quarta-feira, agosto 29, 2007

Está-se bem...

As coisas andam a correr bem.
Nós estamos bem.
A Alice está cansada (e logo mais birrenta) nesta primeira semana de creche a seguir às férias com os avós, mas anda satisfeita com a descoberta dos espaços e amigos próximos. Acho até que a palavra que melhor a descreve neste regresso a casa é "inebriamento"... com tudo o que é novo, incluindo as prendas de aniversário, mas também com a escola e os amigos antigos.
Formulei as minhas metas de trabalho até ir de férias e ando animada e confiante que as vou cumprir. Algo muito importante: são realizáveis.
As obras intermináveis estão, finalmente, quase concluídas, mesmo depois das três semanas que eram para ser no máximo quatro dias, e dos pormenores irritantes espalhados pela casa, resultado de uma completa falta de brio profissional. Ainda não temos os espelhos nos interruptores que foram mudados, mas em compensação a casa adquiriu finalmente, após três anos a pensarmos em ser nós a fazer tudo, aspecto de concluída... mesmo que às mãos de quem demonstrou pouco profissionalismo...
A viagem longa de férias para outras paragens foi adiada, mas com um sorriso, por tudo o que pensamos fazer como substituição.
Os amigos começaram a voltar de férias e provocam um ambiente renovado. Por essa razão, planeiam-se convívios e também se estimulam novas relações, com pessoas que aparentemente não se importam em partilhar loucuras propostas por quem ainda não conhecem bem.
Estamos quase a ir de férias, planificação ainda desconhecida...
E, como se isso não bastasse, tenho uma saia quente, linda e invulgar, com maravilhosos padrões africanos e nome de terra distante... Uma Macua, habilidosamente construída pelas mãos da Marta Mourão, cognome "SóSaias"...
Rita

terça-feira, agosto 28, 2007

A Mané

Há uns tempos pensei que me iria parecer ao Penicheiro (esta tu entendes, Miguel), descaradamente sem dar nenhum tipo de informações da minha vida aos que estão ao meu redor e com quem não tenho grande proximidade...
Enganei-me. Os filhos dão-nos a volta aos planos e nos últimos tempos dei pela Alice a enfiar-se pela casa dos vizinhos adentro, a curtir grandes finais de tarde de brincadeira. Por momentos chega a passar-me pela cabeça o receio de que não goste de estar connosco, mas logo em seguida fico orgulhosa da sua sociabilidade e do prazer que retira do convívio. Rio-me quando a ouço a perguntar pelos outros meninos do prédio enquanto começa a subir as escadas na direcção das suas casas e tento consolá-la com mimos quando chora amargamente ao meu colo de cada vez que a vou buscar. Basicamente, tenho um dejá vu por cada visão destas, comigo na primeira pessoa a dizer à minha mãe que poderia não estar a dar desenhos animados na nossa televisão, mas na da Mané estava de certeza.
Hoje tive pela primeira vez a D. e o J. cá em casa, a brincar com a Alice e a conversar comigo. Espero em breve receber a R. com a mãe, a mais recente e "cósmica" amizade que desenvolvi.
Não consigo deixar de sorrir a pensar no facto de poder tornar-me na Mané da vida deles, talvez tão importante um dia como a primeira Mané sempre foi e ainda hoje é na minha vida. Fico igualmente tranquila com a possibilidade da Alice vir a ter várias Manés na sua, será com certeza uma sortuda...
Rita

segunda-feira, agosto 27, 2007

Uma das prendas

Entre as prendas recebidas pela Alice com ligeiro atraso, encontra-se uma caixa de música, oferecida pela Dê.
Tenho a ideia que as caixas de música fazem parte do imaginário de qualquer pessoa. Bem, pelo menos de muitas. Ou talvez só das mulheres. Pronto, será pelo menos de algumas.
A Alice tem agora, não exactamente a sua primeira caixa de música, mas pelo menos a primeira com um "guarda-jóias" de cartão colorido em formato de coração e, como será apanágio de quase todas, com uma bailarina a rodopiar incansavelmente diante de um espelho. Demorou muito tempo a absorver o presente, a música accionada pela corda e principalmente a personagem. Gostou. Comparou-a com a primeira, aquela onde dançam a abelha e a joaninha e adoptou-a igualmente, com a diferença de que nesta pôde colocar os seus ganchos e elásticos para o cabelo - as jóias.
Ontem dançámos todas, a mãe, a tia e ela ao som da caixinha, de braços abertos, a rodopiar como a bailarina. E a sensação que me fica quando a vejo é que entrou directamente para o role das meninas dos filmes cujas vidas foram acompanhadas na infância por belas caixas que entretanto se perdem e vêm a ser encontradas nos sótãos antigos. Cheias das recordações que alguém, como nós, vai inserindo dentro da caixa.
Rita

