terça-feira, julho 29, 2008

Um post devido

Para a minha querida amiga Dê, que vai partir de férias e deixar o nosso local de trabalho temporariamente mais pobre, cá vai:
A Alice, há cerca de mês e meio, nas nossas férias, a cantar (topem o microfone na mão) e a dançar (ó pró jogo de ancas) com a saia da Laura vestida.
Rita

segunda-feira, julho 28, 2008

No sábado foi dia dos avós e lembrei-me dos meus

Lá em casa nunca demos importância aos dias especiais. Não me lembro de comprar ou fazer presentes porque se ia festejar o dia da mãe ou o dia do pai, ou de receber alguma coisa no dia da criança. Nunca esses dias foram anormais, para além do beijinho especial. Na minha memória está apenas aquele dia da mulher em que, para aí com os meus 12 anos, escrevi um poema para a minha mãe, e que deve ter sido inspirado num que havia pendurado na porta do roupeiro, porque eu nunca tive muito jeito para a escrita, apesar da época dos poemas ...

Mas no sábado foi dia dos avós e eu tive saudades dos meus.
Tive pena de não ter conhecido melhor o avô Bádino, do que ele não viveu em família e do que ele não viveu em sociedade.
Tive lembranças da minha birra de pequenina, e do palhaço de corda que foi pelas escadas abaixo no dia em que o recebi só porque queria que o avô Lisses não se fosse embora.
Recordei-me da avó Conceição, e de ir na rua com ela ... e as pessoas perguntarem: "- É sua neta, D. Mariazinha?" E ela responder "- É, e vai ser enfermeira quando for grande."
E da avó Joana. A avó que fazia as comidinhas que a gente gostava mais. A avó que fazia vestidinhos para as bonecas. A avó que nos ensinava cantigas e representações do seu tempo. A avó Joana de todos os nossos amigos.

Os meus avós deram-me muito boas recordações, lembranças de uma infância muito feliz onde eles tiveram papéis importantes e, até o avô Bádino que morreu quando eu tinha 3 anos, deixou de herança lindas recordações contadas pelos outros, que, com um bocadinho de imaginação, faz-se com que pareça que esteve sempre presente.
Ana Cristina

sexta-feira, julho 25, 2008

E depois não querem que as crianças fiquem traumatizadas...

Nestes mais de oito anos a lidar com meninos pequenos já encontrei nomes muito esquisitos. Assim de repente lembro-me, por exemplo, do Chocholino, da Jearcinercia, do Kleidyr, do Shaara e do Rickelmy. Mas duas gémeas a chamarem-se Somerda e Bereta é que não estava à espera.
Dizem que Bereta é nome de arma, mas o que quererá dizer Somerda???


Ana Cristina

terça-feira, julho 22, 2008

Esconderijos


Como todos os gatos, a Fera gosta de se esconder... Nós ficamos sempre à beira de uma síncope quando a "perdemos", mas, muito sinceramente, não haveria qualquer problema se não fosse por vezes tão difícil encontrá-la justamente quando estamos cheios de pressa para sair de casa e queremos fechar a porta que dá para os quartos, para não ficarem as camas cheias de pêlo...
O último esconderijo, escolhido de manhã, sempre que estamos a sair para o trabalho, é por baixo da cama da Alice. Desafiando o seu volume, aninha-se lá em baixo e só sai quase à força...
Andará a brincar connosco, para nos convencer a não sair de casa...?
Rita

segunda-feira, julho 21, 2008

As rotina dos super-heróis-de-trazer-por-casa que somos todos...

