sexta-feira, janeiro 29, 2010

Ó pra mim a falar dos enfermeiros...

Quando eu acabei a minha licenciatura, a minha irmã já era enfermeira há uns oito anos.
Eu vim a seguir a participar num concurso público para a profissão que hoje tenho - e que acho que não devo dizer aqui qual é - a entrar e a fazer um ano de curso e um ano de estágio. A minha licenciatura não era um requisito na altura, pelo que para o que eu iria fazer só se exigia o 11º ano. Na verdade, se eu não achasse que as minhas habilitações se enquadravam perfeitamente na minha futura profissão, era quase como se sentisse que tinha andado a estudar mais de quatro anos para nada.
Quando eu me encontrava a acabar este segundo curso, a carreira para a qual eu estava a estudar foi repensada, reestruturada e criaram-se novas regras: a partir dali, seria exigida uma licenciatura e não mais o 11º ano. Mudaram-se títulos e, mais importante, tabelas salariais. Todos passaram a ganhar mais, independemente das suas habilitações literárias. E mesmo hoje, ter uma licenciatura (como passou a ser obrigatório nos concursos seguintes) ou ter o 11º ano (como muitos até à minha entrada têm) acaba por ter o mesmo significado em termos de vencimento.
Entretanto, a minha irmã tinha um bacharelato, porque assim era a formação em enfermagem. E trabalhou no público, depois no privado, trabalhou em dois sítios em duas ocasiões, voltou ao público, fez algumas greves em que teve de assegurar serviços mínimos e não ganhar na mesma (o que mudou mais recentemente), contraiu uma tuberculose que nunca lhe foi considerada doença profissional e que a deixou sem trabalhar uns tempos, ficou com dor siática por mudar camas com velhinhos gordinhos lá dentro, fez manhãs tardes noites e mais manhãs tardes noites e mais manhãs tardes noites...
Um dia, o curso de enfermagem passou a ser uma licenciatura e a minha irmã, como muitos enfermeiros seus colegas, começou a pensar que deveria pôr-se a fazer o ano que a faria ter equivalência a este grau de estudos. E lá se dedicou a estudar mais um ano, a arranjar chatices no emprego por demorarem meses e meses a dar-lhe o estatuto de trabalhador-estudante, lá teve de fazer trocas e trocas, lá gastou uma imensidão de dinheiro e lá tirou o seu ano de licenciatura...
Contudo, a sua carreira nunca foi reestruturada, nem repensada, nem as tabelas salariais alteradas. Fizeram-se promessas de ajustar anos de experiência profissional e habilitações, mas estas nunca vieram a ser cumpridas. O que significa que os enfermeiros licenciados e os bacharéis ganham o mesmo, mesmo aqueles que decidiram licenciar-se e esforçar-se e sacrificar vidas pessoais na esperança de verem os seus esforços reconhecidos.
Mais: um enfermeiro licenciado (ou bacharel, no fundo vai dar ao mesmo em matéria de reconhecimento de esforço) ganha em início de carreira, um ordenado base inferior ao de quem tem a minha profissão, independentemente de até eu entrar nela, só ser exigido o 11º ano.
Pronto, só quis dizer isto. Para que alguém tenha mais ou menos a mesma noção que eu do motivo que leva os enfermeiros a recusarem trabalhar e a manifestar-se nas ruas.
Rita

quinta-feira, janeiro 28, 2010

Pequenas notas...

1- O orçamento tinha umas pequenas gafes. Coisas sem importância, do estilo de umas aplicações em falta e uns euros (-itos) de diferença nos apoios à agricultura.
2- Parece que os quadros eram muito difíceis de fazer e por isso entregaram o dossier tarde, na pen, porque não tiveram tempo de imprimir tudo.
3- Mas atenção. Estamos a falar do Ministro das Finanças, não de um aluno do primeiro ano da faculdade. Porque se fosse esse, chumbava.
... quanto à GREVE DOS ENFERMEIROS. Disso falamos mais tarde.
Ana Cristina

quarta-feira, janeiro 27, 2010

Greve Nacional dos Enfermeiros

"Imagine, se puder, um mundo sem enfermeiros" . Um sistema de saúde tão debilitado que seria irreconhecível. Quando as enfermeiras desaparecem também desaparece a segurança do paciente. Assim começa o vídeo que vos deixo...
Podem vê-lo aqui.
Na sexta lá estarei na rua, mais uma vez, a manifestar-me. Numa luta pelo reconhecimento da profissão que é a minha.
Ana Cristina

terça-feira, janeiro 26, 2010

Reportagem de Natal atrasada 2


Eu recebi uma jóia. Peça única. Feita pela Alice.

Ao que parece é do mesmo modelo que o colar da tia Sofia, mas com cores diferentes. O dela será em cor-de-rosa, o meu em azuis, mas seria em laranja se a Rita não tivesse interferido e lembrasse que cor-de-laranja é uma cor que eu não gosto.

Recebi a minha mais recente jóia da mão da sua autora, com um grande sorriso e uma interrogação: "- Ó tia, porque é que tu não gostas de cor-de-laranja e até detestas? Todas as cores do mundo são bonitas!"

