terça-feira, janeiro 29, 2008

A Fera e o Kaos

Quando o Kaos tinha dois meses e se juntou à família, a Fera já era adulta, com lugar conquistado. Uma adulta que nunca tinha convivido com irmãos de ninhada e que o único bicho com quem convivia era o primo Pilas.
O Kaos, com dois meses, era um cachorro com o dobro do tamanho da Fera e, claro, com uma forma de agir que em nada se assemelha à postura dos felinos.
Resultado: a Fera nunca suportou aquele bicho peludo enorme, de patas gigantescas, de boca sempre aberta pronta a devorar qualquer pedaço de comida que se lhe dê (e sem cheirar primeiro, veja-se bem!) e, ainda por cima, constantemente agitado.
O Kaos, por outro lado, sempre lhe votou uns olhos de adoração, e principalmente de submissão... afinal, os bichos também não se medem aos palmos e a idade ainda é um posto de respeito...
Em casa, estão sempre perto um do outro, a controlarem os movimentos mútuos... mas ela rosna-lhe incessantemente e não perde a oportunidade para lhe demonstrar o quanto lhe enraivecem as tentativas de aproximação dele.
Na rua, e desde que a Fera tem passeado mais, vão conseguindo uma estranha relação, feita da partilha forçada de território.
Enfim, já lá vão os tempos em que eu achava que conseguiria um dia tirar uma foto de Natal com todos nós reunidos, pai, mãe, filha-menina e filhos-bichos. Mas, de longe em longe, lá se consegue uma fotografia dos dois juntos...
Rita

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Igual a...

Parece que para o Hugo, eu sou parecida com esta menina.

Bem, ele tem 8 anos e está a fazer a colecção de cromos com muito entusiasmo, mas será um elogio?

...

Ana Cristina

domingo, janeiro 27, 2008

Wip 3 - o resultado final




Depois de avanços e retrocessos, certezas e dúvidas nas ideias para esta arca, cá está o resultado final. Eu gostei, mas mais do que tudo, agradaram-me as avaliações dos amigos em questão, principalmente da dona. Com um ligeiro pesar, porque confesso que me custa sempre um bocadinho a separação dos resultados finais dos nossos trabalhos, lá deixei a obra no seu novo (projecto de) quarto... e trouxe um espelho, ao qual me dedicarei nos próximos tempos.
Rita

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Gosto do sorrisinho idiota com que fico depois de algumas séries televisivas... o mesmo que tenho depois de ler determinadas passagens de livros, ou mesmo alguns livros completos... o mesmo dos momentos em que ouço uma ou outra música... o mesmo com que olho para as coisas que vamos fazendo...
Rita

segunda-feira, janeiro 21, 2008

WIP

WIP foi uma sigla que aprendemos na net, ou melhor, no flickr (esta coisa aqui do vosso lado direito que permite ver as nossas fotografias). Por lá, em grupos de artesãos muito mais hábeis, criativos e trabalhadores do que nós, "work in progress" é uma expressão muito usada para nomear um projecto no qual se labora.
Assim, apresento-vos o nosso próximo wip. É para uma amiguinha que está prestes a ter um quarto novo, só para ela, num espaço simultaneamente usado e novo na sua vida, um espaço que pelos vistos também irá ser preenchido de coisas novas usadas. Calculo que aos 10 anos um quarto seja uma grande conquista e ponho toda a dedicação neste desafio que eu própria lancei a mim mesma e que os pais dela... aventureiros... aceitaram...
Rita

sábado, janeiro 19, 2008

Os restos

Cá por casa também andamos em arrumações... e como delas fazem sempre parte as selecções, decidimos levar para a frente o plano de sempre e sempre adiado: despachar a roupa e o calçado que não se usa, o que se usou bastante e o que sabemos que não iremos usar mais.
Que não se pense que é tarefa fácil... mas a verdade é que o espaço mingua com o passar do tempo e, subsistindo os desejos consumistas, nada a fazer. A nossa técnica foi mais ou menos simples: um lado para tudo o que não se quer e, mesmo daí, de parte o que se encontra em boas condições e que alguma amiga ainda pode aproveitar para si (ou o que temos mesmo muita pena de mandar embora). Um dos meus grupos de amigas não tem esquisitices e criou o hábito. A ideia é excelente, a nós parece-nos sempre novo...
Depois, o restante é colocado num daqueles contentores que existem por aí, de auxílio a quem precisa...
Fica a ideia e se alguém souber de outros destinos, que diga.
Rita

