Neste último domingo a
Alice teve a última exibição da Marcha infantil da escola.
Fazendo bem as contas,
há nove anos que a Alice assiste aos ensaios da Marcha da escola. Chegávamos lá
para Maio e era vê-la a marchar pela casa com as mãos nas ancas. Sempre achei
que seria natural ela querer participar quando fosse para o 1º ciclo e foi uma
surpresa quando declarou que «dava muito trabalho» e não se quis inscrever.
Talvez porque no 1º ano
a turma estava lá quase em peso, no ano a seguir alinhou. Gostou dos ensaios e
das exibições, mas não declarou nenhuma paixão nem demostrou orgulhos
especiais.
É preciso ter a noção
que a Marcha da escola é “à séria”. Ensaiam coreografias e músicas quase todos
os dias, obedecem à regra das três marchas (a tradicional da coletividade, a
original da coletividade e a original desse ano para todas as marchas de
Lisboa), vão ao Pavilhão MEO Arena, descem a Av. da República, aparecem na
televisão e têm várias outras exibições espalhadas por feriados e
fins-de-semana de Junho.
No ano passado foi mais
difícil, ela tinha treinos intensos de ginástica e sarau precisamente num dos
dias de exibição. Não sei se isso lhe retirou algum prazer ao envolvimento na
Marcha; o que é certo é que não a vi vibrar.
Este ano foi
completamente diferente. No primeiro dia de exibição, no Pavilhão, ela estava
verdadeiramente feliz, encantada com a sua aparência, preocupada com a sua
prestação. Foi espetacular vê-la tão contente com a Marcha ao longo do mês e
perceber a evolução da maturidade nas suas posturas do ano passado para este
ano…
Gosto de a ver ali,
acho que lhe faz bem. É no fundo a hipótese de se relacionar com um projeto de
equipa intenso mas que a curto prazo lhe permite ver os resultados do trabalho
conjunto, trazendo-lhe as vantagens que advêm precisamente do trabalho de
equipa.
Quanto a nós, lá
marchamos também para a ver, com diversos grupos de amigos ou familiares
divididos pelos dias de exibições. Brincamos acerca das indumentárias das
outras Marchas, observamos o bairrismo dos outros e fingimo-nos de bairristas, decoramos
(mesmo sem querer) a marcha original do ano (repetida e repetida e repetida), rimo-nos
muitos, damos por nós a acordar a trautear músicas, fixamos mais uma quantidade
de bons momentos para a posteridade…
(no ano passado, panorama geral da Marcha no Pavilhão, a miúda a dormir no caminho para casa e com um grupo de amigas)
(este ano, praticamente os mesmos cenários)
Rita
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