O
rapazeco é uma animação só. Acho-lhe tanta piada. Seja o que for, é sempre
vivido com intensidade e entusiasmo. Beyblades, Tartarugas Ninja, Super-Heróis
da Liga da Justiça, Invizimals, sucedem-se em fases de euforia constante e
quase obsessiva.
Mas que não se pense que são só
brinquedos ou jogos. Apaixonou-se pelos anúncios do “Optimus/Nos Alive” na
televisão e rádio e parece um autêntico festivaleiro, a vibrar verdadeiramente com
o acontecimento… No outro dia, durante um jogo, perguntou se podíamos ir ao
Brasil e talvez pouco tempo a seguir, questionou se o podíamos levar a ver os “One
Direction”. Conclusão: visse o rapaz mais televisão nas férias (onde só há
quatro canais durante o pequeno almoço e ao jantar) e tínhamos programação para
todos os dias que nos restavam às mesmas, só baseados nos seus entusiasmos.
Dos
quinze dias de férias com avós e tios, veio com a febre do futebol. Não conseguimos
perceber se foi só no decurso do Mundial ou se estava relacionado com conversas
e entusiasmos do tio, de quem ele é um completo adorador. O que é certo é que,
nos dias que intervalaram essas primeiras férias e estas segundas, connosco,
fartou-se de jogar nos páteos das traseiras com os vizinhos.
Agora
temos uma bola, atrás da qual ele se farta de correr na praia e com a qual
ganha milhentos jogos de penaltis com o pai. O coitado do pai, que ainda não se
consegue mexer de forma perfeita e que se farta de apelar à existência de um
árbitro isento que avalie as jogadas dos dois.
Quando
ninguém pode jogar com ele, joga sozinho. «Agora é o Real Madrid contra o
Gana!» (vai uma confusão naquela cabeça…) Também se aninha no sofá com o pai a
ver os jogos, falando interminavelmente ao mesmo tempo e fazendo-lhe perguntas
sobre os tempos em que ele “era jogador” (ou seja, a altura em que ainda não se
tinha magoado e jogava com os amigos – «tu também foste jogador, não foi, pai?»,
«ah, mas tu jogava basquete mesmo a sério, não era?»).
O
futebol proporcionou-lhe até um pesadelo e apareceu para dormir connosco esta
noite. Da parte da tarde explicou que tinha sonhado com um jogador «a sério» que
estava a jogar descalço (esta é a parte para nos convencer a deixá-lo calçar-se
sempre de ténis, de certeza) e que tinha dado um pontapé numa bola e se tinha
magoado; depois tinha pensado que estava tudo bem, mas «o cérebro ficou
estragado e ele morreu». A história deu azo aos risos das miúdas, a fazerem
trabalhos de casa de férias («se ele se magoou no pé, como é que foi o cérebro
que se estragou?»), mas ele não desmanchou… que o jogador se tinha magoado
mesmo, porque a bola era «de ferro»…
O
rapaz é mesmo cómico. Vamos lá ver se nos próximos dias não tem nenhum pesadelo
com o “Optimus Alive” ou assim…
Rita
1 comentário:
AHAHAHAHAHAH
Adorei a parte do pai ser jogador mesmo a sério e do concerto...
E quanto à morte súbita do jogador que se tinha lesionado no pé; mal ele sabe que é possível.
Abraços da tia Cristina
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