quarta-feira, setembro 30, 2009

Pequeno cenário desta noite

Hoje, depois do jantar, lavagem dos dentes, etc, história da Mandarina*; eu, Alice e Vasco (é tão giro, fica mais quieto a ver as imagens e a ouvir-me, e depois tenta agarar as letras) sentados no sofá.
Depois, Vasco a ir para a caminha nos meus braços, Alice a continuar a conversar com o pai no sofá.
Vou. Volto. Pai às voltas com a Mandarina, porque ela era má e o mago a tinha transformado em árvore. E então a Alice, toda chateada: «A Mandarina não era má! E não ficou transformada em árvore!».
Tentamos nova explicação. Ela, irredutível.
Pego novamente no livro, folheio até às páginas e começo, pacientemente: «Estás a ver aqui? O Mandarim era grande e gordo e tinha um coração como ele, onde cabiam todos os seres. Vês aqui esta árvore? É como o coração do Mandarim, por isso é que estão estas pessoas e animais todos nos ramos... E aqui? É a Mandarina, pequena e bonita, mas com um coração onde só cabia ela. Estás a ver a árvore? É só um ramo, onde só está ela.» E continuo: «E depois vem um mago, um feiticeiro, mascarado de velho sem-abrigo, que é uma pessoa que não tem nada, e pede-lhe uma laranja, e ela, mesmo tendo estas laranjas todas, tantas, que estão aqui, estás a ver, diz-lhe que não, e grita, e diz-lhe que não lhe dá porque ele é velho e feio e sujo. Então ele, que é mago, tranforma-a numa árvore que dá laranjas docinhas que toda a gente gosta. Mais do que gostavam dela como pessoa.»
Alice de sobrolho franzido, verdadeiramente zangada, a levantar a voz: «Então... se a V. e o Rui e o Tiago e a Sofia me deram este livro em que a Mandarina é má e fica uma árvore, já não o quero!»
E vai de deitar (suavemente) o livro para o chão. Verdadeiramente traída pela sua ideia da Mandarina, que não havia com certeza passado da figura pequena e bonita da ilustração.
Nós desconcertados. Nova explicação. «Mas não vês que assim todos gostavam das laranjinhas dela...?!»
...
Já na cama, o pai para ela: «Então, mas podes inventar o fim que quiseres... a seguir a árvore Mandarina, como se tinha portado bem e dado laranjinhas doces a toda a gente, transforma-se novamente em Mandarina pessoa e fica boa...»
E acho que só mesmo assim é que os amigos que deram o livro ficaram perdoados, nesta nova aventura de se inventar fins diferentes para as histórias que não acabam como se quer...

Rita

*"A bela Mandarina", texto de Laura Pons Vega, ilustração de Elena Odriozola, edição de ItsImagical (Imaginarium)

terça-feira, setembro 29, 2009

Acerca de uma declaração que acabei de ouvir...

Não percebi quase nada. O Sr. Presidente não queria dizer que só ele é que fala por ele mesmo e que não disse isso antes porque queria que tudo se dissesse a seu tempo mas que há quem queria que ele diga coisas que não disse mas que se tivesse escrito no mail agora alguém podia ler? Tá bem...

Ana Cristina

Parabéns!!!!!

PARABÉNS MAFALDA

Pelos teus 45 anos de crítica social. E muito obrigada pelas tuas observações, tão justas e adequadas hoje em dia.



Ana Cristina (e claro que a Rita também o subscreve, ou não tivessemos nós na nossa história horas e horas de "competição" de tiras da Mafalda decoradas ao pormenor... )

segunda-feira, setembro 28, 2009

Sabem aqueles dias de trabalho que achamos que vamos guardar para sempre, de tão maus que se tornaram...?! Pois hoje foi um desses. Não me apetece falar.
Rita

quinta-feira, setembro 24, 2009

Contingentes e cansaço...

