Hoje venho aqui deixar mais uma opinião acerca das leituras que vou fazendo.
Há mais de um ano que aguardava a leitura do terceiro livro do autor que hoje apresento, primeiro porque ainda não estava editado em português, e eu não tenho inglês suficiente para mais do que um ou outro artigo científico e uns posts (se não forem em linguagem muito elaborada), segundo porque desde o início deste ano tenho dedicado o meu tempo livre também a outras actividades que não a leitura. Acho que também preciso de mudar de lentes mas ... pronto ... não falemos de coisas tristes.
Voltando ao tema deste post...
Acho que foi à cerca de uma ano e meio que descobri, apresentado por uma amiga (obrigada Susaninha), Robert Galbraith como autor de livros policiais e actualmente o meu preferido do género. Foi uma boa descoberta, tão boa que no dia em que terminei o primeiro fui a correr comprar o segundo livro e sofri, quase de abstinência, quando não o encontrei na primeira livraria que procurei. E por mim teria lido o terceiro logo a seguir se estivesse ao meu alcance.
Para quem não sabe, Robert Galbraith é o pseudónimo de J. K. Rowling, e em relação a essa opção só posso dizer que, na minha perspectiva, resultou. Uma simples leitora como eu não encontra entre os dois autores qualquer simbiose; em comum apenas a capacidade de escrever, e bem, um lado obscuro e mais ou menos macabro do comportamento humano, imaginado ou não.
Os livros de Robert Galbraith são romances policiais onde o Detective Comoran Strike (um veterano de guerra com sequelas físicas e psicológicas e com uma vida pessoal e familiar atribulada) e a sua assistente Robin Ellacot (uma jovem que se vai revelando cada vez mais uma parceira na investigação) são envolvidos, voluntariamente ou não, na procura de autores de crimes mediáticos.
Em "Quando o Cuco Chama" (interessantes também são os títulos das obras), Comoran Strike é contratado para investigar a morte de uma modelo famosa, inicialmente interpretado pela polícia de investigação como suicídio. Com a ajuda da sua assistente, que se revela bem mais astuta e interessada do que seria a suposta secretária temporária, desenvolvem uma investigação empolgante para os levar ao criminoso. As personagens são misteriosas e deixam ao leitor vários pontos para explorar a imaginação, inclusivé em relação também à sua própria relação interpessoal.
No segundo livro, "O Bicho-da-Seda", o desaparecimento de um escritor é inicialmente valorizado apenas pela sua esposa, que pretende contratar o detective para o encontrar e levar de volta pra casa. Trata-se de um autor controverso que acabara de escrever uma obra que iria certamente arruinar algumas vidas. Ao longo da investigação, o desaparecimento vai parecendo cada vez menos inocente levando a um homicida macabro e inteligente. As personagens principais vão-se revelando cada vez mais complexas e interessantes, quer profissional quer pessoalmente.
No terceiro, e por enquanto último, a história começa quando Robin Ellacort recebe uma encomenda endereçada a ela própria, com uma perna decepada lá dentro. Em "A Carreira do Mal" tudo indica que o autor do crime pretende afectar especialmente Strike, e este tem, no seu passado, ligação com este mistério e com o autor deste e de outros crimes macabros. Paralelamente, e como convém a qualquer trama bem elaborado, as personagens evoluem e a sua relação pessoal e profissional toma outros rumos. Aparecem novas personagens que se espera tornar a encontrar e, o fim deixa-nos na expectativa de um novo capítulo. Se esse novo livro já tivesse saído eu estaria agora a lê-lo com certeza.
Já deu para perceber que, na minha opinião, vale a pena ler qualquer um dos livros de Robert Galbraith. Esperemos que também seja interessante ver a série que está a ser adaptada pela BBCOne e produzida pela Bronte Film and Television...
Ana Cristina