domingo, novembro 13, 2016

Histórias de Fadas

Ontem o rapazeco ficou fanado e andou a brincar que tinha passado a ter duas balizas. Embrulhou o dente num papel e colocou-o ansiosamente por baixo da almofada. 
Hoje de manhã estava desiludidíssimo com a tão afamada Fada dos Dentes. Quase que dei com ele de lágrimas nos olhos. Fiz-lhe então a proposta: «Ouve, no mundo inteiro há um montão de miúdos a perder dentes... algum deles há-de gostar do que te calhou a ti... por que não escreves uma carta à Fada e propões uma troca...?»
E, no fim da tarde:


[Fada dos dentes, como eu não gostei da tua prenda porque já tenho uma coisa para fazer aviões, talvez me possas trocar a coisa dos aviões por 10 ou 11 saquetas de cromos de futebol 2016-17 por favor, por favor, por favor. Obrigada, desculpa. Para: Fada do dente De:Vasco]

Da carta passou para um desenho do que poderia oferecer à Fada, caso pudesse... Dali para outros desenhos e propostas de jogos... À noite, este era o cenário em torno da cama:


Como a Fada que vem cá a casa é muito fixe, ele é capaz de ser um rapaz de sorte...
Rita

quarta-feira, novembro 02, 2016

Fim de tarde fora da caixa

Às vezes é assim. 
Chegamos a casa num dos raros dias sem atividades e o jantar já está feito. O pai não vai às compras, a mais velha tem estudo para fazer, os outros dois preparam-se para um fim de tarde televisivo. Afastada dos restantes, acabo de colar as fotografias de um trabalho da Joana no seu caderno da creche. 
Talvez por eu própria não estar hipnotizada sob o olhar da caixa mágica, lembro: «Vasco, vou desafiar-te para um jogo.»
Ele não me liga logo. Vou buscar o jogo, um puzzle de 200 peças, e espalho-as pela mesa. Torno a chamá-lo. Ele vem, observa, solta uma interjeição de espanto por o jogo ser um puzzle. Não percebo se está satisfeito, desiludido ou surpreso. Ainda vai até à sala. Começo a virar as peças todas para o mesmo lado, a separar as que têm bordo. Torno a espicaçá-lo. Chega ao fim o tempo determinado para a caixa hipnotizadora e a televisão é desligada. E começa a magia. 
Duzentas peças de magia. Uma mãe que desafia um filho. Um filho que se senta. Um pai que se aproxima, curioso e começa a procurar peças. Uma filha que no fim do estudo também quer participar. A outra que traz outro jogo para cima da mesa. 
Uma hora e pouco de magia. E de boa disposição. E de querer estar ali e em mais lado nenhum. Com sucesso. 



Mas às vezes é mesmo preciso desligar a caixa. E ajuda ter o jantar feito.
Rita

terça-feira, julho 19, 2016

Exercício-de-escrita-ou-talvez-não... ou... O-prometido-é-devido 1

Sabes... no dia em que me disseste que costumavas sonhar com ela e te respondi que já há muito que não me acontecia... sonhei...
Estávamos numa espécie de festa, não sei porquê nem por quem. Ela já estava doente, mas propôs-se cantar. E então cantou. Eu, que não me recordo de ela ser muito cantora, sonhei com ela a cantar o fado melhor do que a Amália. O fado. No meu sonho, eu ouvi e percebi que, a cantar, ela ficava menos doente. Como acontece por vezes com os gagos, sabes. E então chorei.
E depois acordei.
Rita

sexta-feira, abril 15, 2016

Ontem, passados 40 anos, estive lá...

...