sexta-feira, agosto 24, 2007

SINTRA

Sintra foi sempre um dos locais de visita frequente. Um passeio que incluía a Vila, o Palácio da Pena e o Castelos dos Mouros fazia parte do roteiro de férias dos primos ou amigos que nos visitavam em férias, tal como a visita ao Aquário Vasco da Gama e ao Planetário em Lisboa. Destes dois últimos posso dizer que visitei o Aquário com a sobrinha ainda este Verão e que do Planetário tenho saudades, mas a Sintra vamos com alguma frequência apesar de já não irmos de mochila às costas prontos para passar o dia todo. Agora vamos para um passeio a um museu ou para um lanchinho de queijadas ou travesseiros. As queijadas eleitas são as da “Sapa”, os travesseiros os da “Piriquita”. Hoje lembro as queijadas...

As queijadas de Sintra são um dos doces regionais mais apreciados ao longo dos tempos. Parecem existir referências literárias desde o séc. XIII (reinado de D. Sancho II), tendo através das obras de Camilo Castelo Branco e de Eça de Queiros ganho muitos curiosos e adeptos. A sua industrialização terá começado no século XVIII através da D. Maria Sapa mas as principais fábricas de queijadas ainda existentes, como a “Sapa”, a “Priquita”, o “Gregório” e a “Casa do Preto” terão surgido em meados do séc. XIX.

Neste Verão já fomos lanchar à Sapa e, por motivos alheios à nossa vontade mas de direito dos trabalhadores (férias) não tivemos direito a queijadas. Claro que lanchamos na mesma, e desfrutámos da bela vista.

Ana Cristina

terça-feira, agosto 21, 2007

Será possível...

... que tenha encontrado 31 bolas de sacos de plástico, 11 bolas de papel entre uns clips e uns lixos atrás do armário da cozinha?
Acho que encontrei o esconderijo dos brinquedos preferidos.

Ana Cristina

segunda-feira, agosto 20, 2007

...

  • Não tenho água!
  • O cadeeiro da cozinha está indeciso entre acender e não acender!
  • A torradeira foi para o lixo!
  • A máquina do café entupiu o filtro!
  • Amanhã faço outra vez manhã!
  • Tenho quatro trabalhos e um projecto de tese para entregar em Setembro!
  • Apetece-me pintar!

Ana Cristina

Três

Ontem fez dois anos que passámos a ser três.
Parabéns Alice, minha menina, nossa filha.
Rita

segunda-feira, agosto 13, 2007

Para a Alice...

A conselho da minha cunhada, deixo uma lista de ideias para o aniversário próximo da Alice.
Os quartos infantis parecem actualmente ter coisas a mais. Para além do espaço exíguo (às vezes até para os miúdos brincarem), o excesso de brinquedos origina, a meu ver, crianças menos cuidadosas e mais dispersas com o que têm. Para quem oferece pode não ser muito relevante, mas para quem tem a tarefa educativa e de organizar os acréscimos no espólio de pertences no final de cada aniversário ou Natal, convem pensar em muita coisa, propositadamente para o bem dos filhos. Por essa razão, valoriza-se neste aniversário (e nos futuros), a opção pela qualidade em detrimento da quantidade... pelos brinquedos pensados para a Alice, a sua idade e as suas características, e não um «tenho de comprar alguma coisa a todo o custo»... pelo educativo e duradouro, em troca, por exemplo, de peluches, cujo convívio com as vias respiratórias infantis não é habitualmente saudável e que, muito sinceramente, os garotos nem ligam muito.
Bem, passando às questões práticas:
- a roupa, os livros e os cds de música infantil, serão sempre presentes bem vindos, uma vez que utilitários e/ou geradores de divertimento a longo prazo;
- o IKEA tem coisas magníficas e de valor extraordinariamente acessível: o conjunto Lillabo, por exemplo, e o Titta (mesmo que só apropriados a maiores de três, vimos e revimos e não encontrámos problemas no uso sob vigilância de um adulto);
- legos, jogos de encaixe ou puzzles deste tipo são sensacionais para a fase em que a Alice está;
- divertimentos garantidos como este ou, segundo a época em que estamos, este farão sempre sucesso...
Conseguem-se estas coisas em muitas lojas, desde as online, as selectas e mais caras, ou aquelas que são mais habituais, como esta ou esta.
Boa escolha.
Rita