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Iguarias



Isto é que vos pode esperar se forem parar a Viseu, como hoje me aconteceu. Arroz de carqueja do Cortiço (preparem a bolsa, mas também o estômago... e os olhos, porque toda a decoração do restaurante é muito gira e bem escolhida). E algum doce, qualquer que ele seja, da Confeitaria Amaral (atenção com as empregadas: adoram o que fazem e parecem conseguir convencer-nos a trazer ou experimentar de tudo). E depois... bom apetite...
Rita

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Os Primvs

Fomos este fim de semana buscar prendas de Viana... e no grupo inseria-se este conjunto lindo, barrete e cachecol, maravilhosamente decorados pelos Primvs... só decorado, por enquanto, mas eu bem sei - e já sei há muitos anos - as obras de arte que podem sair daquelas mãos, por isso... é só aguardar...
Beijinhos, primos... e obrigada...
Rita

domingo, janeiro 13, 2008

Será que podemos achar que é daquelas magias incompreensíveis que de vez em quando acontecem o facto de termos um torcicolo no dia a seguinte a termos contabilizado mentalmente o tempo que passou desde o último torcicolo...?! Ou será daquelas meras ironais ridículas da vida...?!
Rita

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Regresso ao passado

Um colega levou para o trabalho dois livros da famosa colecção Vampiro e, dada a minha curiosidade por nunca ter lido estes, emprestou-mos.
Agora, cada vez que olho para eles, viajo até ao passado... o pessoal trintão terá todo esta mesma recordação, de se colar horas a fio aos livros policiais do Sherlock Holmes (os meus preferidos), da Agatha Christie, do Perry Mason...?!
Rita

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Tá visto...

O Pilas e a Alice são, defenitivamente, família.
As bolas da árvore de Natal foram descobertas no dia dos Reis. Caixas é com ele...
Claro que não pede para a gente puxar pelas pantufas, mas que raio, ele é um gato.
Ana Cristina

Ainda das festas 3

Acho que a Alice gostou mais de desmanchar a árvore de Natal na passada segunda-feira, do que de montá-la... saltitou à minha volta, fez perguntas intermináveis (que agora são o seu hábito constante), brincou com os enfeites e, o maior dos sucessos, descobriu a caixa da árvore... seguindo a sua iniciativa, decidiu meter-se lá dentro repetidamente e gritar: «Mãe, tou pêja! Ajuda a Alice! Puxa as pantufas!!!!»
E pergunto-me eu: pessoal, para quê os legos, os bebés carecas, os conjuntos de panelas, os serviços de chá, os quadros de desenho... quando o que faz a moça feliz é tão pura e simplesmente uma caixa de cartão...?!
Rita

É verdade: a Fera parece apresentar ligeiras melhoras mas, como em tudo, é preciso dar tempo ao antibiótico para actuar devidamente... de qualquer forma, temos conseguido dar-lhe a medicação... continuarei a dar notícias... como de tanto pensar nela dormi pouco esta noite, estou completamente de rastos... o sofá espera-me...

terça-feira, janeiro 08, 2008

Família doente

Cá em casa, quando um está doente, estamos todos.
A Fera está com a terceira infecção urinária da sua vida e, apesar de nós sermos mais experientes e nos podermos aperceber disso mais depressa, também a situação dela evoluiu mais rapidamente. Como hoje de manhã não conseguimos dar-lhe a medicação (ela fez uma autêntica revolução e deitou antibiótico, anti-inflamatório e relaxante das vias urinárias tudo fora), levámo-la no final da tarde à veterinária e foi o que fizemos de melhor... estava incontinente, urinava com sangue e estava provavelmente cheia de dores...
Claro que, neste contexto, ficámos em stress e depressa os restantes males passaram a superficiais, a dor de cabeça que hoje me fazia companhia passou e a Alice começou a ficar insuportável.
Agora, algum tempo depois, banhos e jantares tomados, tratamentos feitos, lida a história antes de dormir, as próximas horas já projectadas, chega o momento de respirar fundo.
Amanhã será um outro dia.
Rita

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Ainda das festas 2

A fotografia não está muito boa, mas esta foi uma das prendas de Natal que este ano a Alice ajudou a fazer e que ofereceu no seu nome. As avós ganharam aventais, os avôs foram presenteados com tapetes para o rato (com quadras dirigidas a eles e uma pesada da neta) e os tios receberam calendários para o ano 2008.
O Natal ganhou um significado muito especial desde que, há cerca de três anos, as Oficinas começaram a fazer quase todas as prendas. Sempre adorei a época mas a partir daí foi como se tivessemos encontrado a verdadeira essência da festividade: a comemoração do amor por alguém representado num presente especial, pensado e construído com muito carinho, com muita... não sei se se pode dizer mas o termo que me surge é "pessoalidade"...