Na sexta-feira a Alice foi para a cama quando os ponteiros ainda não tinham chegado às 20.
Ela tinha ido passar uns dias fora com os avós, mas depois ficou doentita, voltou, ficou dois dias em casa com o pai, voltou para a escola num dia em que jantámos com a família e nos deitámos tarde... na sexta-feira estava de rastos, do cansaço acumulado... e tinha definitivamente vestido a máscara de "miúda diabólica" com que já nos andava a ameaçar nos dias anteriores...
Quando cheguei, ela estava sentada na banheira a chorar. Não queria nada, não aderia a nada, nem às brincadeiras do costume, nem às novidades. O pai parecia estar com vontade de fugir e eu, que de manhã tinha saído de casa ansiosa por ir trabalhar (companheiros adoentados e filhas cansadas é uma mistura explosiva!), pensei que também não ia conseguir lidar bem com aquilo (porque muitas vezes não lido, eu sei...). E de repente olhei para ela e percebi todo o seu desconsolo, o seu cansaço, a sua neura e birra como forma de extravasar (é assim que se escreve?!) aquela energia negativa...
Sentei-me e disse-lhe que quando ela quisesse sair dali devia dizer-me, para eu lhe dar banho. Ela não queria, mas como eu não abandonasse a minha combinação e me mantivesse sempre tranquila, acedeu. Choramingou sempre. Porque não queria champô, porque a água estava quente, porque a água estava fria... e depois foi porque queria o sofá e porque não queria o creme e porque não queria deitar...
Perguntei-lhe se ela queria beber um biberon de leite, a chucha e ir para a caminha e ela aceitou logo. E falei com ela, disse-lhe que percebíamos que estivesse cansada e a chorar, e que não fazia mal, ela que chorasse quanto quisesse porque nós gostávamos dela na mesma, sempre. E que ia para a caminha mais cedo, quando ainda era dia e sem comer a sopa, mas era para que no dia seguinte ela acordasse bem disposta e a rir, porque não podíamos passar os dias a chorar se não não nos divertiríamos nada com a vida.
O João sorriu da teoria toda mas ela aconchegou-se a mim, abriu bem os olhos e acenou-me que sim com a cabeça. E dormiu a noite toda e desde aí tem estado a "boa onda" de (quase) sempre.
Na sexta-feira foi um dia bom, em que a super-mãe não se deixou derrotar pelos poderes da miúda diabólica.
Rita

sábado, julho 19, 2008

Parabéns, Madiba


Vi o meu pai chorar pela primeira vez, em Fevereiro de 1990, quando Nelson Mandela foi libertado. Foi até hoje uma das raríssimas situações em que isso aconteceu.
Eu tinha 14 anos de idade e sabia quem ele era. Sabia o que era o Apartheid por aquilo que lia, e dançava ao som do concerto gravado em vídeo, penso que terá sido o de Wembley. Mas nunca tinha visto o meu pai chorar e surpreendi-me. Não sei se achei exagero ou se pura e simplesmente não percebi. Julgo que talvez tenha pensado que chorar a gente chorava com as situações da nossa vida, ou com os livros e filmes e músicas.
O meu pai e a minha mãe choraram a ver a notícia na televisão, provavelmente sentindo na pele e na alma a pequena grande vitória que aquela libertação significava na luta pela igualdade, depois do fim de 27 anos de prisão do grande líder do movimento antiapartheid.
Ontem, tantos anos depois, vieram-me as lágrimas aos olhos ao ver a notícia do aniversário de Mandela e os parabéns cantados por tantas e tantas pessoas que lhe agradecem a sua grande quota parte na luta por um mundo melhor. 18 anos mais tarde, também eu choro de comoção com os meus pais e interiormente canto... e também agradeço.
Rita

sexta-feira, julho 18, 2008

Cantinho cá de casa...

Tentando voltar à normalidade, recomeço a rúbrica "cantinhos cá das casas" que durante algum tempo foi hábito nosso. Na altura fomos influenciadas por esta menina, nossa amiga da blogosfera que conhecemos pessoalmente na única feira que tivemos oportunidade de ir (única, mas muito boa experiência,que um dia, que sabe, se repetirá) e que já consideramos nossa amiga.

Esta semana mostro o cantinho dos gatos, na minha sala, onde se encontram dois gatinhos em porcelana, oferecidos por duas amigas, e umas informações em forma de livros, que me deram toda a sabedoria teorica acerca de felinos. A prática veio com o Pilas, que já todas conhecem.



Ana Cristina

quarta-feira, julho 16, 2008

Eu queria, mas o adiantado da hora não ajuda...

