Não vos trago fotografias das tão afamadas bolas de berlim porque estas não resistiram tempo suficiente para tirar a máquina fotográfica do saco, eheheheh... Mas em vez disso, trago algo muito melhor: o tributo ao Manelzinho Natário.
Os Natário são uma família que já há muitos anos (tantos quanto me lembro) possui vários cafés e pastelarias em Viana do Castelo. Tenho a ideia que são irmãos, mas julgo que o parentesco envolve outros graus.
Na Avenida principal, a dos Combatentes, existe logo um Natário quem começa a subir, do lado esquerdo. Quando eu era pequena, a primeira coisa que eu queria que me recebesse à chegada a Viana era a ponte, do Eiffell, e a seguir, o boneco que este Natário tinha numa placa vertical. Um perfil negro de um tronco masculino que bebia um café. Com um braço que levava a chávena à boca e a pousava em seguida, e a tornava a levar à boca e a pousá-la e a levá-la... num gesto de quem gosta de saborear um café em golos bem pequenos para o fazer durar...
O Natário da Avenida - este primeiro, porque entretanto acho que abriram outros - é bom, mas honra seja feita, o Manelzinho é único. Ou não viria o Jorge Amado e a Zélia do Brasil para comerem os petiscos.
No Manelzinho é impossível comer mal ou sequer não comer. Seja do que for. Os croissants, sejam simples, com fiambre, queijo ou mistos, são extraordinários. As bolas de berlim, apesar do seu aspecto minorquita, são sem ponta de dúvida, as melhores do mundo - a quem seja útil, saem em fornadas a partir das 16H00, mas é preciso não perder tempo... Para os que, como eu, são mais fãs ainda de salgados, há toda uma série de empadas de pato, lampreia, folhados ou pastéis de bacalhau que se recomendam, principalmente se forem acompanhados por um copinho de vinho verde branco.
Hum... como se pode matar saudades num fim de semana para se ficar novamente cheio delas logo a seguir... Resta-me pedir desculpas pela água que com certeza vos deixei na boca, garantir que não tenho nenhuma comissão no Manelzinho (ai, quem dera!) e explicar que, para quem visite a minha cidade do coração, deve incluir no roteiro a passagem por aqui, início da Rua Manuel Espregueira logo para quem sai da Praça da República... e os vossos estômagos falarão por si...
Rita