Iamos as duas pela rua e eu tentava explicar-lhe como não é bom interromper os outros quando estão a falar, principalmente para dizer e perguntar algo sem qualquer tipo de relação com a conversar. Que era uma coisa pouco respeitadora com as pessoas que falavam. Que uma coisa era participar na conversa e que outra diferente era interromper por si só. Algo deste género.
A certa altura dei por mim a dizer:
- Olha, por causa disso é que há um provérbio, que eu por acaso não gosto nada, mas que me está a ocorrer agora e que é «quando um burro fala, os outros baixam as orelhas»...
Por acaso senti-me verdadeiramente parva ao utilizar um provérbio que eu não gosto e que parece sempre insultuoso sem, ainda por cima, ser minimamente cómico... e ela:
- Oh mãe, isso não faz sentido nenhum... porque, se os outros burros baixarem as orelhas, também não ouvem o que o primeiro está a dizer...
E fez-se luz porque razão, de facto, o provérbio me pareceu sempre tão absurdamente... estúpido... e redutor da inteligência alheia...
Com a minha rapariga, nesse dia, terá sido certamente a última vez que o usei.
Rita
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