Estávamos numa festa de anos, uma sala de restaurante só para nós, muita e muita gente. Para nós já era fim de festa, mas a grande maioria das pessoas parecia estar na disposição de ficar mais tempo. Um rapaz entre os 10 e os 12 anos de idade aproximou-se do local onde estávamos, eu e a Alice quase a tocarmo-nos, o João, o Vasco, o Sérgio, a Mena e os miúdos ali perto.
Demasiado perto do rapaz, a Alice diz:
- Mãe, este menino é deficiente?
O miúdo ouviu, parou, um sorriso incrédulo, a olhar para mim:
- Deficiente?! Eu, deficiente?! Ela disse que eu era deficiente?!
Ele era miúdo, mas a mim só me apetecia um buraco para me enfiar. Explicar aos filhos as coisas que são esperadas que eles pensem e digam mais baixo ou quando estão sozinhos connosco em casa é uma tarefa difícil...
Convém dizer que este ano, na escola, há duas crianças com deficiência mental. A Alice está atenta e fala dos seus contactos com eles. Está sensível a essa realidade e, ao mesmo tempo, curiosa. Só não sei se o menino (e os pais, a quem ele foi logo a seguir contar o que se tinha passado) entendeu e aceitou muito bem a explicação...
Rita
2 comentários:
a mim ja me aconteceu pior...nas urgencias de pediatria com o edu, estava uma menina (quase da mma idade) carequinha (presumo q por tratamentos de quimio). o edu passou o tempo todo a apontar para a garota e a perguntar se era bébé...fiquei para morrer de vergonha, pq com 2 anos ainda mais dificil fica de se explicar seja o que for...
Acho que já todos passamos por algo parecido, por muito que tentemos educar e ensinar, a inocência deles é mais forte... o mais complicado é fazer entender aos adultos que não é falta de educação, é simplesmente ser criança
Jorge
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