam.
Ana Cristina


quinta-feira, abril 03, 2014

Xulés 31# e 32#

Foram oferecidos há umas duas semanas por conta do festejo de aniversário da R, uma das grandes amigas da Alice.
O Xulé 31# é da K, uma menina que estará quase a fazer 2 anos. É colorido e com ar bem disposto.  
O da saia, o 32#, fez parte das encomendas feitas pela Alice para as amigas que seriam premiadas com bonecos-meia com saia à semelhança do seu. Neste grupinho está o Xulé 29#, que já mostramos aqui, mas também o 30#, que por enquanto não podemos mostrar porque a sua futura dona não imagina que o vai receber. Neste, tive a ajuda da Alice, que ajudou a escolher a meia com uns corações virados ao contrário e a cor da saia.
Já recebi o parecer da dona mais velha, que me garantiu que tanto ela como a sua mana gostaram dos presentes. Andarão por Lisboa e iremos segui-los de perto.
Ana Cristina

quarta-feira, abril 02, 2014

Dia Internacional do Livro Infantil

Hoje é Dia Internacional do Livro Infantil e, como os livros, a leitura e a escrita são das coisas que mais gosto, resolvi dedicar-lhes um post.
Lá em casa, a ideia que tenho é que houve mais livros juvenis do que infantis. Todos eles foram muito relidos e gozados, de frente para trás e de trás para a frente, com direito a decorar ilustrações e localização visual de parágrafos. Alguns desses livros foram para casa da Cristina, outros ficaram na casa dos meus pais, para que os miúdos possam lê-los quando para lá vão, e outros encontram-se na estante lá de dentro. Foi a esses que recorri para tentar lembrar-me dos que me tocaram na infância.

1.
Antes de saber ler, lembro-me de desejar ardentemente saber fazê-lo. Tenho a recordação de um sentimento forte em relação a isso, calculo que tivesse os meus cinco anos. Ia para casa da Dona Maria do Céu, a vizinha do andar trocado com o nosso, e para além de falar e brincar com ela, divertia-me a descobrir os livros do Astérix do Zé. A Dona Maria do Céu não sabia ler e escrever e, à falta da possibilidade que mos lesse, lia-lhos eu. Olhava para as ilustrações e contava a história à minha forma, através da observação. Da Dona Maria do Céu, falecida prematuramente, tenho poucas recordações em termos de aspecto físico, mas hei-de sempre lembrar-me do seu espanto risonho quando me ouvia. Ela achava graça ao facto de eu parecer saber ler e de "ler" para ela. Comentava-o sempre e deve tê-lo feito tantas vezes que eu associo os Astérix aos primeiros livros que me deram prazer descobrir, os que primeiro devo ter devorado quando consegui descodificar a leitura.
Em relação a banda desenhada, cá por casa andam também os dois livros do Petzi da minha infância. O Petzi de aventuras fabulosas e de gosto desmedido por pilhas de crepes... quem não gostaria...?


2.
"O meu pé de laranja lima" é o que me ocorre quando penso no livro da minha infância.
Costumo pensar que tive uma sorte bestial de ter uma irmã oito anos mais velha que adorava ler. Foi por causa de a ter encontrado a chorar enquanto lia este livro que eu decidi que o quereria ler. Ainda me lembro de ti, Cristina, a dizer-me que os livros grossos e só com letras eram espectaculares e muitos melhores do que os outros... "O meu pé de laranja lima" foi o livro que me abriu horizontes para a leitura, que fazia rir e chorar e que contava coisas inimagináveis, do tipo que não vinha nas Anitas. Li-o no Verão depois de fazer a 1ª classe, tinha 06 anos, e nunca mais deixei de querer encontrar esse tipo de livros, os que nos transportam a sensibilidade e nos fazem sentir para além de nós.
O exemplar da nossa casa era como este... as alterações de capa nunca me satisfizeram e por isso ainda não há nenhum por cá, tenho que dar umas voltas nos alfarrabistas...


3.
Certamente que os livros que mais preencheram a minha infância (e juventude) foram os da Alice Vieira. À Cristina foram oferecidos os primeiros cinco (do "Rosa minha irmã Rosa" ao "Este Rei que eu escolhi") e a mim todos os restantes, de tal forma eram modeladores da minha preferência...
Ainda hoje... a Alice andou a ler na escola o "Rosa minha irmã Rosa" e quando ele saiu da prateleira para as minhas mãos, para lho entregar, não fui capaz de deixar de reler passagens. Coisa maravilhosa, a escrita da Alice Vieira, ainda hoje. Estou ansiosa que ela traga o livro novamente, vou relê-lo, provavelmente pela 500ª vez na minha vida...

 
 4.
Cá em casa, há muitos livros infantis. Acho eu. Tenho mesmo que nos inscrever numa biblioteca, para deixar de me apetecer comprar um montão de livros para os miúdos de cada vez que vou a uma livraria. É a minha zona preferida actualmente, adoro folheá-los, descobrir-lhes as ilustrações, imaginar as reações deles quando os lermos em conjunto (o que, desde a gravidez, tem sido complicado, diga-se).
Não sou capaz de apontar o meu livro infantil preferido neste momento, mas sou perfeitamente capaz de eleger o Planeta Tangerina como a minha editora infantil número um. Os seus escritores e ilustradores são fabulosos, todos os seus trabalhos e escolhas são extraordinárias... nota-se a verdade no seu compromisso, o pormenor com que cada obra é pensada... fico ansiosa por abrir cada novo livro e só não dá é para os comprar a todos, se não não escapavam às nossas prateleiras...


Rita