quarta-feira, março 11, 2009

O que fazer...?

Agora está toda contente, a saltitar de um lado para o outro da casa, mas há umas horas, chorava no carro, vinda da escola. Era por causa de tudo. A boneca, que vinha sem uma perna, a amiga R, para casa de quem queria ir, os desenhos animados na televisão, que dissemos que não iria ver porque já tinha visto muitos nos outros dias. No meio de tudo aquilo, uma queixa: o Cristiano, que lhe tinha apertado o pescoço e a garganta, e que a tinha mandado para o chão porque queria jogar à bola no sítio onde ela estava.
A expressão dela era tão inconsolável e o cenário que imaginei tão violento, que quase fiquei com vontade de chorar também. Não gosto quando chega a casa a dizer que este menino ou aquele lhe bateu ou a empurrou ou se zangou com ela. Mas habitualmente sei quem são, imagino o quadro e explico-lhe que tem de se entender com os amigos sem bater. Que devem conversar, que ela deve fazê-los entender que não gostou do acto e que não é assim que as pessoas se entendem.
Hoje não consegui. Apertar o pescoço e atirar alguém para o chão não é atitude que se perdoe ou que se resolva da mesma forma pacífica que aconselhamos sempre. Desta vez dissemos-lhe que tinha de se defender e que, se fosse preciso, numa ocasião como essas, tinha de se defender batendo. É triste, mas não conseguimos pensar em outra forma. O que fazer em alternativa...?
Rita

9 comentários:

JoanaM disse...

Eu costumo dizer à R. que quando não consegue evitar a violência com a conversa, deve começar por procurar um adulto. E sinceramente, apertar o pescoço, parece-me já caso para pedir a um adulto para intervir (e se a A. não o fizer, se calhar podem voçês fazê-lo). Acho que defender batendo não a vai ajudar, porque o cristiano terá com certeza mais força que ela, e não irá deixar de lhe bater. O meu passo a seguir costuma ser aconselhar a R. a afastar-se e não brincar perto dos meninos que batem. Se eles querem bater, então não vale a pena brincar com eles. Eles é que perdem e ficam sozinhos. E tem resultado. Eu quando me sinto sem ideias para a ajudar, digo que vou pensar numa solução melhor. Alternativas há sempre. E preciso é procurá-las. Sobretudo porque violência não se trava com violência. Tal como o mundo nos tem mostrado...

Bjs

Unknown disse...

Pois eu em tempos resolvi muitos conflitos à estalada, mas essa não será a atitude que se deve aconselhar a uma criança. Talvez a melhor seja mesmo a de não brincar com os meninos agressivos porque nem eles se divertem nem quem brinca com eles fica muito contente.
Quanto ao apertar o pescoço, deve ser uma fase de descoberta de um ponto fraco. Ainda há uns tempos tive de me zangar com ela porque ela fez estava a fazer-me o mesmo.
Ana Cristina

Anónimo disse...

É difícil!! Quando acontece, e no caso dela penso ser raro, só lhe digo para empurrar!! "Não batas, mas não deixes que te batam! Tens que te defender! Dá um empurrão e vai-te embora!" Não é bonito, mas tb me custa imaginar que a miúda é saco de pancadas! Até ver não é coisa comum com os amigos da escola! A ver vamos no futuro! Se ela sair aos papás, sai de fininho do meio das confusões!!! Sempre fomos assim!! Ainda hoje odeio peixeiradas!! Assim de tudo porque tenho sangue quente e não sei como reagir quando me provocam! É preferível ignorar!! É o que eu lhe digo!!

Unknown disse...

Primeiro que tudo, o meu obrigada a todas!
Obviamente que a Alice já chegou a casa a contar histórias de zangas e até de actos violentos para com ela. Habitualmente são coisas leves e sem importância e o meu conselho é sempre o mesmo, dizer-lhe que deve transmitir aos amigos que não gostou e que não brincará com eles se continuarem a optar por se zangarem dessa forma. A ideia é sempre dizer-lhe que podemos conversar, mesmo zangados.
Claro que a minha imaginação em relação ao quadro que ela descreveu ontem fez o seu papel e é provável (?) que eu lhe tenha conseguido atribuir mais violência do que a que aconteceu. Em todo o caso, é óbvio que me fez pensar.
Joana, gostei da tua ideia de lhe dizer para ela se afastar dos meninos que batem. É claro que isso confere um grande poder aos que batem, precisamente por baterem. Mas a ideia por si só é boa. Em relação ao adulto, desta vez também lhe dissemos que deveria ter falado com um crescido. Como foi um acto isolado, pressuponho que não será necessária a nossa intervenção.
Em todo o caso, acho que o cenário dela de desconsolo geral ontem no final de tarde também ajudou a aumentar. Não tornou a falar no assunto.
Obrigada pelas ideias!
Beijinhos, Rita

Anónimo disse...

