quarta-feira, janeiro 31, 2018

Post para quem sabe quem

Não sei quando é que as coisas se tornaram assim.
Calculo que um dia saímos dos pais e fomos brincar às casinhas. E arranjámos companhia e depois mais companhia. Brincámos muito. À organização de jantares de família, de festas de aniversário... Natais...! 
Fomos brincando às casinhas e às famílias, de tal forma bem, que nem nos apercebemos. Éramos as mesmas de sempre, mas um dia, sem aviso, passámos a ser quem controla medicações, quem acompanha consultas, quem leva à casa-de-banho. Somos só umas miúdas e deixámos de ser cuidadas para ser cuidadoras e dali para sermos cuidadores de quem cuidava.
Caramba, que nos andam a tirar o chão... Pode ser um tirar devagarinho, de tal forma que quando dermos por nós já só vamos andar no arame. Pode ser uma substituição do chão por rede, de tal forma que a cada passo parece que perdemos uma parte de nós mesmas. E pode ser um tirar de repente, sem aviso. 
Porcaria para isto, que ninguém avisa que pode ser assim tão rápido.
Rita

segunda-feira, janeiro 29, 2018

Novidade do mês de Janeiro de 2018

Penso que por esta altura, no ano passado, eu festejava as aventuras literárias dos meus filhos... Desde o Natal, a Alice tinha lido imensos livros e o Vasco tinha-se entregue pela primeira vez, a um livro grande, com páginas recheadas de letras (mesmo que grandinhas e intercaladas com ilustrações e páginas de BD). Estava apaixonado por "Os futebolíssimo" e assim continuou durante o resto do ano, quando conseguimos comprar outros dois números da coleção. Contudo, foi uma única paixão...
Neste mês de Janeiro de 2018, a grande novidade tornou-se a quantidade de livros a que se dedicou... Adorou o "Tom Gates" que a Tia Cristina lhe ofereceu e devorou-o num ápice. Depois, como não conseguia o segundo número à velocidade do seu apetite, atirou-se aos "Diário de um Banana" que havia nesta casa e na do amigo e vizinho João. 
Foi uma descoberta magnífica. Passou a ser encontrado na companhia do Banana a qualquer momento, até às escuras... De forma que, um mês volvido o Natal, começou hoje o seu décimo primeiro livro... Acho que nem sequestrando o Jeff Kinney e obrigando-o a trabalhar em exclusividade numa qualquer cave sem janelas e focos de distração, conseguiríamos dar conta desta avidez...!



Rita

sábado, janeiro 27, 2018

Desenho de Miss Goffre


Segundo a Joana, de 04 anos, algo como: "Um tiranossauros-rex a atacar outro dinossauro, com ovos e dinossauros pequenos a sair dos ovos."


Rita

domingo, janeiro 21, 2018

Des... comunicação...

Ontem meti na cabeça que íamos almoçar fora. Só os cinco. Foi algo inesperado e talvez decidido por de repente me recordar da minha mãe, tantos anos a dizer que não dispensava ir almoçar fora uma vez por semana, custasse o que custasse... Claro que a minha mãe deu aulas de tarde durante todos os anos de que me lembro, razão pela qual a sua vida profissional não implicava almoçar fora. O mesmo não acontece connosco, daí a desvalorização da possibilidade.
Mas assim foi. Comuniquei que íamos. E fomos. Eu pretendia os crepes ainda não experimentados no Largo, mas estava cheio e acabámos na Hamburgueria no Talho, que faz sempre as delícias dos miúdos. 
A Joana e a Alice levavam um saco com Barbies, o Vasco um livro. De qualquer forma, entretivemo-nos essencialmente a conversar. Sobre o jogo de futsal que a equipa do rapazola tinha ganho, os livros que a Alice tinha lido, as patacoadas da Joana. 
Atrás de nós, uma outra família - presumo. Pai, mãe, filho adolescente. Auscultadores. E telemóvel. Ou consola, não cheguei a dar atenção o suficiente para perceber. 
Tenho ideia que, num passado algures, eu e a minha irmã... ou eu e o M... reparávamos nos casais que permaneciam silenciosos nas mesas, durante toda a refeição. Imaginávamos como seria a sua vida, se num almoço ou jantar fora, nada havia para conversar. 
Fazia-me impressão antes e continua a fazer. O filho, durante todos aqueles minutos, a jogar (ou assim pareceu), os pais durante todos aqueles minutos, em silêncio. Um quase absoluto silêncio durante toda uma refeição, incluindo o tempo prévio e os momentos pós. 
É algo que mete medo. Um dia, olharmos para aquele com quem dividimos mesa há anos, e não sobrar nada para dizer. Um dia, ter um filho à frente e não haver nada para partilhar, uma curiosidade sequer. Medo. 
Mas, por outro lado... não seria melhor colocar telemóvel ou consola de parte, forçar o contacto olhos nos olhos, treinar a comunicação de parte a parte, o contacto... até o interesse...?

