terça-feira, abril 25, 2017

Quarenta e três anos depois

Não tenho qualquer dúvida que o dia 25 de Abril de 1974 foi importantíssimo na minha vida.
Quase de certeza que hoje seria uma pessoa bem diferente se naquele dia (que podia ter sido outro com certeza se os militares de Abril tivessem marcado outra data) as pessoas não tivessem sentido que aquele era o momento de mudar.
Para mim, uma menina de seis anos acabados de fazer, o dia 25 de Abril de 1974 foi um dia que recordo pela alegria que senti por ver as "minhas pessoas" felizes. Recordo a empolgação do meu pai e a impulsividade com que rumou pra Lisboa ao contrário do que seriam as indicações que teria recebido, a cautela alegre com que a minha mãe lidou com o assunto, não indo à escola naquele dia e ficando comigo em casa a ouvir rádio (deixou para o dia seguinte a retirada da foto do Sr. Marcelo da época). Recordo também a chegada dos amigos lá a casa pela noite adentro. Todos se abraçavam e choravam de alegria.
Ao post que escrevi há onze anos, no início deste nosso registo não tenho quase nada a acrescentar.
O meu 25 de Abril de 1974 foi um dia alegre, e gosto sempre de o recordar, assim como gosto de recordar os outros 25 de Abril que se seguiram. Aqueles em que eu e a Rita íamos para a janela de manhã gritar para as pessoas que passavam na rua "25 de Abril Sempre! Fascismo nunca mais!". Aqueles em que desfilámos na A
venida, e foram muitos (mesmo muitos).
Este ano lá estivemos, numa nova adaptação às circunstâncias de quem leva crianças pequenas. Éramos um grupinho no meio de muitos. Sim, este ano também fomos muitos, muitos mil a celebrar Abril...
Ana Cristina

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