sexta-feira, julho 10, 2015

Ser tia, ser irmã, eu...

Nas últimas semanas partilharam comigo mensagens e frases simpáticas sobre significado de ser tia. Logo nesta altura, em que levei o Vasco comigo nuns dias de férias a terras do costume de além-Tejo, e que trouxe a Alice uns dias para minha casa para passarmos também uns dias diferentes do habitual. Logo nesta fase, que me apetecia escrever umas coisas bonitas sobre os sobrinhos que estão perto não esquecendo os que estão longe da vista.
Ou, quem sabe, dissertar algo sobre o quão sortuda me sinto naqueles momentos em que a Joana me dá uns abracinhos bons, ou me manda beijinhos sonoros como os que de repente aprendeu a dar, ou até quando chora de braços estendidos quando me vou embora (mesmo sabendo que ela o que quer mesmo é ir passear posso fingir qu)e ela me quer a mim...). Mas faltam-me palavras bonitas.
Eu podia dizer que ser tia é o prolongamento de ser a irmã mais velha. Eu sou A irmã mais velha. Aquela que o nosso tio chamava de uma segunda mãe para a Rita. A que sabia ser uma voz ativa na vida da pequena, que tinha a consciência que era imitada, e ouvida, quando os conflitos entre pais e filha surgiam. A ponte entre os pais e a filha mais nova. A que ensinou muito mas aprendeu muitíssimo. E que não se pense que abriu sempre o terreno para a mais nova, houve alturas em que foi a pequena que o abriu. Ser irmã mais velha também é ficar contente com os feitos da pequena, às vezes com uma pontinha de inveja (daquela boa, que nos faz ficar muito mais contentes que tristes). E ser tia também é tudo isso, tirando a pontinha de inveja, claro (essa é sempre direcionada para a irmã)
Hoje antes quero lembrar os tempos de irmãs. Os momentos de irmã babada, quando a Rita chegou a casa zangada com a professora de religião e moral porque a sua teoria da origem do Homem era incompatível com a da irmã. Ou quando me escolhia a mim para esclarecer as suas dúvidas. Ou mesmo quando era pequenina e me convenceu a não mudar de quarto porque quando tínhamos pesadelos podíamos dar as mãos uma à outra. Ou a despedida chorosa quando fui de férias, tinha ela 3 anos... Deu-me mesmo a volta a piolha...




Ana Cristina

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