Pico, Estrela, Pico Ruivo, Larouco, Gerês, Montesinho, Peneda, Marão - ontem, eu e a Alice decorámos as maiores elevações de Portugal, durante a ajuda ao estudo para o último teste, de Estudo do Meio. Decorámo-las compassadamente, a bater palmas e a dizê-las alto e em bom som.
Explico sempre que as coisas são essencialmente para ser percebidas, que têm uma lógica. Mas claro que, na aprendizagem, surgem sempre listas, nomes, datas, pequenas coisas a decorar. E acho que não há mal nisso, desde que não seja a norma. Como raio teria eu aprendido todas as preposições se a Natividade, a minha professora do 8º ano, não tivesse teimado que todos os alunos tinham de as saber, de cor e salteado, e nos obrigado até a fazer uma espécie de audição, para garantir que as tínhamos de facto decorado. Tenho a certeza que a minha compreensão da Língua Portuguesa não seria igual e, embora entendendo que tal não interessa a todos, para mim é efetivamente importante.
A estudar com a filhota maior cá de casa para este último teste, apercebi-me mais uma vez que, apesar das muitas irritações, frustrações, até do descambar em gritos que por vezes acontece, eu gosto. Claro que não gosto da frustração que sinto quando ela não pensa, quando responde qualquer coisa, quando quase roça a má-educação. Mas gosto da ideia que um dia ela recordará que me interessei o suficiente para me chatear quando isso acontecia, que me dediquei a ela, que lhe demonstrei algumas formas de estudar e de fazer um esforço.
Para além disso, acabo por me aperceber sempre que, apesar dos aborrecimentos, gosto de estudar com ela porque... relembro, reaprendo, aprendo. E isso é ótimo.
Rita