sábado, janeiro 25, 2014

A primeira brincadeira a três

Que fique registado que hoje foi o primeiro dia de brincadeira a três. Quer dizer... foi mais de brincadeira a dois à custa da terceira... como decerto irá acontecer muitas e muitas vezes no futuro desta casa, independentemente do primeiro, segundo e terceiro elementos rodarem entre si...
A coisa foi simples mas deu origem a minutos largos de risadas e gargalhadas: Dona Panqueca e Senhor Crepe de volta da espreguiçadeira, com uma Miss Goffre acordada mas demasiado zen para se incomodar com o facto deles lhe tirarem e colocarem em cima um barretinho, escolhendo diversas formas para o fazer, «o barrete velhota», «o barrete carteiro», «o barrete cocó», etc... Se a não interacção e indiferença contar como interacção, ficou devidamente filmada a primeira brincadeira de muitas que se esperam.
Rita

sexta-feira, janeiro 24, 2014

Em casa...

Como é que uma mãe e uma filha de três semanas se entretêm em casa sozinhas, principalmente depois da primeira constatar que não tem fotografias nenhumas com a segunda...?

Rita

quinta-feira, janeiro 23, 2014

Quem é que andou a dizer que os meus filhos não choravam?!


A Joana faz hoje três semanas, mas estou para escrever este post já há uns dias.
A brincar, apetece-me dizer que a miúda se está a revelar uma pirata, mas é só porque neste preciso momento me está a dar a soneira do tempo que ela passou a chorar durante a noite e não me deixou dormir. Não conseguimos perceber se isto acontece a seguir a dias em que tem mais estímulo e cansaço: visitas, os manos em casa, mais colo. O que é verdade é que acontece. É quase certo que a minorca não gosta de ir de olho muito arregalado para a cama e, se for a meio da noite, quando, depois de dar de mamar, eu apago a luz, ui, vem logo o chorinho. No início era um chorinho que passava rapidamente a fúria que rapidamente se entrecortava com silêncios e rapidamente passava. Agora, que a miúda está maior, o choro também é mais forte... e resistente.
Não desesperamos e achamos que não é nada de mais... mas o meu cansaço vai pesando um bocadinho, uma vez que não consigo depois dormir durante o dia (detesto!)...
Há duas noites, foi chorando (e dormindo e chorando e dormindo) durante praticamente duas horas... nada a acalmava e a certa altura tive a certeza que os nossos esforços para a tranquilizar só serviam para a estimular mais... só acalmou mesmo quando decidi dar-lhe de mamar novamente. Depois disso, eu e a Cristina (bom mesmo é ter uma irmã enfermeira de bebés) elaborámos uma estratégia: nem pensar deixar passar cinco horas de intervalo (na noite anterior tinha dormido seis, foi a única vez); colocar um saco de água quente a aquecer a caminha enquanto ela está fora dela, a mamar; não mudar a fralda caso não esteja suja. Foi um plano de sucesso... nessa noite... porque, nesta última, a pirralha voltou a fazer das suas e tornou a não gostar das luzes apagadas...
Brinco a achar que isto é coisa para noite sim-noite não... mas hoje o dia também não lhe correu bem e acho mesmo é que a miúda gosta de colinho e mãozinhas dadas... quem a pode censurar...? Alguém por aí sabe onde é que se pode arranjar uma pessoa que nos faça umas festinhas nas costas e nos dê a mão, quando precisamos de dormir porque a nossa filha não nos deixou dormir...?
Rita
 
 
A foto é de uma manhã em que ela estava mais aborrecida e só se acalmou quando "passeada" no sling...

