Foi há uma semana que se conheceram, os três. Os mais velhos chegaram ao Hospital sorridentes e expectantes. Quiseram pegar-lhe e posaram para as fotos.
Se a Alice se apaixonou descaradamente à primeira vista, o Vasco não terá ficado menos enamorado. De olhos muito grandes e espantados, disse «Ela é mesmo muito pequena...!» e tem repetido a frase todos os dias, parece sempre uma nova redescoberta de cada vez que a vê acordada antes de sair para a escola ou depois de chegar... «É tão pequenina...», «Tem o nariz tão pequenino...», «Tem um rabinho mesmo pequenino...», «Tem umas bochechas tão pequenas...»...
No Hospital, depois da surpresa, colo e fotografias iniciais, deu-lhe o mimo. Começou a falar à bebé (tinha começado poucas semanas antes do parto) e queria enroscar-se no meu colo. E se bem que na escola nos transmitem estar completamente normal, em casa continua assim, com mais ou menos fitinhas, muita necessidade de miminhos, tendência para falar abebesado e com uma surdez selectiva bastante acentuada, mesmo quando lhe estamos a dois passos.
Apesar disso, o seu enamoramento também é notório. A «mana bebé» é a sua primeira lembrança ao chegar a casa... só para ela, ele guarda todo um interminável stock de «beijinhos bebés» (uma reinvenção nossa, só de mãe e filho, no momento de deitar, de beijinhos que a minha irmã também me costumava dar) e de festas de mão pesada na cabeça... Gosta de lhe pegar, de a ver mamar e já disse, de forma muito assertiva, que a mana ia vê-lo à escola «amanhã» (o que teve de ser revertido em «um dia destes, depois dela ter feito um mês»). Não vive em torno da irmã, mas olha-a sempre fascinado e ela provoca-lhe uma imensidão de perguntas... a idade que ele vai ter quando a Joana tiver três, oito, catorze anos... o leitinho que me sai das maminhas, se ele também bebeu leitinho...
Não há dúvida nenhuma que esta Joana tem muita sorte...
Rita
Sem comentários:
Enviar um comentário