Há uns dias aconteceu-me algo curioso.
Uma amiga tinha-me pedido há meses que falasse com a filha de um casal conhecido acerca do meu trabalho. Trabalhos e trabalhinhos, horários reduzidos, doenças e faltas, atividades e muitas trocas de e-mails (é hoje, é nesta quinta, é na próxima semana, é quando a miúda ficar boa, é quando for) depois, encontrei-me com a L.
Alta, pele clarinha, quase arruivada, sorriso simpático, 21 anos, a L. sentou-se à minha frente e colocou as perguntas que vinha fazer. Conversamos descontraidamente sobre as nossas famílias e a forma como tinham influenciado algumas escolhas, a visão atual dos jovens sobre o seu futuro e a sua tendente opção pela emigração, a sua própria possibilidade real de emigração e a preferência por se manter por cá, alguma descrição das minhas funções, prós e contras, possíveis temas de projetos e orientadores para teses, dicas para concorrer ao meu trabalho, etc e tal.
A L. veio fazer-me uma visita, com toda a sua jovialidade de quem sabe que tem uma vida toda pela frente, risonha de perspetivas. Veio ao meu encontro, para saber o que EU tinha para lhe dizer. Mas, com ela, inesperadamente, trouxe-me a lembrança do tanto que eu ainda quero vir a fazer, que tenho a certeza que farei, quem sabe outro curso ou um mestrado, quem sabe até o próprio mestrado que ela frequenta, mesmo que só venha a servir a minha necessidade de conhecimento, a minha intelectualidade. Trouxe aquela comichão das perspetivas e sonhos e planos que temos a capacidade de ir criando. E a felicidade de saber que a temos. Sempre.
Rita
Sem comentários:
Enviar um comentário