Vinha no caminho a preparar mentalmente o post que ía fazer mas, defenitivamente, o trânsito não colaborou, e o sono apoderou-se da minha mente e a fotografia ainda não tem os retoques necessários para ser editada.
Fica para amanhã.
Ana Cristina

segunda-feira, julho 14, 2008

Outros meninos cá em casa

Neste fim-de-semana não tivemos cá a Alice.
Desde muito cedo que nos habituámos a deixá-la ir. Primeiro, enquanto mamava, só por umas horas. Depois uma noite de longe em longe, a partir dos dez meses. Uns dias, já depois do primeiro ano. Uma semana de vez em quando, a partir daí. Nunca mais do que isso, eheheheh.
Não é que não custe. E não é que passe a custar menos. Sofre-se um pouco (pouquinho... assim fininho) por antecipação, quando se pensa que não se vai tê-la nos dias seguintes a cantarolar pela casa. E no dia em que sabemos que ela vai. Mas depois fica uma tranquilidade boa, de sabê-la bem e de nos recuperarmos a nós, a nós enquanto seres individuais que somos, a nós enquanto par de compinchas também. Uma tranquilidade feita de manhãs dormidas até mais tarde, de refeições fora, de cinemas, disso também que vocês estão a pensar, dos ritmos que se quer, da vida como era antes... mas melhor porque ela existe e, mesmo longe, está lá e é "nossa".
Este fim-de-semana foi só para nós e deu para tudo, para ver televisão, para estar com amigos, para almoçar fora com calma, para ir ao cinema... e principalmente para avançar com trabalho que já deveria estar feito - uma conquista que me deixou cheia de orgulho de mim mesma...
Como não tínhamos miúdos, matámos as saudades da filha com o João, que quase comeu pão pela primeira vez na nossa casa...
Rita

quinta-feira, julho 10, 2008

Coisas da sobrinha...

- Então onde vais amanhã??
- Ao Alentéjio
- E o que vais fazer lá?
- Vou ver os cavalos, as vacas... ó avô, também vamos ver camelos no alentéjio???

- Sabes tia, eu sou quase grande.
- Quase grande para o quê?
- Para andar no cavalo...
Ana Cristina

quinta-feira, julho 03, 2008

Brincar com a comida

A propósito do post de ontem, a Dê hoje perguntou-me se eu deixava a Alice brincar com a comida. Não soube o que responder, deixo e não deixo, depende sempre dos dias e da minha paciência.
"Não brincar com a comida" é algo que sinceramente não me lembro de ouvir, mas que cheira à distância a regras de quando éramos miúdos. Daquelas que, quando se pensa bem, nunca se consegue entender o motivo de ter sido criada.
Eu brinco com a comida e acho que todos somos assim. Guardo o que gosto mais para o fim; vou comendo cada ingrediente aos bocadinhos, um de cada vez quase ou conjugando os que gosto mais uns com os outros; no ovo estrelado como sempre a clara e tudo o resto e rebento a gema no fim, com o pão; como as peças de fruta às dentadinhas que a vão rodeando e rodeando e rodeando... tenho rituais. Que adoro e que, calculo, me farão sentir segura. Eu conheço a comida que tenho à frente e brinco da maneira que já conheço há muitos anos. É uma garantia de conforto neste mundo louco e tão mutável em que vivemos.
A Inês acaba com os ingredientes no prato, um de cada vez. Há pessoal que come a fruta em grandes dentadas. Um outro amigo punha a gema do ovo estrelado toda na boca e rebentava-a lá dentro.
Deixar os miúdos brincar com a comida é saudável, deixá-los decorar os pratos ou participar na realização da refeição também. Já dizia uma amiga no outro dia: parece que o acto de brincar com a comida ajuda a evitar distúrbios alimentares no futuro. E isso parece óbvio quando se pensa que qualquer relação criada de forma sorridente e feliz é sempre mais saudável, incluindo-se aqui a relação que criamos também com a comida. Além de que nunca se sabe se o nosso filho se tornará um verdadeiro artista nesta arte de brincar com a alimentação, eheheheh...
Rita

quarta-feira, julho 02, 2008

Coisas da filha, mais uma vez...

A Alice estava a comer há uns dias atrás quando de repente nos chama e diz: «Olha mãe, o que eu fiz! É uma escada...»
Eu olhei e reolhei. E era mesmo.

Rita