No final do curso, trabalhei uns meses para um gabinete de estudos da faculdade, a fazer inquéritos num bairro específico do concelho de Oeiras. Aquilo era à séria, não se resumia a algumas tretas de questionários que nos fazem por aí... No final de cada inquérito (enooooooorme...!), tinha depois que categorizar as respostas todas, seguindo o formulário que me era facultado... ainda se demorava um tempão a completar o trabalho dos inquéritos. De entre as várias questões fechadas que eram colocadas, uma era a profissão. O que não se pode fazer a ideia era a de quantas pessoas que, à profissão, respondiam "funcionário público", o que obrigava a milhentas perguntas feitas a posteriori, para que me fosse possível perceber exactamente o que raio aquela pessoa fazia... Funcionário público... Como se não bastassem todas as pessoas que não sabem de facto o nome do que fazem, ainda se juntam todos os que respondem que são funcionários públicos...
Com a doença da Alice, percebi que no fundo os virus são, no meio biológico, uma espécie de funcionários públicos. A resposta perfeita à interrogação dos pais aflitos "Então, doutora, o que acha que ela tem?"... "Deve ser um virus..." A resposta perfeita para quando a doença dos filhos, ou a nossa, pode caber nuns quantos milhares de categorias.
Claro que, no meio de toda a ausência de explicação ou conhecimento, o importante é mesmo ter o formulário... o dos inquéritos... e o dos virus... autênticos formulários anti indefinição.
Rita
3 comentários:
Pois é, os vírus estão mesmo em todo o lado...
Admiro os médicos, todos os dias a conviver com doenças, virus, bactérias...que se multiplicam sem dó nem piedade.
Espero que a bebé já esteja melhor.
Beijinhos
A lice e Clotilde,
Muito obrigado pela vossa solidariedade com o vírus da minha pequena patareca. Os vossos comentários foram enternecedores. Felizmente, a minha Alice já parece recuperada, vamos lá ver se se mantem bem. Beijinhos às duas!
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