... a representar o pai, deputado da Assembleia Constituinte e a partir de hoje deputado honorário à Assembleia da República. Título merecido para quem soube unir esforços e criar um documento que até hoje rege a nossa sociedade, a Constituição da República Portuguesa.
Eram muitas as caras conhecidas, figuras públicas, empresários famosos, dirigentes políticos, algumas através do pai e da sua actividade política. Muitos outros não reconheci, e o meu pai seria um deles se não fosse meu pai.
Para mim foi uma pena que ele não quisesse ir. Estava lá eu por ele, uma orgulhosa filha do seu não famoso pai, político por convicção, atualmente reformado com uma pensão demasiado baixa para as suas necessidades.
Ana Cristina

quinta-feira, março 31, 2016

Páscoa 2 - ou - A caça aos ovos da Páscoa de 2016

Descrevo por aqui a nossa caçada da Páscoa para que esta fique mesmo guardada em algum lado, já que os papéis se perdem e as recordações também... foi o que aconteceu com a de 2014 e a Cristina tem insistido para que eu não deixe que tal se repita... Portanto, seguindo o seu conselho e insistência, cá está, o post dedicado à Caça aos Ovos da Páscoa de 2016...!

Se há dois anos cada pista reservava em si dois ovinhos de chocolate, este ano o tesouro consistia no conjunto completo dos ovos, encerrando cada pista uma peça do enigma que permitia encontrar o local onde o mesmo estava guardado. Tal como na última ocasião, as pistas necessitavam do trabalho conjunto de cada um deles (Alice e Vasco), por vezes com colaboração de mais alguém da família. Cada pista estava guardada numa divisão da casa, de forma que a caçada obrigava a percorrer a residência para lá e para cá.

A caça começava com um texto introdutório por baixo do prato da Alice (colocada ali muito pouco tempo antes de ela a descobrir), para que fosse ela a lê-lo, e dizia: 

«Caça aos Ovos 2016


Então ouvi dizer que se querem divertir?

Na caça aos ovos vamos investir!
Há muito jogo e pista diferente, para quem assiste também ficar contente...
Vasco e Alice: cada desafio é alternado, para que um não fique até ao fim da caça condenado.
De cada pista, uma palavra sai...
No fim, o local do tesouro encontrai!
Conselho: podem precisar de lápis ou caneta, mas estejam descansados, não há ampulheta...


Preparados? Abrir... Pista 1: Sou um recipiente onde a planta cresce contente"


A Pista 2 estava portanto, num vaso, na marquise, e dirigida ao Vasco. O enigma era: «São umas caixinhas todas redondinhas... Gostam delas inteiras, misturadas ou em forma de estrelinhas... Diz lá então: quais são as coisas, quais são as coisinhas... que saem do cu das galinhas?» Depois de encontrada a palavra "ovos", a pista que indicava o caminho a seguir estava colada numa dobra do papel do enigma (como todas daí em diante) cuja abertura só era autorizada depois da solução: «Onde a mãe decide guardar coisas para as orelhas enfeitar»


A Pista 3 estava no meu quarto, no interior da minha caixa de brincos, e era dirigida à Alice. O enigma era: «Procura uma palavra pequenina, quase como um mero "só"... De um lado, bem redondinha, como se de um ovinha se tratasse, está a letra... Do ouro, a serpente malandra, como se de o comer gostasse, é a letra...». Depois de descobrirem a palavra "os", abriam o resto da pista, que dava o caminho: «No meu quarto, onde há um mundo, mas não o encontro num segundo...»

A Pista 4 estava então no quarto dela, por trás de um quadro com uma ilustração com um planisfério, e era dirigida ao Vasco: «Antes que tenhamos que beber um chá de tília, retira as letras da palavra Família. O que encontras com o que sobra?» Era uma cruzada de letras, o objetivo era ele retirar todas as que compunham a palavra em questão e descobrir as que sobravam: E-D-N-O-R-S-C... tendo eles depois que descobrir a palavra "esconder". Após o fazerem, abririam o resto da pista, com o caminho: «Onde há uma coisa que precisamos usar, depois de comer e antes de deitar.»

