sábado, abril 15, 2017

Um parque é só um parque...?

O cenário foi o parque infantil da Praça José Fontana, em Lisboa. Um feriado de manhã, não demasiado cedo mas ainda cedo o suficiente para estas aventuras, tanto que eramos os únicos. Era até difícil decidir ficar com ou sem casaco, uma vez que o sol, tanto aparecia tímido, como se revelava com mais força por entre as nuvens.
O pai e a mana foram a umas consultas e eu rumei com os outros dois à descoberta do parque.

É sempre engraçado ir a um novo parque. Alguns, como este, têm estruturas bem diferentes, que obrigam a pensar nos obstáculos a superar. Um escorrega sem assento...?! Escadas em que uma parte dos degraus não existe..?!

O Vasco sorria... divertia-o ver uma construção diferente, mas mostrava dificuldade em arriscar...



Desde pequenos que qualquer um dos meus filhos teve sempre à vontade, leveza e descontração em matéria de movimentos. A coordenação surge-lhes naturalmente. Não obstante, nenhum foi particularmente destemido, afoito, aventureiro. Será um pouco óbvio dizer que, enquanto pais, nunca nos importámos, uma vez que sabíamos que eles estariam mais seguros se se mexessem com confiança mas sem maluqueiras...

Agora, de vez em quando, encaro de outra maneira as suas hesitações. Penso no receio que lhes poderá estar subjacente. Pondero se as dúvidas os poderão acompanhar em outras áreas...
Mais do que tudo, o que desejo é que vejam além dos obstáculos, mantendo aquela espécie de aptidão inconsciente e inata para treparem, saltarem, descerem... que acreditem neles, que observem, que pensem... mas que não escolham sempre fugir de um impedimento...

Sei que isto não parece conversa sobre um parque infantil... mas talvez um parque infantil não seja só um parque infantil... talvez aí, como em tantas outras ocasiões, se possa aproveitar para treinar capacidades... aproveitar ter alguém de fora, a ver e motivar, para experimentar subidas alternativas, apoios imprevistos, locais de desequilíbrio latente... aproveitar o estar de fora para mostrar os vários caminhos que se pode seguir, onde se podem colocar os pés, incentivar a experimentar, respeitar os recuos, aplaudir os sucessos...
Ou seja, estimular competências... deles e nossas...
Rita

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