sexta-feira, janeiro 17, 2014

A minha última leitura


Há uns dias acabei de ler este livro, que tinha começado no hospital, no dia seguinte à Joana nascer. Prenda de Natal.
Entusiasmei-me a lê-lo, talvez um pouco com na esperança ou perspectiva de encontrar um pouco da vivacidade, sentido de humor e originalidade da "Crónica dos Bons Malandros", o único livro que eu conhecia do Mário Zambujal. Não seria fácil... E de facto, "O diário oculto de Nora Rute" não lhe chega aos pés. É giro, de leitura simples e fácil, com uma série de referências interessantes aos costumes, convenções, acontecimentos dos anos 60... vale a pena se se desejar, como me acontece tantas vezes, visualizar um pouco de épocas anteriores. Para além disso, é leve e agradável, nada maçador, perfeitamente realista. Por outro lado, falta-lhe uma qualquer espécie de clímax.
Fiquei curiosa de ler mais livros do Mário Zambujal. Mas confesso que, ainda na esperança de encontrar algo tão espectacular como a "Crónica"...
Rita

* E, caso interesse a alguém, o grafismo da capa é giríssimo... parece que o Clube do Autor (a editora) tem uma série de livros recentes do Mário Zambujal, todos com esta espécie de grafismo. Eu gosto de capas bonitas... nunca é de descurar na escolha de um livro para levar para casa...

quinta-feira, janeiro 16, 2014

Da Joana, com quinze dias


Ontem fomos às consultas, à minha e à dela.
 
Comigo está tudo ok e retive essencialmente o facto de neste momento ter somente três quilos a mais do que quando engravidei - e calculo que, como visto as calças que vestia, pelo menos dois deles estejam acumulados na minha fábrica particular de produção de leite, neste momento. Decidi que a partir da próxima semana vou começar uma série de exercícios para fazer aqui por casa.
 
Em relação à minorca:
- nasceu com 48,5 cm e 2980 kg e neste momento tem 50 cm e 3360 kg. Os reflexos neurológicos estão perfeitos. A médica achou que tudo nela estava a desenvolver-se optimamente.
- depois de um início de vida em que bastava estar acordada para andar de boca aberta de um lado para para outro, a miúda amainou a sua sofreguidão e conseguimos estabilizar-lhe os horários para que mamasse de quatro em quatro horas. Também diminuiu o tempo em que está a mamar, parece finalmente acreditar que ninguém tem qualquer interesse em deixá-la à fome. Com o aumento de peso, já começámos a tentar espaçar-lhe os intervalos da noite.
Cada filho que tenho parece gostar mais de comer. A Alice sempre foi "pisco", mamava dez minutos e ela própria largava a maminha e caía para o lado a dormir. O Vasco era mais comilão e gostava de adormecer enquanto comia, ficando só basicamente a chuchar, se eu o deixasse. A Joana gosta mesmo de mamar e, mesmo com interregno para mudar fralda, está sempre disposta a mais um bocadinho de leite.
- depois de mamar, sai ao irmão e fica sempre com soluços, SEMPRE... a diferença é que, quando lhe metia a maminha na boca dele para que os soluços acabassem quando mamasse mais um niquito, ele parava e ficava de olho arregalado, com expressão surpreendida... a ela, como não se faz rogada a mamar mais um bocadinho, os soluços terminam logo...
- não gosta muito das luzes totalmente apagadas durante a noite e de forma geral faz sempre um chorinho... como chora baixo e pouco, não tem grande sucesso... ainda não tem lágrimas...
- por enquanto, é a minha filha morena... tem um tom de pele aparentemente bem mais escuro do que os outros... os olhos são escuros, mas ainda têm uma cor indefinida, o cabelo também é escuro e não lhe vejo, na implantação, nenhum que seja loiro... a continuar assim, vai fazer uma grande diferença nas festas e parques infantis, em que, ao longe, conseguiamos sempre controlar os nossos... esta, pelos vistos, vem com mais capacidade para se camuflar...
 