Hoje, dois dias depois de ter começado a escola, a Alice arranjou forma de testar o famoso contingente da famosa Gripe A.
Às 10H30, subitamente, 38.5º de febre, dores de garganta e de costas. Três sintomas. Suspeita de H1N1. Sala de isolamento, máscara, Saúde 24. Encaminhamento para um centro de atendimento específico da Gripe, Alice e pai no meio de mais não sei quantos "mascarados".
Às 12H30, amigdalite. Três dias de casa. Coitada, nem aqueceu o lugar.
E agora com licença que me vou deitar um bocadinho, que isto de começar a acordar cedo para enfrentar um dia de trabalho depois de tantos meses em casa e ainda com dois miúdos para arranjar e tratar, estando um deles doente... não é obra... mas é sofázinho de certeza absoluta...

Rita

quarta-feira, setembro 23, 2009

O recomeço

O dia amanheceu bem disposto e solarengo, como eu. Perante a inevitabilidade do recomeço do trabalho, nada a fazer para além de acordar sorridente, optimista e com a expectativa das coisas boas que podem acontecer quando se entra numa nova fase.
Por lá, uma sala diferente com novo colega, um grande amigo. Ainda nenhum trabalho distribuído mas, com a mudança, muitos armários para arrumar, o que significa a oportunidade de me dedicar a planos pré-licença que não tinha havido oportunidade de levar a cabo. Danças nos lugares dos restantes membros da equipa - se é bom ou mau, logo se verá. Algumas ausências por um lado, fortes abraços por outro. Um saudoso almoço, com novidades frescas de uma extraordinária amiga. Um chefe praticamente indiferente à minha pessoa. Algumas caras e vozes dispensáveis.
Mas também...
Uma saída antecipada por duas horas durante mais seis meses, os meus meninos à minha espera, dois mundos de novidades, sorrisos e abraços, que bom...

Rita

terça-feira, setembro 22, 2009

Nova fase... ou O meu filho é um discente

Hoje foi um dia importante - aquele em que ele iniciou um percurso que lhe poderá durar cerca de um quarto de vida (longa) e que, sem qualquer margem para dúvida, moldará muito da sua forma de ser e reagir.
Se o primeiro dia de escola for representativo de alguma coisa, é bom sinal. O Vasco esteve mais ou menos quarenta e cinco minutos na creche, a sorrir para toda a gente. Depois veio no meu colinho até ao carro, todo molenga de sono, com o pai ao lado.
Acho que a São não acreditava que ele ia ficar bem, daí a insistência que fôssemos só beber um café e voltássemos logo. A verdade é que ele está óptimo, tão bem como a irmã esteve, no mesmo local e com praticamente as mesmas caras, há três anos e tal atrás.
Com ela a escola foi sempre fácil. Conta-se pelos dedos de uma mão as vezes em terá choramingado, e sempre de forma ligeira. Ainda hoje. Estava totalmente ansiosa da companhia dos colegas, muito saudosa de grandes amigas como a R. («Ela vai dar-me um abraço e ficar muito contente, não vai?!») e a M.M.. Com muitas novidades para a Maria João e para a Hélia, de umas férias muito muito longas («Porque quando os bebés nascem, tem de se ter muitas férias.»). Entrou na sala e não olhou mais para trás, nem sequer para se despedir.
Eles estão bem e eu estou em contagem decrescente para a reentrada no trabalho amanhã. Sei que me esperam coisas boas e coisas más (como sempre...). Eu entrarei, não com o pé direito, mas com os dois juntos, de um salto, para não perder o equilíbrio.

Rita

segunda-feira, setembro 21, 2009

O Badoca





Lá por terras alentejanas, fomos também passear ao Badoca Park.
Foi um dia divertido, com direito a macacos; flamingos; coatis; safari com avestruzes, gamos (os Bambis), gnus e uma girafa chamada Charlie («Tem um nome muita giro, não tem, mãe?!») só entrevista pelas árvores, muito ao longe; burros; um casal de tartarugas a copular («Não gostei daquela tartaruga que estava em cima da outra, estava zangada, fazia um barulho esquisito, parecia mesmo que estava zangada...»)...
Ela pôde ainda dar de comer a uma cabrinha e a lémures e, quando um deles lhe saltou para o ombro, ela manteve-se impecável, sem chorar, gritar ou o sacudir (não tornou foi a estender-lhes os restantes pedaços de banana e maçã). Depois, como não tinha altura suficiente, ficou com o mano a ver os pais a fazer, à vez, o rafting africano.
Ele, por sua vez, esteve aborrecido o dia todo, mas ninguém lhe deu grande crédito e, todos juntos, divertimo-nos à grande num parque infantil especial, dos 03 aos 99 anos de idade. Acabámos serenamente a visita a observar uma série de aves de rapina em pleno voo e deixámos algumas coisas para ver da próxima vez. Eles adormeceram assim que entraram no carro, mas valeu a pena*.
Rita
*Foi caro que doeu, mas para uma vez de quando em quando, valeu a pena.

domingo, setembro 20, 2009

Já cá estamos...


