Os
três, na piscina minúscula montada no páteo (conselho: em casa alentejana com
um nico de páteo, bote-se sempre uma piscina, nem que seja pouco mais que um
alguidar… o divertimento é sempre garantido), assustam-se com uma abelha.
A
Di dá-lhe uma pancada com a rede de limpeza. O problema parece resolvido, até
repararem dali a um tempo que a abelha ainda mexe e tenta a todo o custo
patinar na água expulsa do recipiente azul.
A
Alice desafia a Di a matá-la com o chinelo (não tinha os seus), mas esta recusa
porque em tempos o irmão matou uma mosca com um chapéu e o chapéu ainda hoje
mantem a mancha de sangue.
A
conversa mantem-se neste tom, comigo divertida a interferir (que os bonés se
lavam, que o sangue sai com a lavagem), e eles pouco preocupados com a abelha,
que não parece oferecer perigo.
De
repente, a Di repara que a abelha parece partida ao meio (deve ter sido da
pancadona anterior com a rede, livra!). A Alice torna a desafiar, a Di torna a
recusar.
Eu
acrescento que a abelha deve estar a sofrer e que matá-la acaba por ser um bom
acto, que lhe permitirá acabar com o sofrimento.
A
Di decide-se logo a seguir, solidária com a causa, e sai da piscina. Procura os
chinelos, um de cada cor, e ouço-a a dizer para si mesma, em voz alta: «O verde
ou o cor-de-rosa?! O rosa, que fica melhor com o sangue…». Temos ali, portanto,
uma pequena “abicida” cheia de preocupações estéticas…
Rita
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