A Pista 5 estava colada por baixo do copo das escovas de dentes, era dirigida à Alice e dizia: «Havia um herói que era pequeno, no seu último dia fomos visitá-lo, encontrámos um planeta distante e de lá trouxemos prendas com cheiro a tangerina... Se a tua palavra queres encontrar, a essas prendas terás de ir busca. Procura aquela que é sobre uma e a mesma coisa... olhada e pensada de forma diferente, por muita gente... Vá, são só quatro letra, não pode haver mais tretas!!»
Este enigma era dos mais difíceis e era alusivo a um livro da editora Planeta Tangerina trazido do último dia da livraria "O Pequeno Herói", que existia há uns anos na Graça. Trata-se de "Uma mesa é uma mesa, será?"... e a palavra era de facto «mesa». Depois de a descobrirem (e a Alice descobriu, com muito esforço, alguma ajuda e amuos), abriam o resto da pista, com o caminho: «Nesse mesmo conjunto de folhas com palavras e letras, para que não restem dúvidas...»


A Pista 6 estava assim no interior desse livro, no corredor, e era dirigida ao Vasco: «É muito fácil, não há que enganar, só tens que na profissão antiga do avô pensar... Divide a palavra em sílabas ou bocadinhos, são quatro mas tu vais querer o primeirinho...». A palavra era "de", retirada da profissão "desenhador". Após a sua descoberta, o resto da pista continha o caminho da seguinte: «No meio do que pões no pé e que no fim do dia cheira a chulé...»

A Pista 7 estava no quarto do rapaz, no meio da gaveta das meias, e era para a Alice: «É igual a conseguir, mas pertence à segunda conjugação. É o verbo no presente, e conjugado como se fosse "o cão..."...». Não era fácil, mas a Alice lá conseguiu a palavra «pode». Depois, o resto da pista dizia: «A próxima pista está escondida nos utensílios de fazer a comida.»

A Pista 7 estava obviamente no meio das panelas, na cozinha, e era para o Vasco: «É a vogal mais usada no nome das pessoas presentes...». Ele teve que apontar o nome de todos e contar as vogais. Era, é mais que certo, a palavra "a" e depois de a encontrarem, partiam para a abertura do resto da pista: «A pista 9 está escondida no que se usa para controlar o que na sala podemos visualizar.»

A Pista 8 estava na sala, no compartimento que usamos para o comando da televisão, era dirigida à Alice: «Nada a comentar, no 2-6-6-3-7 vais ter de a encontrar!». O enigma consistia em descobrir que nas teclas do comando existem letras e que daí ela teria que extrair as correspondentes aos números indicados e descobrir a palavra "comer". Em seguida, vinha o desafio final: «Juntem as palavras todas que descobriram, encontrem a frase escondida e... onde está o tesouro da Páscoa?»

Depois de montarem a frase «A mesa de comer os ovos pode esconder!», caça terminada!!!




Rita

Nota: para algumas pistas, usei as ajudas do blog Tempo Junto, que são espetaculares...

sábado, março 26, 2016

Páscoa 1

Há dois anos, porque me encontrava de licença de maternidade da Joana e tinha tempo e disponibilidade mental, resolvi tentar criar algo que se pudesse impor como ritual de Páscoa. Dei então a ideia de fazermos uma caça aos ovos aqui por casa e, antes disso, de criarmos um recipiente que pudesse servir para eles colocarem os ovinhos que fossem encontrando. 

Os de 2014, feitos com aproveitamento de caixas de ovos (e que ainda andam cá por casa porque eles se recusam terminantemente a mandá-los fora), ficaram assim:


Em 2015, não tive capacidade para organizar nada destas coisas (com grande pena deles, que se fartaram de falar no assunto) e este ano resolvi voltar à ação... Com a Joana ainda não contamos, mas o nosso amigo vizinho aceitou prontamente o desafio e, recorrendo a pratos de plástico, lá fizeram os três uns "sacos de ovos" bem giros... As ideias são tiradas do maravilhoso mundo que é o Pinterest e adoro ver que já conseguem fazer quase tudo sem ajuda e com espetaculares rasgos de criatividade individual.


