Vi o meu pai chorar pela primeira vez, em Fevereiro de 1990, quando Nelson Mandela foi libertado. Foi até hoje uma das raríssimas situações em que isso aconteceu.
Eu tinha 14 anos de idade e sabia quem ele era. Sabia o que era o Apartheid por aquilo que lia, e dançava ao som do concerto gravado em vídeo, penso que terá sido o de Wembley. Mas nunca tinha visto o meu pai chorar e surpreendi-me. Não sei se achei exagero ou se pura e simplesmente não percebi. Julgo que talvez tenha pensado que chorar a gente chorava com as situações da nossa vida, ou com os livros e filmes e músicas.
O meu pai e a minha mãe choraram a ver a notícia na televisão, provavelmente sentindo na pele e na alma a pequena grande vitória que aquela libertação significava na luta pela igualdade, depois do fim de 27 anos de prisão do grande líder do movimento antiapartheid.
Ontem, tantos anos depois, vieram-me as lágrimas aos olhos ao ver a notícia do aniversário de Mandela e os parabéns cantados por tantas e tantas pessoas que lhe agradecem a sua grande quota parte na luta por um mundo melhor. 18 anos mais tarde, também eu choro de comoção com os meus pais e interiormente canto... e também agradeço.
Ontem, tantos anos depois, vieram-me as lágrimas aos olhos ao ver a notícia do aniversário de Mandela e os parabéns cantados por tantas e tantas pessoas que lhe agradecem a sua grande quota parte na luta por um mundo melhor. 18 anos mais tarde, também eu choro de comoção com os meus pais e interiormente canto... e também agradeço.
Rita
2 comentários:
Eu também...
Ana Cristina
A tua escrita e sensibilidade também me emocionam. Podes ser uma gotinha de água no oceano, mas tornas o mundo mais bonito!!!!!
beijinho grande.
D
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