E o pessoal que não tenha ilusões: concordamos com esta posição e salvaguardamo-nos, enquanto pudermos, a sermos nós a deter a liberdade de escolha.

domingo, agosto 12, 2007

Neste momento não sei o que hei-de escrever. Não é que não tenha nada a dizer, mas começo a sentir o início daquela espécie de nervoso miúdinho que dá antes de contarmos o tempo que falta para irmos de férias e o tempo que iremos estar de férias em conjugação com o tudo que ainda há para fazer ate lá, e o tudo que é urgente, e mais o tanto que se irá estar ocupado nos entremeios desses tempos... é ainda muito ao de leve, mas já dá para sentir a picadinha de incómodo... e por isso não sei o que hei-de escrever, ou sequer o que me apetece...
Rita

quinta-feira, agosto 09, 2007

Livros

Respondendo ao desafio lançado por esta menina dedico este post aos meus mais adorados objectos de culto: os livros.


Tendo crescido numa casa onde os livros se multiplicavam a bom ritmo e onde as prateleiras foram sempre poucas, nós - eu a Rita, sempre sonhamos com uma biblioteca pessoal, e quando a bolsa de estudante passou a bolsa de trabalhadora começamos a criar a nossa colecção de livros. Actualmente em fase de contenção de despesas, de espaço e de tempo os livros não têm aumentado ao ritmo de outros tempos mas a prateleira dos livros técnicos tem engrossado e já teve direito a ocupar uma parte do guarda-roupa.

Pois aqui vai a resposta possível ao desafio lançado:

1- O n.º total de livros que possuo: Não podendo dar uma resposta correcta a esta pergunta, numa contagem rápida posso dizer que na sala estão 769 livros, mas que no hall de entrada podem ser encontrados alguns, assim como na cozinha e no quarto, e que a minha casa tem apenas um quarto. Na arrecadação estão os livros da infância e uma ou duas caixas de tesouros como revistas de pintura que herdei, e alguns livros escolares que podem vir a ser úteis.
2- O último livro que comprei: Terá sido “O ser-bebé” de Bernard Golse, Climepsi Editores que ainda não li.
3- O último livro que li: Neste momento estou a reler um pequeno livro que no ano passado assisti ao lançamento e, na altura, li numa ânsia de entendimento da problemática de ter um filho diferente com morte anunciada. Desta vez leio-o com um olhar mais tranquilo e mais objectivo. “Estar grávida é estar de esperanças” de Marianne Rogoff, Gravida
4- Cinco livros muito importantes para mim: Terei necessariamente de os procurar nas minhas memórias... e não posso nomear apenas cinco. Em primeiro elejo “O meu pé de laranja-lima” de José Mauro de Vasconcelos, pelas vezes que o li e que chorei com ele. Depois terei de eleger a trilogia dos “Subterrâneos de Liberdade” de Jorge Amado (“Os Ásperos tempos”, “Agonia da Noite” e “A luz no túnel”) porque me ajudaram a entender a luta clandestina de alguns por uma vida melhor de todos. Nesta linha de pensamento “A Mãe” de Máximo Gorki não pode ser esquecida e por representar o crescimento intelectual do ser humano adulto, e mais recentemente “Ensaio sobre a cegueira” de José Saramago por mostrar de forma tão esmagadora o comportamento humano. Também poderei nomear “Do Amor e Outros Demónios” de Gabriel García Márquez e “Servidão Humana” de W. Somerset Maugham, assim como vários outros livros.

5- Passo o desafio às seguintes bloguistas: ... esta será a resposta mais difícil destas cinco questões. Deixarei para um outro dia este desafio.


Ana Cristina

quarta-feira, agosto 08, 2007

Obras

Temos a casa em obras.
Começou por uma infiltração numa assoalhada por usar, que se veio a revelar num problema de condomínio, mas em todo o caso, depois da questão tratada, a casa por arranjar era a nossa.
Pensámos então em aproveitar para corrigir as pequenas coisas que andavam a ser adiadas há demasiado tempo. Esquecemo-nos foi que as pequenas coisas podem levar tanto ou mais tempo que as grandes, custar tanto ou mais dinheiro que as grandes e, principalmente (neste momento), fazer tanto ou mais sujeirada que as grandes.
Ficamos felizes de não termos a Alice a dormir no meio deste pó infernal, mas morremos cada vez mais de saudades a cada dia que passa, apesar de a sabermos a curta distância e de a termos visto ainda há tão poucos dias.
Temos a casa em obras mas passo pelo menos meia hora por dia a habituar-me ao pó que me parece impregnado nos dedos quando chego ao trabalho e começo a escrever no computador.
Estou farta de obras.
Rita

sexta-feira, agosto 03, 2007



"Enquanto rapariga acreditava que a minha vida nunca teria sido uma luta se o Sr. Tanaka não me tivesse levado da minha casinha bêbeda. Mas agora sei que o nosso mundo não é mais permanente do que uma onda a erguer-se no oceano. E quaisquer que sejam as nossas lutas e triunfos, como quer que os possamos sofrer, muito rapidamente se dissolvem todos como aguada, como a tinta de pintar no papel."