Já chegámos.
Para trás ficaram os pézinhos na água, as brincadeiras na areia, os passeios na praia, os grandes e pequenos banhos, os chapéus na cabeça e as peles meladas do protector solar. Temos planos para que não seja um "até para o ano", mas como nem tudo depende de nós, deixamo-nos ficar em silêncio, para que S. Pedro não nos estrague ironicamente os desejos...

Já chegámos.
Cá encontrámos compras e sopas para fazer, pilhas de roupa para lavar, prendas para adquirir, um grande lanche ajantarado para os lados de Vila Franca de Xira, um baptizado de família... de tal forma que dois dias chegaram para ficarmos com dores de cabeça do lufa lufa citadino...

Já chegámos.
Cá nos preparamos (ou tentamos preparar-nos) para o reinício da vida laboral e escolar. Ela está cheia de saudades da escola e dos colegas (quase que tinha vontade de voltar mais cedo de férias e ontem, sábado, dizia que se queria preparar para ir ter com os amigos). Ele vai dar início ao seu percurso estudantil - e a espalhar sorrisos tão facilmente como é seu hábito, o sucesso estará praticamente garantido. Eu cá ando, cada vez mais mentalmente preparada.

Rita

sábado, setembro 19, 2009

Ontem...

... foi dia de mais uma jornada de luta. Para que os Enfermeiros tenham direito a ter uma grelha salarial justa e que corresponda à sua formação; a licenciatura. Esperamos por essa actualização há uns anos. Deixámos recado ao governo que termina esta semana e ao que vier...
Fica a nota. Para que os poucos que nos lêem se apercebam, já que a comunicação social deu pouca importância...

Ana Cristina

quinta-feira, setembro 17, 2009

Na maré baixa


Foi por andarmos sempre atrás da maré baixa que este ano já voltámos mais do que uma vez à Praia do Banho, em Porto Covo.
Quando as águas crescem, o tapete de areia que a praia oferece é pequeno; porém, quando o mar desce, as rochas abrem passagens por entre grutas que pingam e onde há dias em que só se passa de cócoras... e aparecem piscinas naturais em baixios ondem ficam retidos cardumes de peixes minúsculos. É depois por aí que brincamos às aventuras, aos piratas e às baleias malucas...


Rita

quarta-feira, setembro 16, 2009

Politiquices...

“Esqueçam as siglas, esqueçam os partidos. Votem na confiança que têm nos líderes.” Acabei agora de ouvir nas notícias. Parece-me que o Sr. PP está um bocadinho equivocado. Os líderes são APENAS os representantes visíveis de forças políticas das próximas eleições. No próximo dia 27 vamos votar na força política que queremos que nos represente na Assembleia da Republica e por sua vez, a força mais votada irá propor um primeiro-ministro que formará governo.
Desde que os líderes são apresentados como se deles, e apenas deles, dependesse o próximo governo que me apetece gritar aos quatro-ventos que no caso das eleições legislativas, autárquicas e para o parlamento europeu nós votamos em forças políticas. Não se esqueçam que há uns anos, ninguém estava à espera que o Sr. Dr.-agora-novamente-presidente-da-comissão-europeia abandonasse o País e fosse criado um novo governo, da mesma força política. Não mudou só o 1º, mudou tudo menos o cor-de-laranja, com uns laivos de azul amarelado…
Ana Cristina

terça-feira, setembro 15, 2009

Dela, nas férias

Cenário 1:
Na semana passada arranjou uma amiga na praia. Vinha com os avós e era dois anos mais velha, mas tinha uma grande paciência para as birrinhas da Alice e sorria-lhe paternalmente. Olhou em determinada altura para o Vasco e disse que já não se lembrava de quando o irmão havia sido assim calmo, acrescentando ainda as saudades que tinha dele.
No primeiro dia, os avós, extremamente simpáticos, ofereceram bolachinhas pequeninas de chocolate à Alice, tendo esta ficado instantaneamente conquistada. Erro crasso. Nunca mais tendo largado o saquinho das ditas nessa altura, no segundo dia, a meio dos momentos de brincadeira, quando a amiga foi lanchar, aproximou-se da avó da miúda e perguntou:
- Trouxeste as minhas bolachinhas?!


