Lá em casa tínhamos uma Árvore de Natal muito raquítica, diga-se em abono da verdade.
A maior parte das vezes tinha que ser posta em cima de um móvel, de forma que me lembro de, durante muito tempo, ser o presépio a ficar ao nível dos meus olhos. Eu podia brincar com ele e cheguei a ter a mania de esconder o menino Jesus até ao 25... afinal, não fazia sentido ele andar por lá até à data, correcto? Também cheguei a juntar estrunfes ao presépio, eu adorava brincar com estrunfes e estes eram mesmo daqueles de Natal, cheios de presentes e com os barretes vermelhinhos em vez dos habituais brancos.
Em compensação, em Viana do Castelo a Árvore de Natal que nos esperava era sempre grande, verdadeira e chamava-se Pinheirinho. A decoração era diferente, havia as bolas, mas também os chocolates (divididos irmamente, ou melhor, irma e primamente por mim, pela Cristina e pela Lili) e, principalmente, os bonecos. Acho que os meus tios os tinham trazido de França e eram os enfeites mais bonitos que eu já tinha visto. Pendurados, não era suposto darem para brincar, mas mesmo que só para ver, cumpriam magnificamente o seu objectivo.
Olho para a árvore que enche agora um canto da minha sala e penso como irá ser, no futuro, a ideal para a Alice. Talvez ela não venha a achar piada a uma tão grande e opte por uma que se coloque em cima de um móvel. E os enfeites, se calhar vai preferi-los em duas ou três cores. Um dia pode até pensar "quero só bolas, nada daquela bonecada toda que havia na da minha mãe". No entanto, com toda a certeza, a árvore será para ela como para mim: bilingue.
Rita
1 comentário:
Hoje sem tempo deixo beijinhos
Amanha volto para ler ;)
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