Rita

domingo, janeiro 12, 2014

Uma semana de vida - 2

Foi há uma semana que se conheceram, os três. Os mais velhos chegaram ao Hospital sorridentes e expectantes. Quiseram pegar-lhe e posaram para as fotos.
Se a Alice se apaixonou descaradamente à primeira vista, o Vasco não terá ficado menos enamorado. De olhos muito grandes e espantados, disse «Ela é mesmo muito pequena...!» e tem repetido a frase todos os dias, parece sempre uma nova redescoberta de cada vez que a vê acordada antes de sair para a escola ou depois de chegar... «É tão pequenina...», «Tem o nariz tão pequenino...», «Tem um rabinho mesmo pequenino...», «Tem umas bochechas tão pequenas...»...
No Hospital, depois da surpresa, colo e fotografias iniciais, deu-lhe o mimo. Começou a falar à bebé (tinha começado poucas semanas antes do parto) e queria enroscar-se no meu colo. E se bem que na escola nos transmitem estar completamente normal, em casa continua assim, com mais ou menos fitinhas, muita necessidade de miminhos, tendência para falar abebesado e com uma surdez selectiva bastante acentuada, mesmo quando lhe estamos a dois passos.
Apesar disso, o seu enamoramento também é notório. A «mana bebé» é a sua primeira lembrança ao chegar a casa... só para ela, ele guarda todo um interminável stock de «beijinhos bebés» (uma reinvenção nossa, só de mãe e filho, no momento de deitar, de beijinhos que a minha irmã também me costumava dar) e de festas de mão pesada na cabeça... Gosta de lhe pegar, de a ver mamar e já disse, de forma muito assertiva, que a mana ia vê-lo à escola «amanhã» (o que teve de ser revertido em «um dia destes, depois dela ter feito um mês»). Não vive em torno da irmã, mas olha-a sempre fascinado e ela provoca-lhe uma imensidão de perguntas... a idade que ele vai ter quando a Joana tiver três, oito, catorze anos... o leitinho que me sai das maminhas, se ele também bebeu leitinho...
 

Não há dúvida nenhuma que esta Joana tem muita sorte...
Rita

quinta-feira, janeiro 09, 2014

Uma semana de vida - 1

A Alice tinha uma composição para fazer nas férias. A escolha era aberta: algo sobre o Natal, sobre o Ano Novo ou outro tema à escolha. "O nascimento da minha irmã", foi o selecionado:
 
«Foi assim numa tarde que a minha irmã nasceu era magra tinha cabelo castanho e olhos pretos. passado um dia a Joana foi para casa e nós fomos lá ter, ela estava acordada e chorava muito mas quanto a mãe lhe deu de mamar calou-se logo, depois fomos lanchar e a Joana começo a chorar e eu fui dizer à mãe e a mãe foi buscá-la e ela adormeceu no colo da mãe, depois os avós e o tio foram-se embora e a tia não, a tia jantou connosco e depois foi-se embora. Nessa mesma a Joana acordome e depois o resto do dia correu bem mas com uma bébe.»
 
Não sei se, mesmo com a notória falta de investimento a partir de certo momento do texto, com os erros, com as confusões factuais, com a falta de vírgulas ou maiúsculas ou pontos finais, dá para perceber a paixão. A Alice está perdidamente apaixonada pela mana. Fica totalmente embevecida com ela, nem que seja só a olhá-la, quer participar em tudo, pega-lhe com uma descontração e qualidade de fazer inveja a muita gente crescida e só tem pena de na maior parte do tempo - tendo em conta que segunda-feira começou a escola e só tivemos sozinhos a cinco no domingo, e mesmo assim numa parte do dia - a encontrar a dormir.
 
Talvez seja preciso uma foto para perceber melhor:


Rita

sexta-feira, janeiro 03, 2014

Ao segundo dia do ano de dois mil e catorze

A Joana nasceu. Depois de ter deixado passar o aniversário da sua mãe, o Natal e a Passagem de Ano escolheu nascer num dia especial, só dela (e do primo Fernando, mas se fosse excluir todos os aniversários de familiares e amigos tinha que nascer lá pra vinte e tal de Janeiro e isso seria de todo impossível). Para esclarecer bem, e resolver confusões de peso, a rapariga pesa 2980 g, e não se parece ainda com ninguém. Em comum com os manos tem a elegância, e a beleza, pois claro. 
Foi um belo início do ano, a lembrar o velho ditado popular que nos lembra que em "ano novo, vida nova". E já agora vida nova, longa, saudável, e muito feliz...
Ana Cristina, a tia babadissima