(OPINIÃO DE UM PAI, TAMBÉM FAZ FALTA)
Desculpa intrometer-me, mas acho que tiveste a atitude correcta, pelo menos é a que eu vou tentar transmitir à F. e à M.
Deve evitar-se sugerir às crianças que se envolvam em confrontos físicos, como regra geral, pois não resolvem nada.
O caminho é eventualmente sugerir que peçam auxílio aos mais velhos.
Mas não deve deixar de incutir-se às crianças algum sentido de defesa e de reacção, mesmo verbal, sob pena de ficarem amedrontadas e não saberem lidar com ameaças.
E é bom que façam isso no local próprio, ou seja, na escola com meninos da mesma idade.
A auto-confiança começa a ganhar-se aqui e é muito importante para outros desafios que têm pela frente.
Espero ter ajudado.
Beijinho.

Anónimo disse...

(OPINIÃO DE UM PAI, TAMBÉM FAZ FALTA)
Desculpa intrometer-me, mas acho que tiveste a atitude correcta, pelo menos é a que eu vou tentar transmitir à F. e à M.
Deve evitar-se sugerir às crianças que se envolvam em confrontos físicos, como regra geral, pois não resolvem nada.
O caminho é eventualmente sugerir que peçam auxílio aos mais velhos.
Mas não deve deixar de incutir-se às crianças algum sentido de defesa e de reacção, mesmo verbal, sob pena de ficarem amedrontadas e não saberem lidar com ameaças.
E é bom que façam isso no local próprio, ou seja, na escola com meninos da mesma idade.
A auto-confiança começa a ganhar-se aqui e é muito importante para outros desafios que têm pela frente.
Espero ter ajudado.
Beijinho.

Anónimo disse...

(OPINIÃO DE UM PAI, TAMBÉM FAZ FALTA)
Desculpa intrometer-me, mas acho que tiveste a atitude correcta, pelo menos é a que eu vou tentar transmitir à F. e à M.
Deve evitar-se sugerir às crianças que se envolvam em confrontos físicos, como regra geral, pois não resolvem nada.
O caminho é eventualmente sugerir que peçam auxílio aos mais velhos.
Mas não deve deixar de incutir-se às crianças algum sentido de defesa e de reacção, mesmo verbal, sob pena de ficarem amedrontadas e não saberem lidar com ameaças.
E é bom que façam isso no local próprio, ou seja, na escola com meninos da mesma idade.
A auto-confiança começa a ganhar-se aqui e é muito importante para outros desafios que têm pela frente.
Espero ter ajudado.
Beijinho.

Su disse...

Minha linda, Todos os dias vejo cenas dessas na escola... e acredita que não é a tua imaginação de mãe a criar o pior cenário... Os miúdos estão agressivos, violentos.... MAUS! E não é só fisicamente é verbalmente! Ainda esta semana me chateei à brava, acho que aquela turma nunca me tinha sequer imaginado tão chateada... De repente, na minha aula, 9 alunos começam a criticar uma colega, a dizer que ela era burra, que não sabia nada... a fazer lhe perguntas às quais sabiam que ela não sabia responder para a envergonhar... 9 a "bater" psicologicamente numa só pessoa! PASSEI-ME literalmente, ouviram o sermão da vida deles!
É preciso sim controlar essas situações, nós como professores quando estamos presentes conseguimos parar as brigas mas o pior é quando não estamos... Há sem dúvida muita coisa que escapa ao professor mesmo que este seja muito atento... De qql modo podes sempre sugerir ao professor uma reunião de pais da turma para falarem todos... O pior é que os pais que são precisos nestas reuniões nunca lá põem os pés!
Boa sorte linda!
beijokas
Su
www.tudoquesefaz.com

rute moura disse...

Apesar de ser a primeira vez que passo por aqui (voltarei com certeza!) gostava de deixar uma palavra de agrado por esta troca de ideias. É importante que se fale destas coisas, que se troquem ideias e experiências. Tal como é pertinente que os pais e profissionais de educação troquem ideias e informações entre eles de modo a regular os comportamentos e encontrarem estratégias comuns que ajudem as crianças (o "agressor" e o "agredido") a agir correctamente e a aumentar a auto-estima.