Ler é uma das coisas que eu mais gosto de fazer, sem dúvida.
Tenho em mim a recordação de desejar incessantemente conseguir ler o que estava ao meu redor, e de contar, lendo as imagens, as histórias do Astérix à D. Maria do Céu, a vizinha do lado dos meus pais que, infelizmente, não sabia ler - um dos projetos que dizem que eu cheguei a ter quando miúda.
Para mim, como para tantas outras pessoas, seria uma tristeza ter filhos que não gostassem de ler... Os dois leem com facilidade desde os meses de Fevereiro do seu primeiro ano, sem juntar sílabas e hesitar nos casos de leitura (tanto quanto tenho observado, algo normal para quem aprende de acordo com o Modelo da Escola Moderna). Mesmo assim, lembro-me que, por altura das férias da passagem do 1º para o 2º ano, sentia-me frustrada por tentar que se interessassem por determinadas leituras e ver que, embora conseguissem ler com alguma facilidade, estas não os fascinavam... aconteceu com a Alice e depois com o Vasco. Claro que, à segunda vez, as minhas expectativas já eram diferentes e passavam pela compreensão também da maturidade deles...
Acho que, tal como outras pessoas cuja leitura desempenhe uma parte essencial nas suas vidas, sempre tive algum receio que os meus filhos acabassem por não apreciar ler, daí as minhas expectativas iniciais. Ao fim e ao cabo, tal como já contei anteriormente, eu passei para uma leitura fluente em muito pouco tempo, ficando com as portas abertas a histórias um pouco mais complexas...
De qualquer forma, ao seu ritmo, a Alice foi gostando cada vez mais de ler e tem sempre um ou dois livros (habitualmente na cama e na casa-de-banho). Ouço amigas falarem dos hábitos de leitura dos seus filhos e sei que até tenho sorte. Contudo, foi neste Natal que comecei a sentir-me bastante orgulhosa. A moçoila recebeu quatro livros e depois de dar uma volta rápida por cada um deles, escolheu a ordem e... atirou-se... em pouco tempo tinha-os devorado e, na decorrer da dinâmica, voltou-se para a coleção "Uma Aventura" - a qual não lhe tinha exercido grande fascínio até hoje, tendo lido três ou quatro - e começou a escolhê-los, "de enfiada"... De maneira que, e porque a fotografia já está desatualizada, desde o dia de Natal que já leu nove livros, encontrando-se agora a meio do décimo...
Com o Vasco, o salto foi ainda mais surpreendente... Na semana entre o Natal e o Ano Novo, encontrámo-nos com uma prima que se encontrava cá de férias e que lhe ofereceu este livro:
Ele interessou-se, de forma quase imperceptível, e demos por nós a ter que lhe arranjar um candeeiro melhor, para poder ler à noite. O livro é grande e, embora com bastantes imagens, a maior parte das páginas é composta por texto. Ele tem lido todos os dias uma parte e hoje escolheu enfiar-se na cama a ler, da parte da tarde, porque não lhe apetecia fazer mais nada... Todo contente, mostra como já passou de metade e como vai na páginas número 126...
Tenho razão para andar orgulhosa ou não...?
Rita
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