Por esse motivo, desejei introduzir a Alice nesse sentimento... a excitação que envolve todo o processo de pensar numa coisa especificamente para alguém... o prazer fascinante de vê-la abrir o seu presente...

Rita

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Ainda das festas 1...

Entende-se, vá-se lá saber porquê, que o Natal é época de Circo. E nós, como tivemos bilhetes oferecidos no emprego, levámos a Alice pela primeira vez. Uma semana e meia mais tarde, como uma amiga arranjou novos bilhetes, avançámos novamente.
O primeiro circo era o Walter Dias. Quem já tenha visualizado o logotipo (as letras tal e qual as da marca e assinatura de Walt Disney), percebe que o dito é fraquito e que se rege um tanto ou quanto pela imitação dos de melhor gama. O segundo foi o Circo Moscovo, do tipo dos que são imitados, de tal forma que, sendo o grupo de amigos mais ou menos o mesmo, por diversas vezes nos rimos uns para os outros e segredámos: «isto é como no outro mas em bom...».
A Alice portou-se lindamente e gostou. Ficou excitadíssima com os animais, as acrobacias não lhe disseram muito, mas ao contrário do que eu esperaria, esteve atentamente a seguir o ilusionismo e fez-lhe muita confusão os desaparecimentos... «A outra menina, mãe, onde está?»
Quanto a mim, sou suspeita para falar. Adoro circo, desde miúda. Sou sensível a tudo: aos chapitôs coloridos, às fatiotas cheias de brilhantes pirosos, aos nomes inimagináveis (quem me conhece sabe que eu seria Isolette, o meu preferido), aos tiques das partenaires, ao próprio termo par-te-nai-re, às expressões batidas de quase todos os circos (os conselhos para não repetirmos as actuações em casa, os pedidos de silêncio para a execução dos exercícios mais difíceis, a inflexão da voz quando estes resultam bem).
Talvez a única dualidade na minha postura seja em relação aos animais, principalmente os de grande porte, os selvagens. Fascinam-me, desejo vê-los, tal e qual como quando era garota e queria ansiosamente passar ao redor das jaulas dos que assentavam lá no Cacém. No momento da exibição, prescruto-lhes o tamanho, o peso, o pêlo, a cumplicidade com os tratadores, para ter uma noção do cuidado a que são votados. Sei que vivem em espaços exíguos para o tamanho que alguns têm e a ideia perturba-me. Queria que fossem felizes, mas sei que muitas vezes não o são. Os animais do circo são animais de trabalho... como outros em que não pensamos, tipo os cavalos para equitação, passeios de férias e uso da polícia. Sim, na sua essência, os cavalos também são animais selvagens, sem estribos, sela e esporas.
Como no outro dia me diziam em conversa, as pessoas podem ir-se embora, os animais não escolhem. É verdade... será...? Será assim tão fácil, nesta nossa realidade, uma criança crescida no ambiente, com um insucesso escolar grotesco devido ao nomadismo, com toda a família artista de circo, sair dali, virar costas, escolher ser professor, enfermeiro, caixa de supermercado, empregado de balcão...?! Não serão as pessoas também aprisionadas ao chapitô...?!
Não me importo de ver um circo sem animais, mas o que eu queria mesmo era que o circo fosse um espectáculo valorizado e rico, como em outros países. Talvez não fossem necessários os animais para me fascinar, talvez bastassem artistas letrados, estudiosos, formados, que pudessem verdadeiramente ter escolhido estar ali e não em outro lugar. Artistas e não sobreviventes.

Rita

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Está a terminar mais uma época natalícia.