Resultado final de 2016:


Rita


sexta-feira, março 25, 2016

Refeições de comemoração inusitadas

Por vezes surgem assim, de forma inesperada... 

O aniversário de uma colega de trabalho, da minha ex-equipa que me deixa tantas saudades. A proposta feita de manhã, prontamente aceite. O caminho percorrido a pé, em grupo, até ao restaurante brasileiro. Um rodízio saboroso, regado a caipirinha, sangria, boa conversa e grandes risadas. A surpresa que ela nos decidiu fazer, por contraponto ao que deveria ter sido.
Em resumo: um excelente almoço, gozado na companhia de quem sinto muito a falta, mesmo trabalhando no mesmo corredor que eu... 


No dia seguinte, mais uma surpresa... Uma ponte repentina a levar a um almoço de família a quatro, na Hamburgueria no Talho - restaurante novo na nossa zona e ao qual ainda não tínhamos ido. Uma boa experiência, sem andar sempre atrás das duas pernas pequeninas da casa, que só fomos buscar à creche a seguir. Ainda por cima em dia de sol, tendo podido passear pelas ruas sem horários e a pensar nos próximos dias de mini-férias.


De repente, uma amiga que se lembra da urgência de marcarmos um jantar como este, ou este (que foi o primeiro). A marcação para o dia seguinte, a aproveitar a estadia daquela que agora não anda por bandas portuguesas diariamente e a ida de outra para dias de férias no estrangeiro. A urgência justificável por essas lembranças repentinas e talvez pela necessidade premente de convívio. 
Na verdade, dou a volta à cabeça e, tirando o jantar com direito a ir ver o "Mamma Mia" (que não terá dado post por aqui e que já terá sido em 2008, acreditam...!), não me lembro de mais nenhum... E sabem tão bem e são tão bons... 
E se esses posts falavam de jantares já não muito fáceis de marcar na altura, imagine-se agora... que somos as mesmas quatro trabalhadoras, mas todas mães (por alturas do primeiro jantar havia só três filhos, agora perfazem nove...!), uma já fora de Portugal, cada uma com a sua família e horários e casa... Mas talvez por ser mais difícil, temos mesmo de garantir que os fazemos mais vezes... e agradecer a quem tem essas ideias repentinas e age com urgência, mesmo que depois de esqueça de marcar mesa e acabe por nos calhar na rifa aquela que fica mesmo mesmo encostadinha à porta... 


Há semanas de sorte, caramba...
Rita

segunda-feira, março 14, 2016

Deles, em registos diferentes, a alguns minutos de intervalo

Palavras de uma filha de dez anos, após uma notícia no telejornal sobre o último atentado em Ankara: "Não gosto de ver isto... Faz-me doer a alma... Todas as pessoas deviam viver como nós..." 
(Tradução interior do "como nós" no coração da mãe: em paz, com capacidade de lutar por uma felicidade...)

Palavras de um filho de seis anos, quando lê o nome do canto superior direito no écran de televisão - Nicolau - e lhe explico que foi uma pessoa importante que morreu: "O Pai Natal morreu...?!"

Rita

quarta-feira, março 09, 2016

Para fixar

Este foi o dia em que a minha filha mais velha viu neve.

Esta semana foi a primeira em que a minha filha mais nova deixou de se autodenominar de "Pana" para passar a ser "Oana".