Cenário 2:
Esta semana, depois da amiga anterior ter ido embora e termos decidido experimentar uma outra praia, a Alice arranjou um novo amiguinho, três anos feitos há poucos dias. Os dois fartam-se de brincar e discutem de vez em quando a posse de algum brinquedo. Os pais acompanharam os jogos dos dois no primeiro dia e a mãe teve direito a responder a uma pergunta da Alice a meio da tarde:
- Tens bolachinhas?!


***

O pai a dar-lhe a sopa ao jantar:
- Ó filha, vira-te para a frente e pára quieta... estamos sempre a dizer isto, é preciso estar sempre a dizer a mesma coisa?!
Ela, depois da colherada seguinte:
- Ó pai, tenho aqui uma afta...! Já te tinha dito para teres cuidado, é preciso estar sempre a dizer a mesma coisa?!
Rita

segunda-feira, setembro 14, 2009

Ainda andamos pela praia...





De ontem para hoje notou-se uma imensa diminuição de gente por bandas do litoral alentejano. Para tentar afugentar os que ainda andam por aqui, as manhãs começam cinzentas mas, por alturas da hora de almoço, as nuvens levantam e ajudam a proporcionar aos teimosos uma bela tarde de praia. Nós, os sortudos, cá andamos.
Rita

domingo, setembro 13, 2009

Entre um e outro...

Uma teria aprovado projectos megalómanos à quatro anos atrás que hoje seriam um erro económico grave. Ou seja, hoje estaríamos obrigados a cumprir contractos que, segundo a própria senhora, representam actualmente um endividamento público errado. Tanto é que se for eleita vai suspender projectos que achava pequenos quando ela tinha poder de decisão.
Outro esqueceu-se de dizer que a saúde está cada vez mais entregue às administrações privadas e que não adianta nada acusar a sua opositora porque as suas políticas são muito semelhantes e se apoiam uma à outra; não investimento real no serviço nacional de saúde e aumento consentido (e provocado) dos interesses económicos dos grandes grupos económicos na prestação de cuidados de saúde.
Falaram de siglas de impostos que uma criou o outro não desceu mas que deveria ter descido. Ele diz que desceu o IVA depois de o ter subido mas esqueceu-se nos outros impostos todos que aumentaram. Ela acusou mas também não se lembrou que a reforma fiscal começou nas suas mãos, … aliás reconheceu-o com muito orgulho mas com ela promete um futuro diferente… Ele até parecia que era a oposição e que ela representava o poder vigente.
Não vi o debate completo porque tive de ir trabalhar mas até parecia que nenhum dos dois tem responsabilidade sobre o estado do país e representam projectos eleitorais que só não são o mesmo por uma diferença de uma letra e pouco mais.
Ana Cristina

sábado, setembro 12, 2009

Apelo

Gatos Fedorentos, Contemporâneos, qualquer humorista ou similar deste país... por favor, agarrem no ridículo que foi o Telejornal da SIC, com paparazzis políticos a tentar dar em directo a hora em que o Sócrates e a Ferreira Leite saíram de casa para o estúdio de televisão, ou a cor da roupa que vestiam (a gravata, deram a cor da gravata, é verdade, verdadinha!)... e gozem, gozem com toda a exaustão que forem capazes... mas o Telejornal não tinha mais notícia sobre este país e o mundo?!... não arranjaram forma de relatar em directo o momento em que o nervoso da antecipação do debate dos senhores os terá levado ao wc???!!!... Cruzes... que jornalismo mais apalhaçado, este...
Rita

sexta-feira, setembro 11, 2009

A Festa foi muito boa...

