Isto de fazer dos dias noites e de ter horários de trabalho diferentes tem as suas consequências. É frequente ter vontade de vir aqui comentar algo, uma notícia de momento, um acontecimento ou apenas uma ideia e perder essa oportunidade. E com ela perder-se também o post que tinha pensado. Desta vez quase aconteceu o mesmo. Ontem, quando soube que tinha falecido, estava a trabalhar. Cheguei a casa tarde e quase no dia de hoje. Sem vontade de ligar o computador deixei passar a referência neste espaço. Havia tantas e tão bonitas referências na net à sua morte que o meu post, pouco inspirado e sem imagens, não traria nada de novo a este lamento colectivo. Esta manhã pensei o mesmo e deixei passar outra vez a oportunidade. Fiquei a folhear os livros seus que se encontram na minha estante.
Mas não me parece bem deixar de fazer a minha referência ao acontecimento. Afinal, Gabriel Garcia Marquez, o Gabo, é ainda o meu escritor preferido. Há uns anos, neste post, tive a oportunidade de deixar o meu apontamento sobre o seu livro auto-biográfico e de lá pra cá a minha opinião não mudou. Apenas o lamento da sua morte ser apenas o fim do seu corpo, que a sua mente já vagueava há anos perdida com a sua memória. O que mais o caracterizava como escritor, e imagino como pessoa, a mente criativa e inundada de recordações, há muito que se tinha perdido. Por isso e porque, tal como o próprio referiu, " A vida não é a que cada um viveu, mas a que recorda e como a recorda para poder contá-la", eu apenas posso recordar aqui que um dos melhores escritores de sempre, o representante maior do Realismo Mágico, Prémio Nobel da Literatura de 1982, o meu escritor preferido, faleceu ontem infelizmente, mas o Mundo estava mais pobre há muito tempo.
Ana Cristina
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