terça-feira, dezembro 09, 2008

Filho homem 1

Dentro desta minha barriga (ainda vergonhasamente não fotografada, nem aqui nem em lado nenhum) nada um rapazola. Isso mesmo, um pilas.
O palpite foi dado logo na ecografia das 12 semanas. Eu estava invulgarmente sozinha e senti-me triste. Triste, tão triste, como se não soubessemos desde que engravidamos, que há cinquenta por cento de hipóteses para cada um dos géneros... Triste, tão triste, como se fosse algum problema, algum drama... Triste, tão triste, que ouso (também vergonhosamente) confessar aqui que até derramei umas lágrimazitas por causa disso... Triste, tão triste, que a certa altura não sabia se as lágrimas eram por causa disso, se por causa do motivo completamente ridículo para me sentir triste e que me fazia sentir verdadeiramente parva...
Sempre me imaginei com filhas, sempre olhei para as roupas de meninas e no fundo, no fundo, achei que a minha sina era ver-me rodeada de xxs... Acho que estive sempre convencida disso, nos mais pequenos gestos e pensamentos.
Vejamos. Tenho uma irmã com quem partilho uma grande e profunda amizade, uma prima direita (a morar longe), dois primos também direitos (e também a morar longe) com quem perdi o contacto próximo no início da juventude, duas primas emprestadas e algumas amigas. O meu mundo foi muito de mulheres durante muito tempo e eu acho que só comecei a aprender a lidar com o sexo oposto quando dei o meu primeiro beijo num dos exemplares (já tardiamente, dirão alguns).
Como acontecerá com muito boa gente, as minhas expectativas foram traídas pela realidade, e fiquei sem saber muito bem o que fazer com isso. Sente um rapaz da mesma forma que uma rapariga? Liga às mesmas coisas? Pensa no mesmo? Sofre ou encanta-se com o mesmo? E eu, como mãe, seria capaz de providenciar as necessidades de um filho rapaz? De falar com ele? De chegar até ele? De o perceber, de fazer com que ele me percebesse a mim? E, claro, a pergunta crucial: de o amar intensamente, não sendo ele "o esperado"...?!
Muito sinceramente, nunca me imaginei ser o "tipo de mulher" que chora quando sabe que vai ter um filho de género diferente do esperado. E, de certa forma, isso desiludiu-me muito mais do que a notícia. Fui contando à minha volta o que sentia, como forma de me apaziguar. Resulta sempre: ouço-me em voz alta e palpo o ridículo até o matar num frente a frente. Quando dei por mim, o miúdo estava a entrar na minha vida...
(continua)
Rita

8 comentários:

Anónimo disse...

Como te entendo! Tb sempre achei que seria mãe de meninas!! Até me convenci que a L. seria rapz só apra não me desiludir! Se voltar a engravidar sei que vou preferir menina! É a minha natureza! Nada a fazer! Mas nada como um rapagão muito ligado à Mãe para nos fazer esquecer tudo o resto!!!
Vais ver que ainda vai ser mais facil com o Masculino! É o que as Mães de homens me dizem!!!

E nome? já tem?!?!

Nós, cá esperamos o rapagão!!

Jocas!!

Alma Minha disse...

Rita!
Não fiques assim... sabes quando soube do meu segundo filho, também assim fiquei... mas depois tudo passa...
Hoje sinto-me a mãe mais feliz do mundo por ter dois rapazes... penso que eles são diferentes com a mãezinha... sabes...

Beijo

Ana disse...

Um PILAS!!!!VIVA!!!
Beijo da prima emprestada.

JoanaM disse...

Eu sinto-me bastante idenficada contigo. Venho de uma família de mulheres, criada por mulheres, rodeada por mulheres. Já crescida posso dizer que os homens fazem parte das minhas grandes amizades para a vida. As vezes vejo rapazes pequenos e penso que não saberia lidar com um rapaz. As vezes vejo outros... e queria ter umm filho assim. Uma amiga minha, que tem um de cada genero, disse-me que os rapazes são muito mais simples, sobretudo a partir de certa idade. Eu, mesmo sem estar grávida, já me mentalizei que vou ter um rapaz a seguir. Estranho. Mas vamos de certeza curtir esse pilas!
Bjs

Anónimo disse...

Olá Rita,
é curioso que tive esta conversa de géneros com a minha prima este fim de semana.Ela é mãe de dois pilas(com uma diferença de 2 anos),um com 6 e outro com 8.Estava ela a dizer que nesta idade eles são uns verdadeiros terroristas e que se calhar,se fossem meninas,a vida dela seria bem mais fácil....mas também disse que se fossem meninas,provavelmente teria mais problemas com elas na adolescência...enfim...eu não sou mãe e não sei o que isso é mas venho de uma família grande(somos 5 irmãos:3 rapazes e 2 raparigas) e eu a do meio(onde está a virtude;-)Para ser sincera não vi a diferença(até pq me dou um pouco melhor com os irmãos homens).Acho que tem mais a ver com personalidade e menos com o género!!!O que se quer é que cresçam felizes,saudáveis e sejam seres humanos excepcionais!!!!E pensa que a tua experiência com a maternidade vai ser plena:saberás o que é ser mãe de uma linda menina e de um rapazola que vem por aí!!!Bj T.

cacau com pimenta rosa disse...

oh rita,
comigo foi o contrário...
sempre achei que ía ser mãe de rapazes.
ainda hoje olho para a R. e fico a pensar: oh meu deus uma menina!
mas agora não imagino nada sem esta menina**

que alegria parabéns!!

olha vê o lado positivo agora vais ser bombardeada com comentários do género: já tens um casalinho!!!!
quando é que desempatas?

bj

julieta

Anónimo disse...

Pois e Ritinha
E que esse vai ser, o maior amor da tua vida.E nao e facil, uma mulher conviver com isso.Maior, visceral e desde ja revolucionario.
Eu ja estou a gostar dele...
Um abraco

PS:Um menino e liinnndooo

Oficina das Linhas disse...

Sabes que fui lendo por aqui abaixo e no meu caso, eu sempre queria ter uma menina, o meu marido sabia da preferência e quando o médico anunciou um menino, a reacção do marido foi logo olhar para mim para ver a minha. Sorri e ele ficou a olhar com ar de desiludido por mim (porque ele por dentro estava contentíssimo, já tinha uma menina). Eu a dizer que não fazia mal, interessava era que fosse saudável e blá, blá, blá, mas confesso que ainda levei um certo tempo a aceitar (para mim)... Tive que deixar de lado o cor de rosa e os vestidos, hoje já não penso nisso, tenho um rapaz que parece não gostar das coisas tipicas dos meninos (jogar à bola, andar de bicicleta and so on) em vez disso faz crafts com a mãe... se calhar para compensar, hi, hi...

Beijinhos