Gosto de quando me deixam aqui no chão da sala.
Dá para ir facilmente até aquele sítio onde os grandalhões cozinham. Há aí um tabuleiro com água e aquelas coisas pequeninas e secas que a bola de pêlo minorca e gira que para aí anda come.
Também dá para ir até aquele sítio onde se toma banho... acho que gosto mais... dá para chupar aquela coisa de metal que tapa o bidé... ou então para puxar o papel e espalhá-lo ou rasgá-lo... às vezes ainda se consegue chegar à água daquela cadeira diferente, de loiça... ou então aquela escova diferente e redonda que os grandalhões usam para limpar essa cadeira de loiça...
Da sala, se tiver muito vontade, ainda consigo ir rapidamente à caixa que tem aquela areia da bola de pêlo minorca e gira... dá vontade de brincar com a porta de dar-a-dar, mas o mais fixe é mesmo tentar trazer a areia cá para fora. Às vezes até parece que há coisas lá misturadas, mas ainda não consegui chegar-lhes... nem prová-las...
A grandalhona faz umas caras super-giras quando eu me dedico a estes hobbies. E repete aquilo, «Não, não, não!». Fica muito fixe com a cara assim séria, dá-me sempre vontade de rir e de fazer outra vez, só para a ver assim cómica.
Só não percebo aquela coisa dela fechar a porta da sala de um lado, fechar a porta do sítio onde se toma banho do outro e ainda de pôr cadeiras no caminho da caixa de areia. Deve ser para tornar isto mais interessante.
Até conseguir passar pelas portas fechadas ou pelos muros de cadeiras, o que vale é que na sala há sempre aqueles buraquinhos pequeninos na parede, aqueles que vêm aos pares e onde eles ligam o candeeiro, por exemplo. Sempre vai dando para entreter. Ainda hei-de descobrir o que é que dá para guardar ali...
Vasco