Fica só a ideia.
Rita

quinta-feira, agosto 02, 2007

Desejo

Apesar da voz de sonho da Vanessa da Mata, na próxima reencarnação eu quero mesmo é ter o cabelo dela...
Rita

quarta-feira, agosto 01, 2007

Recordação de ontem, hoje - quase um capítulo 2

O telemóvel toca na altura em que vamos jantar.
«Olá, é o Miguel, tudo bem? Estou a ligar-te porque estamos a ficar velhos e estava aqui a lembrar-me de uma festa a que fomos em 95. Era os anos da [não sei quantas], a irmã do amigo do meu irmão, não te lembras?! Aquilo era tudo queque, nós fomos à piscina e depois quando começou a festa viemos embora e depois eu fui com o Filipe e o Tó para Cerveira e até bebemos de mais e depois aparecemos na casa da tua avó...»
«Não me estou a lembrar dessa festa, mas parece que me me lembro da [não sei quantas, que de há bocado para agora já me esqueci]... Mas eu também fui para Cerveira?!»
«Não, nós é que fomos! E depois aparecemos e atirámos umas pedrinhas à vossa janela, tu estavas com aquela tua amiga...»
«A Sónia!»
«Sim, e depois ligámos e tu tiveste que inventar uma história à tua avó e dizer que eram uns estrangeiros quaisquer... e depois saímos pela outra porta e fomos andar de slide à noite!!»
«Já me lembro desse telefonema!!!!!! Perfeitamente!!»
«Ahahahahah! Tivemos de telefonar para o fixo porque na altura ainda não havia telemóveis!! Foi há 12 anos!!»
«É verdade! Somos uns cotas!!! Do tempo em que não havia telemóveis! Ahahahah!!»
«Quando contares à tua filha um dia, ela nem vai acreditar!»
Ter 30s é sentir e recordar tudo como se tivesse sido ontem mas depois olharmo-nos ao espelho no final do dia e parecermo-nos com olhos mais fundos e sentirmo-nos mais acabadas... e claro, prontas para recomeçar no dia seguinte e aproveitar melhor ainda cada bocadinho de vida.
Obrigado Miguel, pela recordação de ontem, hoje.
Rita

Ontem e Hoje

Ontem
Ontem estávamos seis na esplanada, cinco adultas e uma princesa de mês e meio. De um canto surge um homem. Cabelo grisalho, bem parecido, sorriso charmoso... dirigindo-se a uma de nós, como quem se dirige a todo o grupo: “Quero felicitá-la pela bebé, que é lindíssima.”. Resposta: “Muito obrigada, a mãe não sou eu, é a minha amiga aqui.” Outra vez o senhor: “Eu tenho muita experiência sabe, tenho muitos filhos. E a bebé é lindíssima. Mas está com sede, é melhor dar-lhe água.” Desta vez, a mãe: ”Ela acabou de beber o biberon” O senhor: “Eu sei, eu vi. Mas ela está com sede, tem a moleirinha baixa, sabe? Dê-lhe água, que ela tem sede.” E foi-se embora...
Conclusão: O senhor, pai de muitos filhos, cheio de experiência, não sabia que se dirigiu a um grupo de cinco enfermeiras de pediatria que trabalham num serviço de neonatologia (com crianças recém-nascidas doentes ou prematuras), e que a sua experiência com bebés, toda somada, é de mais de 30 anos. O senhor, pai de muitos filhos, cheio de experiência, também não sabia que a “moleirinha baixa” não se vê mas palpa-se, nem que um bebé de mês e meio não deve beber água a não ser a que o leite contém, com raras excepções e em pequenas quantidades que não devem ultrapassar os 5ml ...

Hoje


Hoje sinto o peso do tempo que passa todos os dias como quem não quer nada. Hoje comemoro dezasseis anos de exercício profissional. Hoje, num balanço mental, não me arrependo do caminho que escolhi, mas vou num instante ao espelho, ver as rugas ...
Ana Cristina