Em resumo: o mundo é delas!!
Rita

terça-feira, fevereiro 23, 2016

Experiências novas que se fazem cá em casa

Sempre assim foi. Quando vêm passar uns dias a casa dos tios, gostam de ter dias diferentes. Daqueles que são cheios de televisão de manhã (porque a tia dorme sempre até tarde), de brincadeiras malucas e lutas de cócegas, de pinturas com tintas e projectos criativos, e de filme à noite (dos que estão guardados na box de gravação e que habitualmente até já viram mas não se importam de voltar a ver). Foi assim que, em tempos, vimos repetidamente o "Mamma Mia" e escolheram a música para banda sonora do filme que eu produzi e realizei e que eles ofereceram à família como presente de natal de 2013. É nestes dias que fazemos gravações malucas, quase sempre cheia de novas aptidões físicas, ou palhaçadas. Depois vemos tudo no computador e rimo-nos imenso. Quando os dias estão bons também damos passeios ou vamos ao parque aqui perto de casa e que, por ser grande e diferente, eles gostam de ir frequentemente. São dias diferentes mas cheios de rotinas, que passam por saber gerir muito bem o tempo porque normalmente os projectos são imensos para as poucas horas de brincadeira. Para nós, são também dias muitos diferentes, com o barulho e confusão que só os miúdos pequenos fazem. Enchem a alma e fazem saudades. 
Numa das ultimas vezes que cá estiveram fizemos um pic-nic na sala. Com tudo a que tivemos direito; sumos de pacote, batatas fritas, cada um a fazer as suas sandes com tudo o que apeteceu, pratos e talheres de plástico... Foi uma estreia, tanto para os sobrinhos como para os tios. E no fim, o resultado foi quase o mesmo dos pic-nic's no pinhal quando era pequena. Uns brincaram, outros descansaram mesmo ao lado da toalha.



Fica o registo fotográfico, e a ideia. Fazer pic-nic's na sala é muito fixe, sobretudo de inverno.
Ana Cristina

quarta-feira, fevereiro 17, 2016

Cá em casa temos um novo habitante

Um menino-gato. Um mano mais novo para a Misha. Com quase um ano e meio, chegou receoso e muito tímido, mas disposto a confiar nos humanos que o receberam com muito mimo e a dar a volta à felina que por aqui era dona e senhora. Não respondia pelo nome e por isso os sobrinhos decidiram que teriamos de lhe mudar o nome. Ficou Cobi, porque os livros dizem que os gatos respondem melhor a nomes com som de i, porque estamos em ano de jogos olímpicos, e porque a mascote dos de Barcelona assim se chamava e também era uma mascote bonita e simpática.
E chegou pra conquistar, tantos os humanos como a mana-gata. E a integração tem sido muito mais fácil do que imaginámos. Em apenas uma semana tornou-se um membro da família, mais um curioso e traquinas como a que cá tínhamos em casa, que faz parceria na destruição das plantas que o dono tanto gosta e partilha um espaço na cama durante a noite. Apresento-vos o Cobi e a sua semana cheia de emoções. Conseguem perceber a evolução?
Ana Cristina

terça-feira, fevereiro 09, 2016

Carnaval de 2016

A sexta-feira foi para o desfile da escola, já para não mencionar o facto de ter sido dia de trabalho. O fim-de-semana foi passado de volta do torneio de futsal do filho sanduíche. A segunda-feira foi para o Museu da Carris. Hoje a tia estava de folga e o dia de Carnaval era nosso. 
Se o tempo decidiu repetir a graça de não nos permitir ir a uma cidade com corsos carnavalescos, repetimos nós igualmente o programa do ano passado: bowling. As palhaçonas compareceram, mas desta vez acompanhadas por um boneco de neve (com nariz já deficiente, fruto de vários dias de mascaradas), um Minion e um tropa. O Charlot rumou a outras paragens, mas o nosso amigo vizinho, sempre boa companhia, aderiu com facilidade à ideia. 


Acabo o Carnaval sempre com a recordação de ideias antigas (a de mostrar aos miúdos outros carnavais que não só o deles e não só o nosso) mas também com novos desafios (experimentar novas palhaçadas que não só palhaços, quem sabe até uma palhaçada em conjunto)... e o desejo de uma festa por mais dias...
Rita

segunda-feira, fevereiro 08, 2016

Museu da Carris

A aproveitar a minha folga e as férias deles, fomos com o nosso amigo vizinho João ao Museu da Carris. 

