Ao
que parece as declarações oficiais têm vindo a alterar-se acerca do eminente
fecho da Maternidade Dr. Alfredo da Costa. No princípio trabalhávamos até ao
final do mês (hoje seria o último dia), depois considerou-se que até ao fim do
ano encerraríamos e agora será até ao final da legislatura. E mais, entre a
chamada de retrógradas e obsoletas a quem se manifestou contra o encerramento
da maior maternidade do país, às afirmações que a MAC encerra até 2015 e
passando pelo anúncio de falta de verba para fazer obras no telhado,
aparentemente o que parece ser uma luta apenas dos profissionais está a tomar
contornos de símbolo nacional.
A verdade é que a MAC é um símbolo nacional. Não
é só o seu edifício com aquela estátua sugestiva e localização privilegiada ou
que tanta gente tem afirmado como o local onde tantos nasceram que é uma
ameaça. O fecho da MAC apresenta hoje contornos de exemplo do futuro do Serviço Nacional
de Saúde. O seu encerramento representa que, em seguida, muitas outras
instituições poderão também ser dispensadas.
A
minha perspectiva continua a ser a defesa da manutenção desta instituição
enquanto não houver condições para que os mesmos cuidados, ou melhores, sejam
prestados em local público, “tendencialmente” gratuitos, e por funcionários
públicos. Por isso temo-nos manifestado na rua e continuaremos a chamar a
atenção para a causa “Não ao encerramento da MAC”.
E
temos tido o apoio de várias figuras públicas de vários quadrantes políticos,
mas falta agora o debate público em assembleia da república com as posições
oficiais de todos os partidos políticos representativos.
Mas
o ambiente que lá se vive é difícil. Proliferam a revolta por se ter investido
nos últimos anos na nossa instituição, as declarações de receio pelo futuro mas
também o medo de opinar à comunicação social. E, pior de tudo, começam a faltar
condições de trabalho. Agora, além da redução efectiva de profissionais auxiliares
(agora denominados de assistentes operacionais) que estão a ver renovados os
seus contractos com a empresa prestadora de serviços ao mês, com a insegurança
que acarreta, e a saída sem substituição de colegas enfermeiros a quem não foi
renovada a sua contratação no final do ano passado falta-nos agora material
como seringas, luvas e até fraldas. Só para que percebam, os pais uns bebés
“nossos” ofereceram ao serviço 11 pacotes de fraldas para bebés com menos de
1500 gramas porque estávamos na eminências de colocar fraldas para bebés com
mais de 2000 gramas a bebés com pouco mais de um kilo.
Agora
só falta evocar que temos de fechar porque não temos material…
Ana Cristina
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