(* retirada de um qualquer sítio pela net)
Rita

sexta-feira, janeiro 19, 2018

A minha agenda é única

Com a preparação do novo ano quase todos procuram o objecto que os irá acompanhar diariamente, a agenda. Actualmente há-as para todos os gostos; pequenas, médias ou grandes, com mais ou menos bonequinhos, espaço para escrever ou listas seja do que for.
A minha agenda é só minha e personalizada. Um caderno novo que vai sendo preenchido a meu gosto e onde entra tudo o que me vai surgindo.
Depois de vários anos a construir a minha própria agenda, porque apesar de ter feito várias tentativas, nenhuma das já programadas me agrada completamente, tenho seguido o conceito de adaptar a agenda ao que mais me interessa e que entretanto descobri chamar-se de "Bullet Journal". 
O Bullet Journal é definido por um sistema analógico de organização tipo diário por tópicos. Parece haver umas sugestões de como organizar um bullet journal, havendo até um sistema de símbolos e podem encontrar-se várias imagens nas redes sociais, algumas bem bonitas, de cadernos seguindo este conceito. 

A minha agenda não segue especialmente nenhum conceito, só o que fui criando ao longo dos últimos, talvez, 10-12 anos. Todos os anos faço ajustes de acordo com a experiência, retirando ou acrescentando pontos de organização e de interesse.
Escolho um caderno que me agrade e faço um planeamento básico. Para mim é importante ter uma visão anual, folha de contactos básicos e (nesta fase) notas importantes relacionadas com a saúde dos pais. Depois a agenda vai sendo construída, no meu caso com uma folha de visão mensal e vários desenhos e quadros de chamadas de atenção ou de resumos. 

Este ano tive de abdicar do caderno de desenho com argolas tamanho A6 que usei vários anos e me agradava especialmente da Winson & Newton porque não encontrei à venda (será que saiu do mercado???). Depois do desespero do momento acabei por comprar um caderno lindo, de capa dura com elástico, tamanho A5 (+) da Talens.
Não gosto de cadernos quadriculados nem pautados para a minha agenda e tenho optado por folhas lisas mas um dia ainda irei experimentar o tipo pontilhado, que me parece ser interessante para o que me interessa. Não sei se interfere nos desenhos que vou fazendo mas de certeza  que facilita a realização de quadros e organização da folha. Fica para outra altura. Por agora a minha agenda é a que vos mostro, vermelha e ainda com quase todas as folhas por preencher... e eu adoro cadernos novos.
Na imagem estão as duas agendas a do ano passado e a deste ano.
Ana Cristina

sexta-feira, janeiro 12, 2018

Novo ano, as mesmas vidas, as mesmas resoluções

Porque é o início de um novo ano fazem-se, outra vez, balanços e projectos. 

E o ano de 2017 foi em vários aspectos, muito diferente. Difícil porque a doença rondou as nossas vidas. A doença da A, uma amiga muito querida, que teve mais um round na luta que é a da vida dela. A doença da mãe, que agravou francamente estando a perder-se progressivamente, física e (quem sabe) mentalmente. Tem sido muito duro para nós, filhas, mas para o nosso pai é um abalo sísmico na sua estrutura, que também ela se encontra cada vez mais frágil. Para ela, até dói imaginar o que será sobreviver impedida de viver, quanto mais assistir impotente ao progresso da doença de uma pessoa de amamos.
Mas foi um ano que também nos trouxe a alegria de ver as crianças crescer, e mais uma vez constactar que é verdade, as crianças fazem mesmo o nosso mundo ficar mais colorido e não nos deixam entrar na fase de auto-comiseração. 
Da minha parte, recordo o ano passado com uma mistura de sensações. Durante alguns meses consegui explorar um pouco o desenho e experimentar um bocadinho os lápis aquareláveis mas as tristezas que rodearam e correrias do dia-a-dia impediram-me de o fazer tanto como gostaria. Também foi um ano de lutas profissionais, algumas delas terão reflexos este ano, com muito tempo de atraso a bem dizer. Em resumo, 2017 foi mesmo um ano marcante e adivinha-se que este também o será, familiar e pessoalmente...

Importa também relembrar a nossa colaboração como profissionais no blog "O Pai, a Mãe e Eu", um espaço na blogosfera muito dinâmico que vai fazer agora um ano, e  que pretende ajudar numa parentalidade saudável. Foi com orgulho que aceitámos o desafio de colaborar com as suas autoras e vamos, de certeza continuar com esta parceria.

Este blog reflectiu em parte essas mudanças nas nossas vidas, com mais posts no início do ano acerca das nossas pequenas criações e momentos das nossas vidas e um fim do ano muito mais ausente deste espaço. Apesar destas fases mais ou menos atribuladas neste blog continua a valer a pena manter este espaço que é o nosso, das manas RANHA, por vezes Oficinas.
E por falar em Oficinas RANHA... temos de mostrar aqui as nossas criações que seguiram em forma de presentes de Natal no mês passado...

E já agora, acho que ainda não vos desejei Bom Ano Novo.

Ana Cristina

quarta-feira, janeiro 10, 2018

Touros e espermatozóides

Portanto, fomos há uns dias ver o "Ferdinando" e tivemos uma conversa sobre as touradas e os touros.

Por sua vez, hoje, a propósito de qualquer coisa que passava na televisão, tive de explicar-lhe o que eram "bebés proveta", com exemplo.

E, sendo assim, qual o resultado da junção destas duas conversas na cabeça do meu filho de 08 anos?
"Os espermatozóides são como os touros. Nascem para morrer.»
Rita