O Museu da Carris é extraordinário e ficámos fãs. Fica na zona de Alcântara e está dividido em três blocos, com direito a viagem de elétrico entre eles. 
No bloco 1, podemos ver um conjunto de objetos e fotografias relacionados com os autocarros, elétricos, elevadores e metro: as antigas "missangas" de madeira em que consistiam os bilhetes, as fardas dos condutores, revisores e vendedores de bilhetes, as miniaturas de alguns dos transportes da história da Carris, os quadros sinópticos da antiga rede de metro (por antigo entende-se de há uns quantos anos atrás, sei lá... quinze...?), mobiliário administrativo e até instrumentos musicais da banda da Carris. Para mim, destacou-se o espelho em que os funcionários se observavam antes de começar a trabalhar e onde se encontrava gravado: "Mais um minuto e veja como se apresenta ao serviço. Atenção! A barba está feito e o fato bem limpo? Note bem. Um aspecto de limpesa agrada a todos."
A seguir, nos Blocos 2 e 3, podemos ver, entrar e mexer em elétricos e autocarros antigos, desde aqueles que eram puxados por cavalos até aos mais recentes (alguém se lembra daqueles que circulavam há uma dúzia de anos, cor de laranja e com assentos em plástico?), passando pelos de dois andares e até podendo experimentar uma cabine do metro...! O espaço dá para correr e brincar e fazer aquilo que qualquer miúdo (ou adulto infantilóide) gosta: tocar à vontade!!!! 



Fica ainda por mencionar que podemos estacionar dentro do Museu, até ser atingido o número de lugares disponíveis. E que os funcionários são genuinamente simpáticos e transparecem gostar mesmo de nos ter lá. E que os valores de bilheteira correspondem a 4 euros por adulto e 2 por criança a partir dos seis anos de idade. 
Parece-me que já têm onde ir no próximo fim-de-semana...
Rita

quinta-feira, janeiro 21, 2016

Os filmes das nossas vidas

Há filmes que se tornam marcantes nas nossas vidas. Porque os vimos muitas vezes, porque os descobrimos numa altura da nossa vida que somos vulneráveis e sedentos de sentimentos arrebatadores, ou mesmo porque são realmente bons filmes.
É o caso deste. Porque o tínhamos gravado em cassete (provavelmente beta) a Rita um dia descobriu um filme realizado na época em que nasceu. Um filme "antigo", que amou à primeira vez que o viu. De tal forma o marcou que o reviu "centenas" de vezes. Apresentou-o a todos os amigos da época, fazendo sessões de cinema em casa para verem o seu filme preferido; "Feios, Porcos e Maus", uma obra cinematográfica de culto, neo-realista, à laia de história trágico-cómica que tem como fundo a grande cidade de Roma. 
Este é, sem dúvida, um dos filmes da vida da Rita.


Lembrei-me dele porque o seu realizador, Ettore Scola, faleceu há dois dias. Lembro-me tão bem deste filme que acho que também posso dizer que este foi um dos filmes da minha vida. Fiquei com vontade de o rever. Queres, Rita?
Ana Cristina


sábado, janeiro 09, 2016

E, esta semana, no Dia de Reis

Recebi um presentinho de quem não esperava. Uma vizinha ofereceu-me umas pegas feitas por ela. Mostro-vos, para que possam ver como são lindas e um trabalho de pontos pequeninos e com uma linha fina.


Gostei. Lembrei-me das da avó Joana, também feitas em crochê, com linha mais grossa (mas provavelmente muito fina para os seus olhos de lentes grossas). Algumas são forradas a tecidos que me lembro de ver lá em casa, como o cor-de-rosa com meninos que era o da colcha da minha caminha na casa dos avós, cor de casca de ovo feita pelo avô para a primeira neta. Bateu-me uma saudade boa... 


Ana Cristina