Como muitas vezes me acontece, atraiu-me o seu título. A capa também tinha qualquer coisa de enigmático - um desenho muito simples de uma rapariga que parecia dançar com a morte - e, sem outro motivo, o livro saiu do expositor da livraria, saltou-me para as mãos, e ficou lá. Em casa esperou o momento oportuno para ser lido, o que para dizer a verdade foram vários meses (quase dois anos).
Li-o nos últimos três dias e gostei muito. Gostei da história e da forma como está contada.
Contada por um narrador muito especial, a morte, trata de uma Alemanha nazi em plena 2° Guerra Mundial. Um país também povoado de cidadãos amedrontados e impotentes perante o rumo da História, e do poder crescente do nazismo. Onde a consciência das injustiças perante a descriminação e perseguição dos judeus (e dos que estavam contra o regime, denominados de comunistas) estava presente em parte dos cidadãos alemães, mas a impotência e acima de tudo o medo eram os sentimentos dominantes.
Nesta história a personagem principal é uma rapariga que, rodeada de morte e de solidão, mas também de amor, raiva e desespero descobre o poder dos livros. Primeiro como objectos, depois como portadores de histórias. A rapariga que roubava livros descobre, no fundo, o poder das palavras.
Uma boa sugestão de leitura, para quem necessitar.
Ana Cristina
2 comentários:
Também tive este livro em casa bastante tempo e depois num ápice o li!
Na altura também me pareceu ser um grande elogio aos livros. Até tenho no meu catálogo numa categoria especial "Livros sobre Livros". E de facto que melhor tema pode haver do que os objectos (que tb podem ser belos) e que transportam e transformam do pior dos cenários.
Os livros são, para mum e sem qualquer sombra de dúvidas, os mais belos objectos que existem. Uma casa com livros é uma casa com vida, com conhecimento e até com cor...
Obrigada pelo comentário Susannah.
Ana Cristina
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