Este ano foi diferente dos anteriores pela impossibilidade de ir a Viana, porque o trabalho não perdoou e foi necessário ser Sr.ª Enfermeira e Sr. Técnico da Informática na véspera e dia de Natal, mas também porque sentimos na alma a falta da tia A e da avó J (no ano passado a falta da avó era tão recente e estávamos tão anestesiados com a doença da tia que doeu de uma forma diferente). Não estivemos com os tios e as primas, e até mudámos os hábitos de certo casal que se recusou a cumprir com as tradições familiares porque “os de Lisboa” não podiam ir comer os bolinhos de bacalhau e os panadinhos de polvo como de costume. Estivemos com a “outra família”, numa casa que não conhecíamos mas onde nos sentimos muito bem recebidos.


O pinheirinho ainda tem os presentes que recebemos, e os que serão entregues no próximo fim-de-semana à laia de Reis Magos.

Desta vez foram muito poucos os presentinhos criados pelas Oficinas - uma responsabilidade da minha falta de tempo - mas recebi dois dos mais belos e inesperados presentes de sempre (sem desprimor de todos os outros). O Calendário 2008 da Alice para os Tios e o Desenho do Ricardo. O Calendário está povoado de fotografias da Alice sozinha ou com os tios e, com outros presentes deste ano, iniciou-a nas Oficinas. O Desenho do Ricardo é uma obra linda. Retrata-me a mim a ao F, com o Pilas e tudo, aqui pelas bandas do Cacém-city. Tem lá tudo: os meus olhos verdes, os óculos do F (aliás ele está igualzinho). Fico sem palavras quando olho para este retrato. Obrigada Rita. Obrigada Ricardo, nem imaginas o quanto honrada estou de ter uma obra tua. Aliás, todos os teus trabalhos são maravilhosos. Quando estiver na parede eu mostro, está bem?
O post já vai longo e desejo a todas as nossas visitas um óptimo ano de 2008.

Beijinhos da Ana Cristina

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Caneco... tinha dito a mim mesma que, como resolução deste novo ano, iria tentar ser mais assídua deste nosso blogue... mas a viagem inopinada de uma fotografia para a reciclagem e uma conversa longa inesperada fizeram-me esquecer do que tinha para dizer... venho cá para marcar presença...
Rita

terça-feira, janeiro 01, 2008

A todos, um grande ano de 2008!

O Ano Novo nunca foi mais, para mim, do que um pretexto para o divertimento. Sucedem-se uns aos outros e as comemorações são melhores ou piores consoante o planeamento prévio e as expectativas formuladas, mas sem nenhum princípio que lhe seja subjacente, para além da pura diversão que representa festejar uma espécie de novo começo... e, claro, a esperança que isso acarreta no futuro vindouro.
Guardo poucos Anos Novos daqueles memoráveis. Assim, de repente, vem-me à cabeça aquele decidido "à pressão" (lembras-te Ana? e tu, Miguel? Catarina?), em que partimos no "magenta nojenta" com um tupper ware de pastéis de bacalhau ("O bacalhau tem de ser, é imprescindível!") e salada russa, jantados no sótão do hotel em Monção... o nevoeiro que nos acompanhou quase até Vigo (a primeira vez em que ouvi falar do que era uma "linha-guia")... a dança até de madrugada... e, principalmente, as brincadeiras na neve do dia seguinte...
Recordo também a outra, em que se juntaram os dois lados da família na grande sala da casa de Darque e foi dançar até a Tia Aninhas partir a anca. O sentido é literal, mas só o soubemos mais tarde, no momento os queixumes soaram só a isso mesmo.
Claro que houve muitos mais: alguns em discoteca, outros no Terreiro do Paço, outros ainda imensamente divertidos, numa fase solitária da minha vida, com um grupo de amigos de outrem como se eu dali fizesse naturalmente parte, os que já não recordo e os que contêm pormenores inconfessáveis.
Com a Alice, a data tornou-se mais calma e caseira, mas talvez sintamos que temos, entre nós, tudo o que precisamos para comemorar.
Em todo o caso, seja para quem comemorou "à grande", seja para quem comemorou intimamente, seja para quem esteve a trabalhar, seja para quem tomou banho, seja para quem dançou ou cantou até cair para o lado, seja para quem tivesse estado só, seja para quem se tenha feito acompanhar de tudo o que precisava, seja para quem é leitor deste blogue, seja para quem não o é... o que interessa mesmo é que o ano de 2008 traga coisas boas e muito boas...
Rita