Senti-me quase uma criminosa...
Ana Cristina

domingo, janeiro 24, 2010

Uma árvore para todo o ano

Vamos cá ver: prometi uma reportagenzita de Natal e esta ainda só vai no primeiro episódio... mas a verdade é que, cá em casa, a árvore também só foi desmontada ontem... eu e o meu cunhado Fernando até demos por nós a falar sobre a eventualidade de se deixar de ter uma árvore de Natal e passar a uma espécie de árvore anual... uma que ficasse sempre ali e que nós fôssemos redecorando conforme a época em que nos encontrávamos... por exemplo, nos próximos tempos colocaríamos máscaras... depois, ovos pintados... no Verão poderiamos pendurar-lhe fatos de banho e biquinis... seria um incentivo à originalidade e criatividade, não...?!
Rita

E promete-se a continuação e final da reportagem (que não é assim tão grande) para esta semana...

terça-feira, janeiro 19, 2010

Dia de sol

Quando iamos a caminho do carro, ela pediu para irmos ao parque de Sta. Clara. Hesitei, mas foi só por uns segundos. Um dia como o de hoje, não dava mesmo para desperdiçar... Para lá caminhámos então, que é como quem diz que fomos andando de carro, embora a terça-feira, dia de feira da ladra, não prometesse grande estacionamento. Para completar a sorte do dia, um lugar próximo do portão.
Um homem e uma mulher, ar de pai e filha, com dois cães e duas bolas. Um grupo de senhores velhinhos em torno de uma mesa, o silêncio da expectativa da jogatana de cartas. Duas amigas na esplanada e a pose saborosamente indolente do empregado/dono do quisque-café. Poucos pais com os filhos, depois mais alguns e até uma coleguinha de sala.
A filha contente, a saltitar nos degraus, a pedir para comer um gelado e para despir o casaco. O bebé a rir e a olhar a copa das árvores com ar fascinado. A mãe contente, tão contente por ter aderido à proposta da filha, apesar dos arrepios de frio nas costas mal agasalhadas.
Que bom, um dia de sol.
Rita

segunda-feira, janeiro 18, 2010

Reportagem de Natal atrasada 1

Tenho o sonho de conseguir fazer as prendas de Natal todas... ou praticamente todas.
Acho que houve um ano em que estivemos perto de o conseguir, mas não nos temos aproximado desse feito desde aí.
Entretanto, estimulo os filhos a fazerem as prendas para os mais chegados: os avós e os tios. O objectivo é demovê-los de aceitar passivamente todo o consumismo da época e lembrá-los de que o Natal é um momento para dizermos às pessoas que gostamos delas e de as ter perto de nós. Para isso, nada melhor do que prendas personalizadas. Tem sido assim desde que a Alice pôde colaborar minimamente e ela gosta e adere, satisfeita, aos projectos. O mais interessante é vê-la a evoluir, tanto nas ideias que dá como no modo de as levar a cabo.
Na noite de Natal, os presentes feitos por ela são abertos ao mesmo tempo. Este ano iniciou-se ainda o hábito de serem os primeiros, para possibilitar aos familiares que reparem bem no que foi realizado e que o partilhem com ela. O orgulho da Alice é indescritível...

Este ano, a prenda da Alice para os tios foi:

"Duas pequenas sereias" e "Uma menina com uma flor e um bebé"


O Vasco também se iniciou nestas lides e ofereceu a sua mãozada e pegada:

Rita

sexta-feira, janeiro 15, 2010

Fui ao cinema agorinha mesmo...

Fui ver o Avatar.
E devo dizer que embora o tema seja recorrente, continuo a emocionar-me com ele, com a lembrança de que, no mundo e na natureza, todos estamos ligados sinergicamente, de forma interdependente, e que isso faz com que tenhamos de cuidar uns dos outros e de dignificar os nossos contactos...
O filme é muito bonito e vale a pena ver. É possível que saiam de lá como eu, a desejar uma visita ao mundo de Pandora... e, já agora, uma pele azul manchada e com pintinhas fluorescentes, um corpo esbelto e longuilíneo, umas orelhas expressivas, uns olhos gigantescos e doces, e uma trança que faz contacto directo com os animais e as plantas...

Rita

quinta-feira, janeiro 14, 2010

A partir de hoje...

... podem encontrar-nos também no Facebook.
Pois é, foi só aderir e procurar uns três nomes e, num instante, encontramos as páginas de conhecidos, de amigos de longa data e até de gente famosa.
Tenho é de combater a tentação de se tornar um vício...

Ana Cristina

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Desde a última notícia nossa passou-se quase um mês, o aniversário da Rita, o Natal, a passagem de ano e uma carrada de turnos desde o ano novo.
Não nos cansamos deste espaço nem deixamos de gostar de visitar as nossas amigas da blogosfera. Simplesmente não o fizemos. Foi como fazer umas férias de posts, de blogosfera e de net. Na verdade as férias não foram muito completas porque eu vim diariamente consultar o mail para procurar novidades acerca da marcação da defesa da minha tese mas nada se passou nestes dias. Essa é a minha preocupação de momento, preparar a defesa e fazê-la o quanto antes porque me sinto em stand-by, à espera de ser reiniciada. Aguardo o dia em que me sentirei livre o poderei de novo ler os meus livros e usar os meus pincéis.
Quanto a este blog, o plano é que receba um novo impulso, se modernize e que as Oficinas RANHA voltem a mostrar as suas artes. Foi um dos meus desejos e projectos para o novo ano. Espero que se concretize.
E a todas as nossas visitas... Um bom ano de 2010, porque todas merecemos...

Ana Cristina