Uma imagem que é a da nossa família mas poderia ser de outra família qualquer. Um avô babado fotografa os netos na primeira Festa do mais novo.
É engraçado. Chegamos juntos ou em pequenos grupos familiares. E quase não necessitamos de combinar o encontro. Sabemos que os mais velhos no final do dia (pelo menos) estão em Viana do Castelo, com amigos de longa data a comer um chouriço com broa e a regar com vinho verde branco. O normal é juntarmo-nos a eles e passar uns bons momentos a ouvir histórias mirabolantes do R. ou de outros amigos. A Festa é isso mesmo. Muito mais do que os concertos, e este ano até assisti a alguns, as exposições (como a Bienal, que estava muito interessante), ou os comes e bebes. A Festa é as pessoas, o ambiente descontraído, a alegria… e até é os turnos que faço voluntariamente todos os anos no posto de saúde.
Este ano o grupo teve mais um elemento. Desta vez o Vasco, com apenas cinco meses, juntou-se à Alice e ao João e os três alegraram muito o grupo que conta com três gerações de habituais da festa. E foi muito bom reencontrarmos a Sandra e a sua família e ver que eles estão bem. Para o ano espero vê-los outra vez.
Foi boa. Muito boa… por muito aspectos.
Editei montes de fotos
aqui, se quiserem vão lá vê-las.

O último concerto no Auditório 1º de Maio. Teresa Salgueiro...

Ana Cristina

terça-feira, setembro 08, 2009

A net está muito lenta...

... e neste momento não me permite fazer o post que eu desejo sobre a FESTA do fim-de-semana passado.
Até amanhã, espero...
Ana Cristina

segunda-feira, setembro 07, 2009

Hoje tive a certeza que um amigo - mais meu amigo do que eu fui dele - se foi embora e que não voltará. Não morreu, foi só embora, provavelmente e esperançosamente, para ser mais feliz em outro local. Eu estou capaz de me rir e divertir, mas por dentro, cá no sossego de mim mesma, estou tão triste que me é impossível de descrever e explicar... como não vou ter vontade de vir cá uns dias, fica a satisfação.
Rita

quinta-feira, setembro 03, 2009

Coisas nossas...

A Alice anda numa fase espectacular. Não sei se das férias prolongadas (desde Julho que quase não vai à escola), se da diversidade de experiências realizadas e pessoas com quem tem contactado neste período, se de um salto qualitativo relacionado com a mudança da idade... Sei que nos últimos dias me lembro imenso da Micas, há uns tempos, a consolar-me de um dia especialmente difícil com a minha filha: «Vais ver que vai passar... com o Tomás também foi assim, um ano e meio ou dois anos mais difíceis... depois, mais ou menos a partir dos quatro anos, pareceu até que de repente, de um dia para o outro, ele passou a entender-nos e ao que esperávamos dele muito melhor... e passou a ser tudo mais fácil...»
De facto - é o que me apetece dizer. A Alice anda engraçadíssima, o raciocínio verbal deu uma grande passada em frente e, com ele, o grau de compreensão, a capacidade para conversar, ironizar, brincar e, como não podia deixar de ser, aldrabar. Resultado: grandes momentos, gargalhadas partilhadas, sorrisos cúmplices entre mim e o pai, tiradas novas todos os dias, infelizmente a uma velocidade impossível de registar e até de fixar...
Para além disso, descobriu também o prazer de brincar sozinha e inventa constantes histórias, músicas, teatros, danças. Recordo-me de mim mesma. Qualquer coisa serve para personagem de uma história de encantar, uma princesa, uma mãe, uma feiticeira: os bocadinhos de esparguete cozida no prato, os preguinhos do novo jogo de encaixar que os tios ofereceram, os talheres, os ganchos, bocadinhos de fita-cola...
Sei que estamos de férias/licença, que o Sol ainda brilha muito sobre este nosso lado da Terra, que a temperatura está amena e que tudo corre com menos stresses, ansiedade, cansaço e peso. Sei que também depende de nós. Mas o que interessa é que o Sol brilha sobre este nosso lado da Terra, a temperatura está amena, ainda virão dias de praia, ainda estaremos todos muito juntos durante mais uma imensidão de 24 horas...
Rita